Autor

Marta Belchior

A Carmo Wood, empresa portuguesa líder europeia em madeira tratada, foi selecionada, através da COMSA/FERGRUPO para a Infraestruturas de Portugal, para assegurar a proteção da nova linha de Metrobus do Mondego, em Coimbra. O projeto, que se estende ao longo de toda a linha do novo Metrobus do Mondego, num total de 22 km de vedações, representa um investimento superior a 250 mil euros.

Integrada no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), a nova linha voltará a ligar o Alto de São João ao centro da cidade, através da revitalização do antigo Ramal da Lousã, agora com metro de superfície e veículos de tração elétrica, potenciando a circulação fácil e sustentável em meio urbano.

A Carmo Wood atuará ao nível da proteção da linha, assegurando a colocação de três tipos diferentes de vedações – Vedações de Plena Via em Zona Rural, Vedações de Plena Via em Zona Urbana e Vedações em Estações e Apeadeiros – tanto nas estações como nas zonas de aproximação, de modo a acautelar a invasão inadvertida de pessoas e animais domésticos ou selvagens, já que existem, neste projeto específico, muitos trechos à superfície.

Com esta empreitada, cuja conclusão se prevê para meados de 2022, a Carmo Wood dá o seu contributo para a melhoria da mobilidade urbana na cidade, e, consequentemente, da qualidade de vida dos conimbricenses, ao mesmo tempo que reforça a sua posição de liderança no fornecimento e instalação de postes e vedações de vias rodoviárias e ferroviárias”, afirma Jorge Milne e Carmo, Presidente da Carmo Wood.

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Todos os anos os caixotes do lixo ficam a transbordar nos dias seguintes ao Natal. É uma imagem demasiado comum em Portugal. Municípios e cidadãos têm um objetivo partilhado: manter as cidades limpas. E quando um dos lados falha, todos são prejudicados. É precisamente o que acontece no Natal e o Ano Novo. Consumo excessivo, muito desperdício e falta de cuidado fazem dos contentores verdadeiras lixeiras ao ar livre.

Nesta época do ano, muitos serviços de recolha e limpeza têm os horários reajustados, alterados e nalguns casos, mesmo, limitados, para que os trabalhadores da recolha e limpeza possam passar uma parte do Natal com as suas famílias. Para Luís Almeida Capão, presidente da ALU, “o excesso de desperdício e a colocação dos resíduos nos caixotes errados e até no chão colocam aos municípios um desafio de gestão de recursos nestes dias.” Por isso, a associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis lança esta campanha com o mote: Abra caminho à #BrigadaMaisPresente. #DesembrulheoNatal.

Pedimos mais atenção às pessoas quando colocarem os resíduos nos contentores. Sabemos que há mais embalagens, mais cartões, mais garrafas. Mas tudo isso pode ser devidamente separado, dobrado, espalmado e colocado no ecoponto respetivo. E se o ecoponto estiver cheio, podemos esperar por um dia de recolha normal para deitar fora as caixas e os embrulhos. Daí a ideia de desembrulhar o Natal, queremos retirar os embrulhos das ruas”, explica Luís Almeida Capão, presidente da direção da ALU. 

Valorizar os cantoneiros

Respeitar os trabalhadores da limpeza urbana é outra vertente desta campanha. “Durante a pandemia, houve alguma atenção relativamente aos trabalhadores da recolha de resíduos e da limpeza urbana, que nunca pararam, mas rapidamente esse cuidado se desvaneceu. Temos de valorizar estes trabalhadores que têm um trabalho difícil e pouco reconhecido no dia-a-dia e que trabalham quase todos os dias. São, de facto, a Brigada Mais Presente. Em Portugal, existem cerca de 12 mil trabalhadores de limpeza urbana e mais de 15 mil trabalhadores de recolha de resíduos, que todos os dias e noites “patrulham” as ruas: esvaziam os caixotes do lixo, limpam e lavam o chão, cortam as ervas, limpam os grafitis, desentopem as sarjetas, arranjam os jardins, entre outras tarefas que muitas vezes nem damos conta, mas sem as quais não passamos. São atividades que requerem uma grande presença nas ruas e na vida das pessoas”, observa o representante da ALU.

Colocar o lixo no sítio certo é uma forma de reconhecer estes trabalhadores. Num município onde todos participam na limpeza urbana, não comprando em excesso e não depositando os resíduos no chão, o custo com estes serviços diminui e esse valor de poupança poderá ser alocado a outros serviços essenciais ao cidadão. “Hoje, a limpeza das ruas custa uma média de 30 euros por habitante/ano. É outra questão que muitas vezes não nos lembramos: deitar uma pastilha, uma beata ou um papel para o chão tem muito mais custos para todos, do que ter o trabalho de colocar a pastilha, a beata ou o papel no caixote de lixo mais perto”.

Este Natal não se esqueça: Abra caminho à #BrigadaMaisPresente. #DesembrulheoNatal.

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Antonis Mavropoulos é o fundador e CEO dos consultores da D-Waste. É membro do Conselho Consultivo Internacional do Centro Internacional de Tecnologias Ambientais do PNUA, e serve como consultor estratégico para as fundações Let’s Do It e SEAQUAL. Foi, durante 4 anos como Presidente da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA) e 8 anos como Presidente do Comité Científico e Técnico da ISWA.

Está envolvido em projetos de gestão de resíduos sólidos há 25 anos em 30 países e tem uma vasta experiência de trabalho tanto com o sector público como com o privado. Inventou o Waste Atlas, e concebeu vários sistemas de informação e aplicações móveis para fins de recuperação de recursos.

O seu recente livro “Industry 4.0 and Circular Economy (em co-autoria com Anders Waage Nilsen) trata da dinâmica entre a quarta revolução industrial em curso e o desafio da economia circular

“Será que temos realmente de fazer uma escolha entre um mundo sem desperdício e não produtivo ou um mundo com desperdício e, em última análise, autodestrutivo? Antonis Mavropoulos e Anders Nilsen respondem com otimismo: “Não!”. Eles exploram o potencial de um casamento feliz (e sem desperdício) entre a Indústria 4.0 e uma Economia Circular que poderia – com práticas de gestão de resíduos devidamente remodeladas – proporcionar benefícios ambientais, sanitários e sociais transformadores. Este livro trata da possibilidade de um mundo totalmente novo e dos desafios para o alcançar.

A quarta revolução industrial deu-nos inovações incluindo robótica, inteligência artificial, impressão em 3D, e biotecnologia. Ao utilizar estas tecnologias para fazer avançar a Economia Circular – onde a indústria produz materiais mais duráveis e funciona com os seus próprios subprodutos – a indústria de gestão de resíduos tornar-se-á um elemento central de um mundo mais sustentável e poderá assegurar o seu próprio futuro, mas muito para além da atividade normal. Mavropoulos e Nilsen analisam como isto pode ser conseguido e examinam obstáculos e oportunidades tais como demografia, urbanização, aquecimento global, e a pressão ambiental causada pela ascensão da classe média global.

  • Explorar os novos métodos de prevenção, redução e eliminação que transformam a gestão de resíduos
  • Compreender e capitalizar sobre as implicações comerciais para o sector
  • Compreender a teoria através de exemplos práticos e estudos de caso
  • Apreciar os benefícios sociais da nova abordagem

A gestão de resíduos sempre foi vital para a proteção da saúde e do ambiente. Agora pode tornar-se um modelo crucial para mostrar como a Indústria 4.0 e a Economia Circular podem convergir para assegurar o florescimento e a sustentabilidade – muito mais brilhante – do futuro.”

Várias das suas obras foram traduzidas para árabe, chinês, hindu, italiano, português, romeno e espanhol e muitas delas podem ser encontradas on-line no seu blogue.

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“A sustentabilidade nunca teve tanto destaque na agenda das compras como até agora” afirma Carlos de Llera, responsável pela área de Consultoria de Sustentabilidade & Alterações Climáticas da BearinPoint. Nesta entrevista ficamos a conhecer mais sobre os desafios que as empresas enfrentam no processo de transição para uma gestão mais sustentável.

A BearingPoint é uma empresa multinacional de consultoria de gestão e tecnologia. Qual a sua missão na ótica da sustentabilidade?

A sustentabilidade é atualmente um tema-chave para a competitividade das organizações e não apenas uma mera questão de marketing ou reputacional. O conceito de sustentabilidade tem vindo a evoluir, estando em cima da mesa o termo “ESG”, pelas suas siglas em inglês Environmental, Social and Governance. Este termo refere-se a um conjunto de fatores não financeiros (de sustentabilidade) que podem influenciar as atividades de uma organização ou vice-versa, e que têm vindo a ganhar grande relevância, entre a comunidade de investidores e outras partes interessadas, ao longo dos últimos anos.

Na BearingPoint integramos a sustentabilidade no nosso dia a dia. Através do nosso programa interno ‘Sustainable by Design’ temos a ambição geral de incorporar a sustentabilidade nas nossas atividades. Isto significa enriquecer de forma proativa a perspetiva económica, integrando considerações ecológicas e sociais. No contexto da nossa Estratégia 2025, estabelecemos metas de sustentabilidade ambiciosas e progressivas e necessitamos de garantir que são aplicadas a tudo aquilo que fazemos. É isto que queremos dizer com Sustainable by Design.

Além disso, mas não menos importante, na BearingPoint Portugal temos a preocupação constante de desenvolver a nossa oferta de Consultoria em Sustentabilidade e Alterações Climáticas (estratégia ESG, alterações climáticas, melhoria do desempenho ESG, reporting ESG, índices e ratings ESG, entre outros) de modo a garantir que conseguimos ajudar e acompanhar as preocupações e expetativas dos nossos clientes, também na sua jornada da sustentabilidade.

 

A seu ver, de que maneira podem as empresas iniciar a sua jornada na sustentabilidade?

O caminho da sustentabilidade é um processo gradual e desafiante, mas com muitos benefícios. É importante que uma empresa realize um diagnóstico inicial, para entender qual é o seu ponto inicial de partida e compreender alguns aspetos relevantes, tais como quais são os desafios do setor, os riscos e oportunidades ESG associados, as expetativas e preocupações dos seus stakeholders e como se posiciona o seu desempenho face aos pares. É importante também conseguir identificar e priorizar os aspetos materiais da organização. Esta identificação deve considerar uma perspetiva de dupla materialidade, isto é o impacto da organização no aspeto relevante (e.g. alterações climáticas, biodiversidade, direitos humanos) vs. impacto do aspeto relevante na organização. Quando se tem uma visão clara de todos estes pontos, a organização estará numa melhor posição para definir a sua visão e ambição de sustentabilidade, a curto, médio ou longo-prazo, perspetivando onde se ambiciona chegar e de que maneira. Neste sentido é fundamental estabelecer objetivos e metas, identificar ações a implementar, timings de implementação e responsáveis pelo seu cumprimento. Por último, a transparência na medição, reporting (interno e externo) e auditoria, é cada vez mais um fator diferenciador para as organizações serem capazes de atrair e reter investimento, bem como para a boa gestão da empresa e para a reputação da mesma.

Ter uma medição das emissões de carbono é um fator-chave de sucesso. Como podem as empresas implementar esse cálculo?

Medir e compreender os impactos climáticos é um passo fundamental para mitigar as alterações climáticas e os seus impactos, sendo essencial entender primeiro o conceito de pegada de carbono. Para o cálculo da pegada de carbono é relevante identificar e quantificar o maior número de fontes de emissão, de modo que o inventário de emissões seja o mais completo possível, desenhando uma imagem realista dos impactos da organização. A pegada de carbono compreende uma ampla variedade de fontes de emissão, como as emissões diretas (e.g. consumo de combustíveis fósseis), emissões indiretas (e.g. aquisição de eletricidade) e outras emissões indiretas, associadas à cadeia de valor, a montante e jusante das operações (onde, dependendo do setor de atividade, pode representar a maioria das emissões). As empresas costumam realizar o cálculo de forma interna (in-house) ou através de ajuda externa (consultores), tendo por base um conjunto de informação relevante, como dados de atividade da organização, informação de terceiros (e.g. fornecedores), bases de dados e ferramentas específicas e referenciais metodológicos internacionais para o cálculo (e.g. GHG Protocol).

 

Quais os maiores desafios da BearingPoint em orientar uma empresa a adotar comportamentos sustentáveis?

O caminho da sustentabilidade, como qualquer processo transformacional, pode enfrentar diferentes entraves e desafios. Contudo, os benefícios e o retorno esperados serão sempre, na minha opinião, compensatórios. Como desafio comum às organizações, destacaria a definição e medição de KPI relevantes de sustentabilidade, adaptados à realidade da organização. Para muitos gestores, medir, analisar e interpretar este tipo de KPI é uma prática relativamente recente, pelo que existe uma necessidade clara de obter orientação e exemplos de outras organizações. Outros desafios podem passar pela transformação cultural de uma organização, a necessidade de formação sobre os diferentes temas, o estabelecimento de um modelo de governo adequado e a implementação e desdobramento de objetivos e metas de longo-prazo em toda a organização (e.g. ao nível de produtos/marcas, departamentos, países ou regiões, entre outros), principalmente em grandes organizações, com uma ampla diversidade cultural ou em estágios diferentes de maturidade relativamente à sustentabilidade.

Quais as conclusões mais importantes retiradas a partir do “Sustainable procurement pulse check 2021”?

A BearingPoint conduziu um estudo global sobre compras sustentáveis a mais de 600 participantes da Europa, Estados Unidos e Ásia. Através da resposta a diversas questões relacionadas com os desafios, barreiras e alavancas para a implementação das compras sustentáveis, o estudo fornece uma visão clara sobre o status quo. O inquérito mostra que uma transformação nas compras sustentáveis é o próximo CEO challenge, inspirando os líderes e as suas equipas a agirem de forma sustentável. Deixa claro que a sustentabilidade nunca teve tanto destaque na agenda das compras como até agora, havendo um consenso entre regiões, setores e equipas, em que ter uma abordagem de compras sustentáveis é vital para o sucesso futuro da organização. Contudo, são identificados diferentes desafios e barreiras, como a existência de gaps entre a perceção da gestão de topo e das equipas operacionais, o que pode impedir que a estratégia de implementação seja bem-sucedida. Por outro lado, as ausências de orçamento, de formação diversa e de colaboração de fornecedores, são referidas como entraves à execução holística de projetos de sustentabilidade. Por último, medir e monitorizar as emissões de carbono da cadeia de valor é um fator-chave e diferenciador para o sucesso da organização, deixando as empresas mais bem preparadas para enfrentar os desafios da descarbonização.

Considera que o investimento IT nas empresas pode contribuir para a mitigação das alterações climáticas?

Sem dúvida. Um dos principais desafios associados à medição e gestão de KPI de sustentabilidade (incluindo informação climática e emissões de gases com efeito de estufa (GEE)) é a fraca automatização nos processos de transformação e gestão de dados, assim como a dispersão e a fiabilidade dos mesmos devido à elevada quantidade de processos manuais. Apesar de não ser uma prática standard em Portugal, o investimento em IT e a utilização de ferramentas digitais na transformação e gestão de dados ESG reporta inúmeros benefícios para as organizações, podendo contribuir significativamente, e de forma tangível, para a mitigação das alterações climáticas.

Para colmatar esta lacuna, e como oferta de serviços, a BearingPoint desenvolveu para os seus clientes a ferramenta digital (BearingPoint Emissions Calculator) (BEC). Esta solução de IT, baseada na cloud, permite calcular as emissões de GEE (âmbitos 1, 2 e 3) e tem por base as melhores práticas de quantificação e reporte e uma metodologia certificada. Permite a recolha automática de dados, realizar avaliações completas Cradle-to-Grave e cenarizar diferentes what-ifs. A solução permite que a organização tome decisões de negócio com base em dados e informações reais, centralizadas num único lugar, com apoio de insights derivados de ferramentas analíticas. Ter uma visão abrangente de qual região, linha de negócio ou produto é responsável pela maioria das emissões de GEE da organização permite que a mesma tome decisões informadas, atuando no momento e lugar exatos, com o objetivo de cumprir as suas metas de redução de emissões de GEE, contribuindo significativamente para a mitigação das alterações climáticas.

 

Quais os próximos passos para a BearingPoint para atingir um planeta mais verde?

Conforme referido anteriormente, através do nosso programa Sustainable by Design, temos a ambição de incorporar a sustentabilidade nas nossas atividades diárias. Decidimos adotar uma abordagem mais holística para avaliar a nossa pegada de carbono em toda a firma. Através do nosso grupo de trabalho internacional dedicado, ‘(E)mission Zero’, cuidamos da agenda de descarbonização da empresa. Com a aplicação da nossa ferramenta BEC, fomos capazes de construir rotinas de dados para as emissões associadas às viagens de negócio (as mais relevantes na nossa realidade), mas também para outras fontes de emissão, como as emissões dos escritórios, dos equipamentos de IT e das deslocações pendulares (viagens casa-trabalho-casa). Em conformidade com a abordagem da SBTi, e em linha com os compromissos internacionais, a BearingPoint comprometeu-se recentemente com a redução das suas emissões de GEE em 50% até 2025 (tendo como ano base 2019), alinhado com o compromisso 1,5ºC. Pretendemos que esta meta seja aprovada brevemente pela SBTi e está a ser realizado um trabalho contínuo com os diferentes países e firmas para que possam contribuir, conforme necessário, para este plano de redução, revendo as políticas de viagens, promovendo a aquisição de energia renovável e refletindo sobre a forma e métodos de trabalho atuais. Existem outras iniciativas historicamente implementadas como a compensação de emissões, assim como outras iniciativas de cariz ambiental e social que contribuem, de forma inequívoca, para um planeta mais verde.

Por último, mas não menos importante, face ao nosso ADN e modelo de negócio, procuramos desafiar, ajudar e acompanhar os nossos clientes também no seu caminho de descarbonização das suas atividades e cadeias de valor, através dos serviços de consultoria em sustentabilidade e alterações climáticas.

Carlos de Llera

Carlos de Llera é responsável pela área de Consultoria de Sustentabilidade & Alterações Climáticas na BearingPoint Portugal. É licenciado em Engenharia do Ambiente, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL, com Mestrado em Gestão e Sistemas Ambientais pela mesma universidade. Possui mais de 12 anos de experiência profissional como consultor e auditor de sustentabilidade e trabalhou durante mais de uma década na PwC Portugal, tendo assumido recentemente funções na BearingPoint Portugal.

Enquanto consultor, participou e dirigiu inúmeros projetos de sustentabilidade, associados à definição de estratégias ESG, envolvimento e auscultação de stakeholders, economia circular, consultoria diversa na área das alterações climáticas (e.g. pegada de carbono, estratégia, TCFD, SBT, CDP, entre outros), índices e reporte ESG, formação certificada em temas de sustentabilidade, auditoria e verificação de informação ESG, entre outros.

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Manuel Mota e Beatriz Maio falaram com a Green Purpose sobre as alterações climáticas que têm ocorrido, o impacto que têm no mundo e como a EY tem apoiado as empresas para reverter essa situação.

Como surge a necessidade da EY criar Assessoria em Alterações Climáticas e Sustentabilidade?  

Manuel Mota (MCM): No mercado há vários anos, e reconhecida entre os pares pelo seu domínio em  matéria financeira, a EY tem naturalmente desenvolvido um conjunto de serviços que vão para além  destas fronteiras, e que vertem uma leitura atenta e dedicada das necessidades de mercado e das  tendências. 

Da urgência de ação em temáticas como Alterações Climáticas e Sustentabilidade, surgiu a linha de  serviço CCaSS – Climate Change and Sustainability Services, que reflete em simultâneo o compromisso institucional da EY nesta área, mas também, e sobretudo, a forma de contribuímos, enquanto agentes  de ação, para uma melhor comunicação de informação não financeira, para um mundo mais sustentável e uma sociedade descarbonizada. A linha de serviço existe em Portugal desde 2014 e conta com uma equipa experiente e multidisciplinar, que ligada a uma rede alargada (+1400 colaboradores) a nível  global, permite aprovisionar em qualquer momento a melhor solução para o nosso cliente.  

O propósito da EY “Building a better working world” guia-nos em tudo aquilo que fazemos. O trabalho  que desenvolvemos com os nossos clientes não é exceção, procurando contribuir para um tecido empresarial mais responsável e preparado para enfrentar os desafios que se colocam às organizações  nas áreas da sustentabilidade e alterações climáticas. 

 

As empresas desempenham um papel fraturante ao nível das alterações climáticas, como  pretendem ajudá-las a adotar boas (ou melhores) práticas de negócio nesse sentido?  

MCM: O combate às alterações climáticas há muito que deixou de ser exclusivo das agendas  governativas. As organizações têm um papel ativo e indiscutível neste desafio, e é cada vez mais notória  a sua preocupação: na compreensão do impacte das suas atividades no clima, bem como, na forma como  devem ajustar a sua atividade perante a transição climática.  

Além disso, investidores, parceiros e clientes procuram hoje de forma mais assertiva compreender a  abordagem das empresas face ao tema das alterações climáticas, designadamente quanto às ações  previstas e implementadas, que possam contribuir para o objetivo global de redução de emissões. 

Consideramos que, para que as empresas compreendam o que precisam efetivamente de fazer, é fundamental a realização de um diagnóstico. Muitas vezes as empresas chegam até nós com a ideia de  desenvolver determinado projeto, mas sem um entendimento sólido do seu ponto de partida e das reais  necessidades nestas temáticas. Ao realizar um diagnóstico, esse projeto que, por vezes, até despoletou  o primeiro contacto demonstra que há um caminho mais prioritário a fazer. E é na compreensão e desenho desse caminho que a EY apoia diferentes entidades.

Numa época em que a preocupação ambiental é cada vez maior, sente que as empresas  procuram cada vez mais este tipo de serviços?  

MCM: Não é só a preocupação ambiental, mas a sustentabilidade como um todo. Nos seus vários pilares, e que são fundamentais para garantir o desenvolvimento de negócios sustentáveis, devidamente  alinhados com as expectativas dos seus stakeholders (internos e externos). 

As empresas procuram cada vez mais apoio na compreensão e definição da melhor estratégia, que lhes permita dar resposta e antecipar riscos e oportunidades que a temática possa trazer aos seus  negócios.  A legislação que as empresas têm de seguir ao nível da sustentabilidade é cada vez maior.

 

Qual  a maior dificuldade em conduzir uma empresa a diminuir a sua contribuição para as alterações  climáticas?  

MCM: É verdade que as orientações legais estão cada vez mais exigentes. Este ano, a Comissão Europeia publicou uma proposta de Diretiva sobre o Reporte de Sustentabilidade Corporativa ou Corporate  Sustainability Reporting Directive (CSDR), que exige que todas as empresas partilhem informação não  financeira de forma mais direcionada, fiável e facilmente acessível, de modo a suportar a tomada de  decisões sustentáveis. 

Para Portugal, esta nova diretiva aumentará de forma substancial, o número de empresas abrangidas,  já a partir de 2023 e introduz a obrigatoriedade de proceder à verificação independente dos relatórios de sustentabilidade. O que, aliás já se verifica em alguns países europeus. 

A resposta a esta nova diretiva será uma oportunidade para aumentar a transparência do tecido empresarial nacional, dotando também decisores políticos e o setor financeiro de informação clara e comparável sobre o desempenho das empresas nos vários pilares da sustentabilidade, que se têm  tornado alvo de uma maior análise e existem já muitos mecanismos de financiamento associados a  critérios ESG (Environmental, Social & Governance). 

À medida, que as organizações vão ter de ir dando resposta a necessidades crescentes de divulgação de  questões ambientais, sociais e de governança incluindo-se riscos climáticos e o seu impacto, é expectável um maior escrutínio por parte dos diversos stakeholders com relação à sua robustez e plenitude,  incluindo a preocupação crescente com o chamado “greenwashing”. 

Mas as “regras” não se prendem apenas com legislação. Os próprios mercados, investidores e  consumidores estão cada vez mais alertas para estas questões e para o impacto que as suas escolhas – investimentos e escolhas de consumo – têm no planeta. 

As empresas têm de encontrar o melhor equilíbrio e a EY Portugal pode apoiar neste processo. É  fundamental que se olhe também para as oportunidades que estas alterações impõem. Abordar a sustentabilidade na estratégia de desenvolvimento de negócio das empresas traz várias vantagens,  desde o desenvolvimento de novos produtos, melhoria do posicionamento em relação à concorrência e também a manutenção da reputação.

Quais são as grandes alterações climáticas e que impactos terão num futuro próximo?  

Beatriz Maio (BM): Existem evidências de que as emissões de gases com efeito de estufa são responsáveis  pelo aumento da temperatura, resultando em alterações climáticas de origem antropogénica. Segundo o último relatório do IPCC, os últimos cinco anos foram os mais quentes desde que há registo. Este  aquecimento global tem consequências diretas ao nível do degelo e aumento do nível dos oceanos, na desertificação, na alteração do regime das chuvas e inundações, e, cada vez mais, na perda de biodiversidade. 

Os eventos climáticos extremos, que são resultado das alterações climáticas, afetam em especial o setor  primário, e podem conduzir a uma escassez e incerteza nas cadeias de abastecimento do retalho, por  exemplo. Se pensarmos no caso da energia, o abastecimento pode chegar a ser interrompido na  sequência destes eventos. Estes são apenas alguns exemplos de setores que deverão agir mais  rapidamente. 

A EY tem acompanhado diversos clientes e temos observado uma compreensão crescente da  importância de as empresas serem agentes ativos no combate às alterações climáticas. É fundamental  reduzir as emissões de forma acentuada, mas também preparar estratégias de reposta e adaptação. Ao  analisarmos informação publicamente disponível, por exemplo submetida ao CDP – Disclosure, Insight,  Action, percebemos esta ação já não é vista pelas empresas apenas como um tema de comunicação ou reputação, temos assistido a uma mudança neste aspeto e atualmente uma larga maioria das empresas a nível global classificam esta ação como urgente e estão já a definir estratégias de atuação.

 

Como podem as empresas mitigar os riscos inerentes a esta problemática?  

BM: Em primeiro lugar, conhecendo e caracterizando esses riscos. Há poucas empresas que têm conhecimento sobre riscos climáticos e como podem estes, efetivamente, impactar o seu negócio.  

Atualmente, verifica-se a necessidade de uma maior transparência na divulgação de informação sobre  os riscos decorrentes das alterações climáticas. Embora tenha havido uma evolução positiva, há ainda melhorias que as organizações podem fazer a este nível. Aliás, de acordo com a última edição do Global  Climate Risk Disclosure Barometer da EY – que contou com a participação de mais de 1100 empresas e com informação pública coligida pela EY relativamente a 40 empresas portuguesas, apenas 41% das  empresas avaliadas presta informação climática com base numa efetiva análise de cenários climáticos. 

Mais do que nunca, é fundamental analisar os riscos climáticos de uma forma integrada. E, também,  suportar esta análise com ferramentas de cálculo e cenarização que permitam informar a gestão e  posicionar as operações diretas e a cadeia de valor no longo prazo. Só conhecendo esses riscos é que  será possível definir e adotar estratégias de mitigação.  Na EY temos vindo a apoiar empresas neste conhecimento e análise dos riscos. Não só riscos climáticos,  mas também outros riscos ESG e na definição de estratégias de resposta aos riscos.

Para além da Assessoria em Alterações Climáticas e Sustentabilidade, estão presentes ou  contribuem para mais algumas iniciativas nesse sentido?  

MCM: A globalidade da própria EY e a forma como as equipas internacionais, que abordam as questões  de Alterações Climáticas e Sustentabilidade, interagem e trabalham em conjunto são garantia de partilha de conhecimento e de aprendizagens que resultam dos diferentes projetos que fazemos. Na EY,  apostamos no desenvolvimento contínuo de conhecimento. E como, naturalmente, o estágio de maturidade destas questões e a forma como as próprias empresas abordam é diferente de país para país, garantimos sempre que há o envolvimento dos melhores especialistas da nossa rede nos projetos. 

Outra iniciativa que gostava de destacar é o EY Ripples, que é o nosso programa que tem o maior destaque nas ações de sustentabilidade da EY Global e da EY Portugal, em particular. Este programa  abrange vários tipos de iniciativas, como por exemplo módulos de sustentabilidade, literacia financeira e empreendedorismo lecionados em escolas nacionais; apoio a gerações futuras, em particular o apoio  na entrada no mercado de trabalho, para estudantes universitários, e também mães solteiras/vítimas de  violência doméstica; ou ainda o apoio a empreendedores na expansão do seu negócio. Globalmente, a  EY espera até 2030 impactar 1 bilião de vidas. 

BM: Recentemente estivemos presentes na COP26, a cimeira das Alterações Climáticas das Nações Unidas, que teve lugar no mês passado em Glasgow, o que nos permitiu acompanhar as negociações e  os temas-chave para atuação futura por parte de países e empresas. 

Ao nível de iniciativas nacionais, a EY Portugal faz parte do BCSD Portugal, o Conselho Empresarial para  o Desenvolvimento Sustentável, permitindo-nos participar em grupos de trabalho e ganhar um maior  entendimento das preocupações e desafios das empresas.  

Além disso, acompanhamos de perto o desenvolvimento das iniciativas internacionais, por exemplo ao  nível de Science-based Targets, uma iniciativa global que tem como objetivo promover junto das  diferentes entidades a definição de metas de redução de emissões alinhadas com a ciência. 

 

Quais os próximos passos para a EY na ótica da sustentabilidade?  

MCM: A EY tem demonstrado uma forte capacidade de acompanhamento do mercado e atualização face  aos temas que afetam as organizações dos vários setores. E esse é o nosso modus operandi. Crescemos  com cada um dos nossos clientes e fortalecemos relações de confiança. 

Queremos continuar a apoiar de forma sólida os nossos clientes (atuais e futuros), conferindo-lhes as  ferramentas necessárias para a melhor resposta ao mercado, garantindo um desenvolvimento  sustentável dos seus negócios e promovendo impacte positivo para os seus stakeholders, a sociedade e  o ambiente. 

Para saberem mais sobre a atividade do CCaSS, visitem o nosso site https://www.ey.com/pt_pt/climate-change-sustainability-services ou entrem em contacto através do  email sustentabilidade@pt.ey.com

Manuel Mota

É o líder da área de Climate Change & Sustainability Services da EY Portugal, Angola e Moçambique. É também Revisor Oficial de Contas. 

Possui uma licenciatura em Gestão de Empresas pela Universidade Lusíada de Lisboa, frequentou o  Programa de Desenvolvimento em Liderança pela Universidade Católica Portuguesa, o programa EY Harvard Leadership e mais recentemente o Programa EY Transformative Leadership series.

Beatriz Maio

É Senior Consultant na EY Portugal, equipa de Climate Change and Sustainability  Services. Tem desenvolvido a sua atividade profissional em consultoria, com foco em alterações  climáticas, onde participa e acompanha projetos de política climática (nacional e internacional),  projetos para a descarbonização e apoio à participação de empresas em iniciativas internacionais  ligadas ao clima. 

É licenciada em Geologia, com especialização em Recursos Naturais, pela FCUL, pós-graduada em  Engenharia e Gestão de Energias Renováveis, pelo ISEL e possui formação Executiva em Gestão de  Programas e Projetos, pelo ISCTE Executive Education.

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A miio, empresa portuguesa que está a inovar na área da mobilidade elétrica, junta-se à Europcar Mobility Group para tornar a mobilidade elétrica mais acessível para os clientes Europcar utilizadores de veículos elétricos.

A empresa de aluguer de automóveis, que está a reforçar a sua frota de veículos elétricos e híbridos, pretende assim tornar mais fácil e intuitiva a utilização de veículos elétricos pelos seus clientes, que através da miio podem aceder a um conjunto de informações e ações úteis. Desde o acesso a informação sobre os postos de carregamento mais próximos e o número de tomadas disponíveis, ao pagamento 100% digital sem recurso a cartões de pagamento físicos, os clientes Europcar podem agora alugar um carro amigo do ambiente de forma mais simples e intuitiva.

A mobilidade elétrica está intrinsecamente ligada à sustentabilidade, um tema atual e pertinente e para o qual todos devemos estar atentos. Associarmo-nos à Europcar, para possibilitar que os seus clientes utilizadores de elétricos possam usufruir de uma experiência simples e sem entraves, é mais um passo que damos no sentido de tornar a mobilidade elétrica cada vez mais acessível a um maior número de pessoas”, afirma Daniela Simões, CEO e co-fundadora da miio.

No âmbito desta parceria, a Europcar irá oferecer, durante um ano, condições de aluguer especiais a todos os utilizadores da miio, nomeadamente um desconto de 15% sobre a tarifa pública válida no momento do aluguer de carros, carrinhas comerciais, bicicletas e motas.

A miio tem vindo a inovar na área da mobilidade elétrica, em Portugal, com a introdução de um conjunto de funcionalidades para os utilizadores de carros elétricos. A empresa anunciou, no início deste ano, o carregamento digital de veículos elétricos em toda a rede Mobi.E, sem necessidade de recorrer a um cartão de carregamento físico. Adicionalmente, a miio foi também a primeira empresa a introduzir os carregamento ad-hoc, sem recurso a contrato, e que se assemelha ao abastecimento de um veículo a combustão.

Ainda este ano, a empresa lançou também uma funcionalidade de classificação da rede nacional de postos de carregamento, através de um algoritmo desenvolvido pela empresa, que origina uma avaliação imparcial e fundamentada dos postos de carregamento para os utilizadores de veículos elétricos.

Lançada há dois anos, a miio é atualmente a única aplicação que permite que o utilizador visualize o preço final  e compare com tarifários de outros CEMEs (Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica). Através da aplicação é possível saber, com precisão, e com base no posto, hora do dia e veículo, quanto é que o utilizador vai pagar por esse carregamento, e sem recurso a nenhum cartão. A miio conta ainda com uma forte comunidade que permite não só que os utilizadores esclareçam dúvidas entre si, mas também que tornem a informação disponível na aplicação mais completa e fiável.

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Nesta entrevista a Filipa Reis, responsável de Marketing e Comunicação no Sheraton Cascais Resort, fala-nos sobre as práticas saudáveis e sustentáveis que o Resort tem adotado para preservar o planeta no qual vivemos.

O Sheraton Cascais Resort assume um compromisso com a sustentabilidade. De que forma?

Desenvolver práticas sustentáveis que preservem o Planeta é um dever de todos. No Sheraton Cascais Resort formulámos um conjunto de iniciativas que visam minimizar os impactos das nossas ações no meio ambiente.

Enumeramos algumas das nossas práticas a nível geral no hotel:

  • Utilizamos águas pluviais para efeitos de lavandaria;
  • Utilizamos a luz solar através de painéis solares;
  • Utilizamos leds ao invés de luzes convencionais.

Em quartos/apartamentos:

  • Temos sensores nas janelas para desligar automaticamente o ar condicionado;
  • As torneiras das casas de banho e cozinhas ajudam a reduzir o caudal de água.

Práticas internas:

  • Os nossos colaboradores têm um papel ativo em iniciativas de cariz social, nomeadamente a plantação de árvores ou a associação a movimentos universais como a “Hora da Terra”;
  • Fazemos parte do grupo “Portugal Business Council Marriott” que, entre outras finalidades, tem como objetivo promover políticas que beneficiam o meio ambiente.

No departamento de Food & Beverage:

  • Somos parceiros da Refood, procurando eliminar o desperdício de comida. 
  • Fazemos a venda bebidas compostas e cocktails sem mixers;
  • Temos opção de palhinhas biodegradáveis;
  • Utilizamos embalagens ecológicas;
  • Procuramos reduzir as garrafas e copos de plástico.

Criaram a Horta do Chef, no que consiste e quais as suas vantagens?

A Horta do Chef é composta por 6 camas de cultivo de auto rega. Permitem a plantação de uma grande variedade de legumes, verduras e ervas, durante todo o ano, de acordo com a sua respetiva sazonalidade.

Para além disso, traz-nos inúmeras vantagens:

  •   Economiza tempo, pois o reservatório de água garante autonomia até 3 semanas;
  • Produz até 50% mais e consome até 80% menos que uma horta convencional;
  •   É fácil de manter, reduzindo a rega em demasia.

 

Quais os resultados da parceria com a Refood?

A fome é, sem dúvida, uma das problemáticas mais flagrantes a nível mundial, pelo que combater o desperdício alimentar é uma das máximas do nosso departamento de Food & Beverage. Por este motivo, sempre que possível, a Refood recolhe as sobras de comida dos nossos buffets e brunches. Em 2019 doámos mais de 350 refeições, ajudando muitas das pessoas que recorrem a esta associação. Para o futuro, o nosso objetivo é claro: continuar a alimentar esta parceria. 

As questões ambientais, nomeadamente de eletricidade, água e resíduos, são um desafio para gerir. Que estratégias internas têm implementado e que resultados têm obtido?

Sabemos que cada gesto conta. No que respeita à eletricidade, tentamos proceder sempre à redução de consumo eficiente de energia elétrica, não só através da consciencialização diária dos nossos colaboradores e clientes, como na substituição de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas led, 80% mais eficientes do que as tradicionais. 

Em termos de recursos hídricos, é importante dizer-se que economizar água num hotel nem sempre é uma tarefa fácil, pois a necessidade de utilização da mesma é bastante recorrente, tanto pela própria unidade, como pelos hóspedes. Por isso, com vista a precaver um consumo desmedido, contamos com diversos contadores, que nos permitem monitorizar todos os gastos. Sempre que exista um consumo excessivo, intervimos e procuramos uma solução que se adapte interna e externamente. 

Na limpeza de apartamentos, adotámos o sistema de lavagem de toalhas e lençóis apenas quando nos é solicitado pelos hóspedes. 

No departamento de Food & Beverage utilizamos o máximo de materiais ecológicos, principalmente no nosso bar de piscina, em que eliminámos a 100% a utilização de plástico, substituindo por embalagens de cartão, madeiras e bambu. 

No que concerne à gestão de resíduos, temos como princípio a sensibilização das pessoas para a redução dos desperdícios e o incentivo à reciclagem e reutilização de resíduos e materiais. Sempre que possível, escolhemos materiais com uma elevada durabilidade. Fazemos triagem de resíduos recicláveis em todo o hotel, nomeadamente embalagens, vidro, papel/cartão, óleos alimentares, resíduos orgânicos, lâmpadas, pilhas e baterias, entre outros. Especificamente, nos quartos de hóspedes, temos os caixotes de lixo preparados para a respetiva separação. 

Com as obras de melhoramento do hotel, que tiveram início em 2020, o Sheraton Cascais Resort adquiriu cerca de 1.070 m² De Pavimento Neutro em Carbono, permitindo a compensação de 10 toneladas métricas de Carbono, o equivalente às emissões de um carro que percorre 40.437 Km.

Quais são os maiores desafios na transição para o planeamento estratégico de uma área de Sustentabilidade na Sheraton Cascais Resort?

O compromisso de fornecer aos nossos clientes um serviço superior traduz-se no maior desafio à adoção de políticas 100% sustentáveis.  Para além disso, é-nos difícil o controlo do uso de recursos por parte dos nossos hóspedes e é por isso que temos vindo a adotar estratégias que nos permitam combater estas dificuldades. A diminuição de lavagem de toalhas e lençóis, anteriormente levados a cabo todos os dias, é um dos exemplos. Muitas das medidas que se possam adotar implicam algum investimento financeiro, sendo este outro dos desafios com que nos deparamos. 

 

Quais os próximos passos do Resort para diminuir a sua pegada ecológica?

Apesar de já termos vindo a adotar políticas de diminuição de uso de plásticos, temos um objetivo a ser cumprido num prazo de 3 anos: eliminar o uso plástico, usando, por exemplo, sacos reutilizáveis e amenities em embalagens mais “amigas do ambiente”. Em termos de energia renovável, o nosso compromisso é o de rever o índice de eficiência dos nossos painéis solares e fazer ajustes se necessário. Queremos ainda focarmo-nos na redução do consumo de água, através de duas medidas principais: 1. Adotar autoclismos com sistemas de duplo botão ou de descarga parcial em todas as nossas unidades; 2. Recomendar banhos de chuveiro em vez de banho de imersão, junto dos nossos clientes.

Filipa Reis

Com 6 anos de experiência em jornalismo, agência de comunicação e no mundo das marcas, sou a atual responsável pelo departamento de Marketing e Comunicação do Sheraton Cascais Resort. Licenciada em Sociologia e Mestre em Jornalismo, nutro uma paixão especial pelo mundo do digital.

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A Co-Founder da Mind The Trash, Catarina Matos, falou connosco para nos dar a conhecer mais sobre a primeira loja online de desperdício zero em Portugal.

Qual a origem deste nome e de onde surge esta ideia? 

A Mind The Trash surgiu em 2016, em Londres, onde vivi por dois anos e meio a trabalhar enquanto arquiteta. Inicialmente, era simplesmente uma conta de Instagram pessoal onde ia partilhando dicas para um estilo de vida mais consciente e com menos desperdício. A maioria dos seguidores eram estrangeiros e o nome foi inspirado na mítica frase que ouvia todos os dias no metro enquanto me dirigia para o trabalho: “Mind the gap between the train and the platform”. 

Mais tarde, em 2017, ao mudar-me novamente para Lisboa com o meu parceiro de negócio e ex-namorado, Christian Andersen, decidimos juntos abrir a Mind The Trash enquanto loja online como forma de trazer para o mercado nacional os produtos mais ecológicos que já usávamos no nosso dia-a-dia e que não encontrávamos à venda em Portugal.

 

Que tipo de produtos se podem encontrar no vosso website? 

No nosso site encontram produtos que nos ajudam a reduzir o desperdício que produzimos em casa, sendo produtos mais duradouros e que dão prioridade à matéria-prima natural. A grande maioria são produtos veganos e cruelty-free, compostáveis ou 100% recicláveis. Quanto à produção dos produtos, apenas incluímos no nosso portfólio produtos de empresas de comércio justo, com matéria prima gerida de forma sustentável e tentando sempre apoiar o mercado local ou artesanal.

O best seller do nosso website são os nossos champôs sólidos, lançados por eu não encontrar, no mercado nacional e internacional, um champô sólido que gostasse. Sabemos hoje, que muitos clientes aderiram “à moda” dos champôs sólidos por causa dos nossos champôs com o qual também se deram muito bem, tal como um champô em creme.

O vosso website é mais do que uma loja online. Que tipo de conteúdos as pessoas podem encontrar lá? 

Dizer que somos somente uma loja online é redundante para o trabalho que realizamos. Além da loja, temos um blog associado onde partilhamos inúmeras dicas e conteúdo informativo sobre diversos temas relacionados com sustentabilidade. Através das nossas redes sociais, palestras e workshops, também realizamos um enorme trabalho de consciencialização para um consumidor mais informado e sensibilizado para esta temática.

No nosso blog, encontram, por exemplo, informação relativa à triagem do plástico, resultado de uma visita guiada que fizemos em equipa à Amarsul, no Seixal. Neste artigo, explicamos o processo de triagem do plástico assim como esclarecemos vários pontos relacionados com a taxa de gestão de resíduos ou a tarifa de gestão de resíduos. Falamos também sobre o que é o Greenwashing, sobre como ter uma maternidade mais sustentável, entre muitos outros pontos interessantes e relevantes quando se fala de sermos mais ecológicos e reduzirmos a nossa pegada ecológica.

 

A Mind The Trash recorre a embaixadores. Em que medida é que isto é importante para o posicionamento da marca? 

Na Mind The Trash optámos por ter embaixadores por vermos que já havia alguns influenciadores digitais a promoverem os nossos produtos de forma regular. Assim, decidimos incluir embaixadores, dando-lhes a possibilidade de adquirirem mensalmente alguns produtos de forma gratuita, continuando a sua promoção natural e orgânica nas redes sociais.

Posso referir que todos os embaixadores que temos atualmente se candidataram como embaixadores, tendo sido o primeiro contacto feito por eles por já notarem que a maioria dos produtos que usavam no seu dia-a-dia eram da nossa loja ou da nossa marca. Assim, podemos afirmar com grande orgulho, que os nossos embaixadores são verdadeiramente nossos clientes e que todas as suas partilhas são genuínas.

Tendo em conta que se trata de uma marca que luta contra o desperdício, estão presentes em algumas iniciativas/eventos nesse sentido, para além da venda de produtos sustentáveis? 

Sim. Não me faz qualquer sentido termos somente uma loja online e não criarmos iniciativas ou eventos que nos ajudem a divulgar e a sensibilizar sobre os problemas relacionados com o lixo que produzimos, o consumo desenfreado ou a má gestão de recursos da nossa sociedade.

Como exemplo, posso referir que já organizámos algumas recolhas de lixo ou de beatas de forma a sensibilizar a população para a quantidade absurda de plástico que encontramos nas ruas. Também já doámos e plantámos cerca de 136 árvores e arbustos juntamente com a Associação Plantar Uma Árvore, associação à qual já fizemos algumas doações de forma a promover a defesa das nossas florestas nativas.

 

De que forma a produção dos produtos é sustentável? Não em relação ao uso do produto final, mas sim em relação à produção completa do produto. 

Sempre que pensamos em desenvolver um produto sustentável da nossa marca ou trazer para Portugal um produto que achamos que faz sentido e que vai ajudar muitas pessoas a mudar os seus hábitos, sem dúvida que analisamos os produtos para além do que vemos.

Relativamente aos da nossa própria marca, fazemos questão que estes sejam produzidos localmente com ingredientes devidamente selecionados e que possuam certificações que achamos que são importantes não só para termos produtos de qualidade e amigos do ambiente, como também para passar segurança aos nossos clientes. 

Juntamente a isto, o design é algo que tem a nossa atenção. Atualmente, um dos grandes problemas que o ambiente enfrenta são as embalagens descartáveis que têm sido tema por prejudicarem os nossos recursos, fauna e flora. Por essa razão, também as nossas embalagens são pensadas para haver o mínimo desperdício possível e impacto.

Em relação aos produtos internacionais que temos, fazemos questão que este sejam da Europa devido à pegada de carbono que cada um possui. Para além disso, antes de adicionarmos qualquer artigo à nossa loja online, cada elemento da equipa testa para perceber se realmente são eficazes e se faz sentido trazer para a nossa comunidade.

De que forma estão a ajudar em práticas sustentáveis, para além dos produtos que vendem? 

Ao longo dos nossos 4 anos de existência temos vindo a desenvolver iniciativas que nos ajudam a ir para o terreno e por as mãos na massa. Este ano, por exemplo, juntamente com a nossa comunidade fomos para a zona do Cais do Sodré e Ribeira da Naus, apanhar beatas para o projeto de um dos nossos embaixadores – o Andreas Noe, The Trash Traveler. Ficámos muito comovidos porque apareceu mais gente do que esperávamos e isso só demonstra que estamos a passar bem a nossa mensagem.

Gosto de pensar que os produtos são apenas uma peça do nosso propósito. Todos os dias trabalhamos para trazer informação que de outra forma algumas pessoas não iriam ter acesso. Não porque não existe interesse em saber mais, mas existem temas relativos à sustentabilidade que como não são muito falados, nem passam pela cabeça da maioria das pessoas.

Catarina Matos

Arquiteta de formação especializada em Reabilitação, tendo trabalhado na área aproximadamente 10 anos. Viveu 1 ano no Rio de Janeiro e dois anos e meio em Londres, tendo sido nesta última cidade onde se apercebeu do apocalipse do plástico, do desperdício exagerado que produzimos e iniciou estudos em cosmética orgânica. Em 2017, ao regressar a Lisboa, abre a Mind The Trash juntamente com o seu sócio Christian Andersen, a primeira loja online Desperdício Zero em Portugal.

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A Valorpneu lançou este ano mais uma distinção com  vista a promover a sua atividade e potenciar a recauchutagem junto dos transportadores  aderentes ao Sistema de Gestão Integrado de Pneus Usados (SGPU). 

Depois do webinar “A Recauchutagem-Que Futuro”, promovido em conjunto com a  Associação Nacional dos Industriais de Recauchutagem de Pneus (ANIRP), em setembro de  2021, onde foi analisado este setor nos últimos anos e discutido as suas oportunidades futuras, a Valorpneu desafiou os operadores de transporte pertencentes à rede a ajudarem  a fazer mais e melhor por esta atividade. 

Segundo Paulo Silva, responsável pelo departamento de Logística Rede Transportes e  Valorização: “Esta distinção tem como objetivo motivar os transportadores e dar a conhecer  a excelência dos produtos recauchutados. A recauchutagem é uma atividade com mais de  70 anos de existência no nosso país e que está ainda bastante desaproveitada. É preciso dar  a conhecê-la, alertar para as suas vantagens económicas e ambientais e inseri-la no âmbito  da tão desejada economia circular”. 

Os resultados deste desafio já são conhecidos. A Palmiresíduos ficou em primeiro lugar na  “Distinção do Desempenho do Transportador’21”, seguindo-se a Transportes J. Amaral e a  Transportes Bizarro Duarte. Com este reconhecimento os vencedores vão receber jogos de pneus recauchutados, no valor de 5.000€, 3.000€ e 2.000€, consecutivamente, de um  recauchutador nacional da sua escolha, para utilizarem nas suas frotas.  Para recolherem os pneus no recauchutador escolhido, os vencedores receberam um  ‘voucher’ para utilizar até ao dia 31 de dezembro do ano em curso, assim como um  formulário que vai permitir a cada uma das empresas monitorizar o desempenho e a  qualidade dos pneus recauchutados que receberam.  

Este reconhecimento, que distingue os três operadores que mais se destacaram, é feito com  base em indicadores de desempenho semestrais.

Desta forma, e com a partilha da experiência dos Transportadores distinguidos na utilização  destes pneus, outros operadores irão perfilar-se para não perder uma oportunidade  semelhante.  

Em 2022 outras iniciativas neste âmbito se irão seguir. Sensibilizar a população para a  sustentabilidade e a importância de uma economia circular, com reintegração de recursos na economia, é uma das missões da Valorpneu. Porque Existe Amanhã! 

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A NOS obteve a aprovação da Science Based Targets Initiative (SBTi) aos seus objetivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Reconhecida internacionalmente, a SBTi avalia e aprova targets de redução de base científica assumidos pelo setor empresarial, acelerando, assim, a transição para uma economia de baixo carbono. 

As novas metas assumidas pela NOS estão alinhadas com a trajetória de redução de emissões, definida pela ciência climática como necessária para limitar o aumento da temperatura global a 1,5º C, objetivo fundamental do Acordo de Paris. Assim, até 2030 a NOS compromete-se a:

  • reduzir em 90% as suas emissões de âmbito 1 e 2 (emissões associadas à operação própria), em relação aos valores de 2019
  • reduzir em 30% as emissões de âmbito 3 (emissões que ocorrem a montante e a jusante, na cadeia de valor), também em relação a 2019

“A NOS assume o compromisso de ser um agente ativo na transição digital e climática da sociedade portuguesa. Temos vindo a trabalhar, de forma consistente, na redução da nossa pegada carbónica, mas também no desenvolvimento de novas soluções digitais, que ajudam os nossos clientes a diminuírem as suas emissões. É com grande satisfação que a NOS vê as suas novas metas validadas por uma organização de referência internacional.”, afirma Miguel Almeida, CEO da NOS.

A SBTi é uma iniciativa que resulta da colaboração do CDP – Disclousure Insight Action, do United Nations Global Compact (UNGC), do World Resources Institute (WRI) e do World Wide Fund for Nature (WWF). A organização define e promove as melhores práticas de redução de emissões, em linha com a ciência climática, e avalia de forma independente os objetivos estabelecidos pelas empresas neste domínio.

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