Autor

Marta Belchior

A iniciativa desafia 12 portugueses — três equipas, compostas por quatro participantes — a fazerem uma viagem de dez dias entre Cascais e Glasgow da forma mais sustentável possível e com o maior impacto positivo nas comunidades. Descubra tudo sobre esta experiência desafiadora nesta estrevista com o Tomás, Joana, Sandra e o Miguel.

Como surge este projeto “Climes to Go” e qual o seu principal objetivo?

O primeiro conceito deste projeto surgiu em 2018 quando a Get2C se comprometeu a viajar até à COP24, em Katowice na Polónia, de carro elétrico para analisar a viabilidade, principais obstáculos ao longo do trajeto e os impactes em termos de emissões do veículo, da alimentação e consumo de água dos participantes. A iniciativa teve bastante sucesso, mas constatou-se que poderia ser desenvolvida tanto tecnicamente como ao nível de comunicação, pelo que a Get2C e a Earth Watchers juntaram-se de forma a reformular o conceito para a COP26 que decorreu em Glasgow. O objetivo principal foi simples: três equipas com quatro pessoas cada, tinham de chegar a Glasgow da forma mais sustentável possível e promover impacte positivo nas comunidades em que passaram. Sendo a sustentabilidade um tema tão lato que abrange vários parâmetros, decidiu-se medir as variáveis tempo, dinheiro, emissões de carbono e consumo de água, que seriam convertidas numa base comum, sendo aí que nasce a moeda fictícia Climas. No entanto, seria redutor dizer que o Climes to Go foi apenas uma viagem mediática. Esta iniciativa tem tudo a ver com “decisões” e fazer as melhores escolhas e como comunicá-las de uma forma eficiente e clara. Trata-se de analisar em que países ou percursos é mais sustentável utilizar comboio ou autocarro, se é preferível ter uma alimentação que gere bastantes emissões no seu ciclo de vida e que gaste pouca água ou vice-versa e, finalmente, e não menos importante, sensibilizar as pessoas e comunicar o papel desempenhado pelas diferentes comunidades locais neste tema.

Miguel Galinha – Organização

Para vencer este desafio as equipas tinham de atingir o maior saldo em Climes, uma moeda fictícia criada para avaliar o impacto nas variáveis tempo, dinheiro, emissões de carbono e consumo de água ao realizar os desafios e tarefas. Como era feito este cálculo em cada ação que temos?

Para cada uma das variáveis foi determinado um fator de conversão para climas. Estes fatores foram desenvolvidos de forma a fazerem sentido entre si, como por exemplo, a relação entre o fator de conversão de preço e de emissões carbono, visto já existir hoje em dia um preço associado ao último. Cada ação tomada pelos participantes era registada numa aplicação desenvolvida para o efeito que permitia registar os transportes utilizados, o alojamento em que pernoitaram, os alimentos ingeridos e a água consumida. Nestes campos eram registados os valores das variáveis que eram posteriormente convertidos em climas.

Transporte: Os participantes registaram o tipo de transporte que estavam a utilizar e através de GPS a aplicação calculava as emissões e o tempo gasto nesse percurso. Adicionalmente também tinham de registar o custo de cada deslocação.

Alojamento: Os participantes registaram o tipo de alojamento em que estavam hospedados e a aplicação calculava as emissões. Adicionalmente também tinham de registar o custo de cada deslocação.

Alimentação: Cada participante registava a quantidade de cada alimento que foi ingerido em cada refeição. A cada alimento estava associado um fator de emissão e de consumo de água ao longo do ciclo de vida (totais gerados até ao produto estar pronto a consumir).

Água: Os participantes registaram os litros de água ingeridos e o tempo que despenderam nos duches que estava associado a um caudal de forma a converter em litros.

Miguel Galinha – Organização

 

Fazer a medição da nossa pegada ecológica é muito importante para que ganhemos noção do nosso impacto no mundo. Consideram que é importante desenvolver uma forma prática para as pessoas, no seu dia a dia, poderem fazer esse cálculo para terem consciência?

Sim. Sabemos que hoje em dia para muitas pessoas, e cada vez mais, o impacte ecológico já pesa nas suas decisões quotidianas, sendo o caso mais evidente o da alimentação. No entanto, é necessária informação isenta, com qualidade e acessível, o que por vezes não é uma tarefa fácil. Além desta consciencialização por parte das pessoas e a disponibilização de ferramentas úteis e acessíveis, as empresas vão ter um papel fundamental neste tema, e acreditamos que a situação vai evoluir para uma realidade em que os produtos vão passar a ter informação sobre o seu impacte ecológico, tal como nos alimentos já existe a informação nutricional.  Desta forma, os consumidores podem tomar decisões de uma forma mais informada e consciente.

Miguel Galinha – Organização

Equipa vencedora, qual foi o fator crucial para terem terminado com um saldo de climes mais elevado, ou seja, qual foi a ação que tomaram que mais impacto teve para reduzir a pegada ecológica da vossa equipa?

Acreditamos que não houve uma “ação concreta” pois havia 4 elementos dentro da pegada ecológica a seguir, nomeadamente a pegada hídrica (direta e indiretamente), pegada carbónica, tempo e custos. Tudo isto se resumia a focarmo-nos em pequenas ações mediante estes fatores como por exemplo: pensar previamente em alimentos para lanches, tempo de duche ou a água a ser consumida por dia por pessoa de modo a respeitar o nosso orçamento em climas. Em termos de pegada carbónica esta foi muito respeitada consoante os países onde nos encontrávamos, acompanhada de longas caminhadas, mas claro que o fator tempo e custos estariam sempre envolvidos. Existem diferenças a nível de gastos de Co2 não só mediante o tipo de transporte escolhido, mas também por país no qual viajamos. A decisão de passarmos três das nove noites em viagem de autocarro, ajudou-nos a controlar o orçamento, sobretudo nos fatores tempo e custo. Ao todo, para chegar a Glasgow, viajámos desde autocarros (a maior parte noturnos), a pé a grande maior parte do percurso, de comboio, metro e ainda de ferry, de Calais para Dover.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

 

As equipas tiveram em atenção a alimentação durante a viagem e optaram por escolhas que não recaíssem sobre a Dieta Mediterrânica tradicional. Quais foram as maiores diferenças na alimentação e qual o impacto que Portugal teria se todos adotassem essas escolhas?

A dieta mediterrânica tradicional tem um enorme poder face à sustentabilidade nos dias de hoje. Reduzirmos nem sempre significa que ficamos a perder. Contudo, não podemos dizer que tivémos a alimentação que gostaríamos de ter tido, face aos custos que enfrentámos em acomodações, muitas das quais sem acesso a cozinha. Visto que muitas vezes optámos por comidas pré-confecionadas “saudáveis” que em termos eco-friendly nem sempre eram as melhores opções por estarem embaladas em plástico e que muitas vezes são as únicas opções quando se chega a um lugar fora de horas. A alimentação continua a ser, na nossa opinião, uma das grandes dificuldades face a uma alteração de paradigma para um modo de vida mais sustentável mesmo quando tido como ambição. Além disso, percebemos também que uma dieta vegetariana ou vegana nem sempre será a alimentação mais sustentável. Mantendo uma dieta equilibrada em termos nutritivos, devemos prezar pelo consumo de produtos locais e sazonais, que deverão ter uma menor pegada ecológica na produção e transporte.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

Atualmente, existe uma enorme facilidade de viajar para qualquer parte do mundo que não existia antigamente. Consideram que por ser algo mais banal as pessoas deixaram de se preocupar com o impacto que têm estas deslocações?

Creio que aqui existe um grande dilema entre o “comodismo” e a “falta de informação”. Não acreditamos que as pessoas se tenham deixado de preocupar, de todo e sim existe informação, talvez a mais e o problema é mesmo esse. Era necessária uma filtragem dessa mesma informação para a sua aplicação, uma vez que notámos que a maior dificuldade que as pessoas têm no geral é perceber como a aplicar de forma prática no seu dia-a-dia. Passámos por isto algumas vezes também. A necessidade de globalização e de a tornar mais eficiente e cómoda levou a que os transportes evoluíssem no sentido do facilitismo, talvez sem pensar tanto no impacto e nos custos ambientais associados. Sendo que viajar rápida e facilmente é hoje uma garantia para (pelo menos) a nossa realidade, estes temas começam a ganhar relevância nas nossas decisões. Ainda assim, refletimos sobre este tema quando nos juntámos para preparar o roteiro da nossa viagem. Voar ainda consegue ser um dos métodos de deslocação mais procurado quando se fala em viajar. Mas o problema não está nos aviões, porque estes em longas distâncias conseguem ser a melhor opção em termos de climas, o nosso alerta está para um planeamento prévio que tem que ser feito antes de se iniciarem viagens e deslocações de uma maneira geral, e em especial se for em prol do turismo. Notámos que de um modo geral a questão é respondida avaliando sobretudo dois vetores: custo e tempo, deixando assim a pegada carbónica para último. Embora todos os transportes que apanhamos estivessem lotados. Mais uma vez, acreditamos que ter acesso a informação clara e agregada sobre a pegada ecológica será essencial para que uma viagem seja planeada tendo em conta todos estes fatores, e tê-los ao mesmo nível para tomar uma decisão mais sustentável.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

Para além do desafio principal do projeto, as equipas também fizeram outras atividades, como negociação, sensibilização, economia circular e cooperação. Qual a que mais marcou a cada equipa e porquê?

Para a nós de todas estas atividades, a que mais nos marcou foi a entrevista em Bilbao com a @koopera_org, uma instituição sem fins lucrativos com foco na inovação social e ambiental. A conversa com Enrique Osório da equipa de marketing da @koopera_org para além de inspiradora, mostrou-nos que com um negócio focado na sustentabilidade e economia circular, é também possível colocar as pessoas no centro e trabalhar para a integração de pessoas em risco ou em situação de exclusão social. Foi com esta conversa, que inicialmente seria uma entrevista de sensibilização/desafio voxpop, que concretizamos o nosso desafio de economia circular. Ao doarmos um objeto já caído em desuso, que no nosso caso era uma câmara de filmar antiga, não só estamos a oferecer melhores condições sociais a pessoas com necessidade que trabalham na Koopera, como também temos a certeza que quem acabou por ficar com ele foi porque o desejou.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

 

Penso que a sensibilização na praia foi o que nos marcou mais. Apesar de não ter corrido como imaginámos, foi algo que sentimos que fez sentido, que ajudou e que nos conscientizou ainda mais. Limpar a praia em Bilbao foi de facto algo que nos fez pensar que não é difícil, até pelo contrário, e que basta pegar num pouco do nosso tempo e fazer essa diferença.

Joana Manta – Equipa Água

 

Não há dúvida que todos os desafios propostos pela organização, tiveram – em nós – um impacto e uma aprendizagem subjacente. No desafio de “Economia Circular”, por exemplo, foi difícil quebrar algumas barreiras. Encontrar alguém com predisposição para o desafio ou simplesmente dar a entender o objetivo da tarefa revelou-se algo complexo. Como se persuade um individuo a mudar o seu paradigma de consumo? Uma pessoa pode, efetivamente, transformar um desafio em oportunidade e essa mesma oportunidade numa ação concreta, com uma simples troca. E esse ponto, essa problemática, foi interessante de se abordar. No entanto, foi o primeiro desafio – Negociação – que conseguiu deixar a sua marca na equipa.

O desafio de Negociação fez-nos realmente compreender a complexidade de uma COP (ou pelo menos, deu-nos uma ideia mais clara e concreta do seu âmago). Ter a perceção que centenas de governos, em situações socio-económicas diferentes, têm de superar divergências, tomar decisões e implementar ações que visam metas globais de sustentabilidade, não foi nada fácil. Quando se tomam decisões de carácter conjunto e não individual, tentando chegar a um consenso, flexibilidade e adaptabilidade são fatores cruciais. Deverá ser um todo, e não partes, a assumir compromissos ambiciosos para evitar danos catastróficos para o planeta e esse foi o maior desafio.

Sara Alves – Equipa Energia

Falem-nos um pouco sobre a vossa perspetiva da experiência de representar Portugal na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Glasgow.

Mesmo antes de partirmos as três equipas fizeram uma negociação ainda na Embaixada do Reino Unido, em Lisboa, na qual durante três longos minutos discutiram e lutaram para chegarem a um acordo de climas. Parecia fácil, mas a verdade é que não foi suficiente. Isto fez com que a nossa perspetiva mudasse ao ver o esforço feito durante uma negociação desta magnitude entre quase 200 países. Por outro lado, posso dizer que nos sentimos bastante apoiados durante toda a viagem. Começando pelos nossos patrocinadores, restantes equipas, imprensa, até às pessoas que abordamos na rua, que quando descobriram do que se tratava o projeto #ClimesToGo nos olhavam com outros olhos e quando perceberam o rumo que levávamos desde Portugal até o tom de voz mudava. Percebemos que as pessoas valorizavam a nossa missão e mostravam-se interessadas em seguir o nosso percurso e inspiradas para tomar ação. Em Glasgow, podemos dizer que algo que notamos foi a união entre as três equipas, que se espalharam e divulgaram bem a nossa missão dentro da COP. Tivemos a oportunidade de falar da nossa experiência num side-event no stand da União Europeia, onde sentimos o peso da responsabilidade e o apoio e valorização externa da nossa missão.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

 

Representar Portugal num evento importante como este é de alguma forma uma responsabilidade. Foi uma experiência interessante e haver pessoas fora de Portugal a ouvirem-nos e a ficar a conhecer a nossa experiência foi ótimo. A forma como a nossa representação foi feita também nos deixou orgulhosos. Não nos apresentámos com um tipo de discurso teórico que por vezes se afasta bastante da realidade, mas sim contando uma história de uma experiência concreta que um grupo de jovens portugueses passou. Foi bom não só termos sido ouvidos, mas especialmente que esta história tivesse sido ouvida.

Joana Manta – Equipa Água

 

Para a equipa, a realização de que fizemos parte de algo tão massivo, necessário e significativo foi bastante motivador e estimulante. Naquele enquadramento, tivemos a percepção que somos uma pequena parte da equação no desenvolvimento de um planeta e futuro mais sustentáveis e, diria até, que nos sentimos “diplomatas da sustentabilidade” e não apenas os representantes de um projeto ou mesmo de um país. A partilha da nossa aventura, na COP26, foi o culminar de vivências e aprendizagens conseguidas através das nossas escolhas, das interações, opiniões e testemunhos recolhidos ao longo da viagem. Na ótica de que não estivemos/estamos sozinhos e que cada indivíduo, seja qual for a sua origem, pode e deve contribuir na construção de uma sociedade mais sustentável e inclusiva. Que as nossas ações, deverão ser menos individuais e mais conjuntas para realmente fazer a diferença.

Sara Alves – Equipa Energia

Pretendem desenvolver mais projetos na ótica da sustentabilidade?

Claro que sim! Penso que falo por todos quando digo que nós os 4 ou até mesmo os 12 estaríamos interessados em trabalhar/apoiar mais projetos e iniciativas com os mesmos objetivos/ valores da ClimesToGo. Hoje em dia existem várias maneiras de nos podermos tornar ativos no que se trata de sustentabilidade, para além de que uma das características que encontrei na minha equipa (EPC) é que alguns de nós já tinham desenvolvido projetos no âmbito da sustentabilidade mas que no fundo éramos meros “cidadãos normais”, com noções básicas sobre a mesma, e que agora tornámo-nos mais conscientes, a querer melhorar e mudar pequenos hábitos diários com grande impacto na sustentabilidade do nosso planeta (reduzir o tempo de duches, aderir a economias circulares, etc). E que queremos continuar a passar esta mensagem de que todos temos o nosso papel e responsabilidade, que afinal vivemos todos na mesma casa.

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

 

Penso que sim, diria que num futuro seria algo a pensar em projetar, pois é necessário e importante a apelar a tal.

Joana Manta – Equipa Água

 

Temos um caso particular na equipa, o Tiago Marques, que trabalha na área da sustentabilidade, com enfoque em “Economia Circular”. No seu dia-a-dia, desenvolve projetos em prol de um planeta, sociedades e economias mais sustentáveis e viáveis. Escusado dizer, é uma inspiração.

Mas como podemos nós, pessoas sem uma ligação direta a um projeto/empresa desse carácter, adotar medidas mais sustentáveis, não só no nosso meio privado mas também a um nível social e profissional? Como podemos influenciar “o outro”? No rescaldo desta experiência, fica a vontade de desenvolver projetos nesta área, fica o espírito da mudança. Ainda à descoberta do que poderá vir a ser um próximo projeto, sabemos que queremos sensibilizar e informar quem nos rodeia, para que haja mais ação. Queremos zelar por um planeta sustentável, através de uma atitude consciente e evolutiva, que deve estar em todas as esferas das nossas vidas.

Cada um de nós tem o poder para fazer uma diferença positiva através das escolhas diárias, pois estas têm impacto. Com pequenas atitudes, podemos fazer a nossa parte e pressionar autoridades e governos para cumprirem as medidas propostas. As pessoas, em tudo o que fazem, criam, produzem ou consomem algo. Aproveitar tudo o que temos disponível da melhor forma é um dos caminhos para não correr o risco de ver o fim dos nossos recursos. Ações sustentáveis, comprovadamente, podem salvar o planeta e melhorar a qualidade de vida desta e das futuras gerações.

Sara Alves – Equipa Energia

Tomás Fernandes – Equipa Produção e Consumo – Vencedores

Tomás Fernandes tem 24 anos e é de Lisboa. Licenciado em Design de Ambientes na ESAD.CR em 2018, fez, mais tarde, em 2021, uma pós-graduação em Design Gráfico na ETIC.

Joana Manta – Equipa Água
O meu nome é Joana Manta, tenho 22 anos, sou Fotógrafa e Editora de Vídeo. Estudei fotografia na Epi e Pós-Produção de Vídeo e Grafismo na Etic. A paixão pela área surgiu aos 12 anos e desde aí que ela tem vindo a crescer, o que, pretendo fazer muita coisa através destas artes. Sou uma pessoa que tem vindo cada vez mais a preocupar-se com o planeta e pretendo ao longo da minha vida poder fazer a diferença, seja ela como for, grande ou pequena.

Sara Alves – Equipa Energia

Sara Alves, lisboeta, designer de formação e aspirante a “Motion Designer”. Transformar problemas complexos em soluções gráficas simples, atrativas e intuitivas faz parte do seu quotidiano. Apaixonada por Motion Design, encontra-se a aprender e a melhorar estas competências, motivada pela diversificação de soluções criativas que podem ser encontradas. Quando não se encontra a manipular pixéis, encontram-na a passear o Goya – um cão muito castiço.

Miguel Galinha – Organização

Miguel Galinha, possui licenciatura em Engenharia Química e Biológica pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e mestrado em Engenharia da Energia e do Ambiente pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Detém uma formação em gestão LEAN através do programa “LEAN Academy for IST Engineers”.

Desde 2016 é consultor na Get2C e as suas principais responsabilidades consistem em prestar apoio em serviços de consultoria no âmbito do CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) e na elaboração de inventários de carbono em diferentes setores industriais. Relativamente a este último, tem prestado apoio na componente técnica através da elaboração de fórmulas e de metodologias, nas componentes de cálculo de emissões e na recolha de dados. Trabalhou num projeto da Comissão Europeia no sentido de atualizar a lista de créditos de carbono elegíveis no âmbito do CELE e fez parte da equipa de trabalho para a elaboração dos Roteiros Municipais de Cascais e Azambuja para a Neutralidade Carbónica.

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O projeto “Há causas que nos vestem bem”, promovido pela MO, marca portuguesa de moda da Sonae Fashion, angariou mais de 22 mil euros a favor do IPO (Instituto Português de Oncologia). 

Esta iniciativa, já na sua 3ª edição, foi criada com objetivo de alertar para a necessidade da prevenção e importância do rastreio e do diagnóstico precoce do cancro da mama, contribuindo também com uma doação monetária direta a favor das delegações de Porto, Coimbra e Lisboa do IPO. 

O valor de 22.479 euros foi angariado com a venda das t-shirts solidárias para toda a família nas lojas MO e em www.mo-online.com durante outubro – o mês internacional da prevenção do cancro da mama. 

Este donativo monetário da MO pretende contribuir para continuar a proporcionar aos doentes do IPO as melhores condições de prestação de cuidados de saúde e ajudar a investir no futuro do tratamento contra o cancro.

Pela primeira vez desde o início desta iniciativa, em 2019, foram desenhadas t-shirts a pensar em toda a família: mulher, homem e criança, reforçando a mensagem de que o apoio familiar é fundamental no contexto desta doença. 100% made in Portugal, as t-shirts contavam com um desenho original de Joana Soares, mais conhecida como Violeta Cor de Rosa, que ilustrou a empatia através de formas que quase parecem sorrisos. 

Diana Teixeira Pinto, diretora de marketing e e-commerce da MO, afirma: “Trata-se de um projeto já emblemático para a MO, e no qual toda a nossa equipa se empenha de uma forma incansável. Este ano, e procurando envolver os familiares mais próximos numa missão que os coloca à prova, decidimos apresentar uma proposta de valor que abrangesse toda a família. Em nome da MO, queria uma vez mais agradecer a todos os nossos clientes que não hesitaram em abraçar esta causa tão nobre.”

No âmbito das três edições do projeto “Há causas que nos vestem bem”, iniciado em 2019, a MO já angariou um valor total de mais de 65 mil euros a favor das três delegações do IPO.

O cancro da mama é o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o tumor maligno mais frequente entre as mulheres. Em Portugal, com uma população feminina de 5 milhões, foram diagnosticados, em 2020, cerca de 7.000 novos casos de cancro da mama e 1.800 mulheres morreram vítimas desta doença. Apesar de ser o tipo de cancro mais incidente na mulher, com maior número de casos, cerca de 1 em cada 100 cancros da mama são detectados em homens.

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A REN – Redes Energéticas Nacionais (REN) foi distinguida com o galardão “Gold Standard” pela Oil and Gas Methane Partnership (OGMP 2.0) no seu relatório anual de 2021, pelo compromisso e ação da empresa na redução das emissões de metano, um gás de efeito estufa muito poderoso e cujas emissões são a segunda maior causa do aquecimento global.

O galardão “Gold Standard”, atribuído este ano à REN (Gasodutos, Atlântico-Terminal de GNL e Armazenagem), premeia as empresas que apresentem um programa de implementação robusto para a quantificação e redução de emissões de metano, de forma a terem um nível 4/5 (numa escala de 5) em 2024, nos ativos por si operados.

A OGMP 2.0, encabeçada pela UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em parceria com a Comissão Europeia, Governo do Reino Unido, Fundo de Defesa Ambiental e as principais empresas de Oil and Gas, tem como objetivo a redução das emissões de metano e apoia a implementação de um sistema de monitorização, relatório e verificação bem estruturado e adequado, para detetar e quantificar com maior precisão as emissões por parte dos operadores do setor. Os relatórios anuais desta iniciativa afiguram-se como o mais alto padrão de relatórios de metano, ao exigir que as empresas reportem as suas emissões de todas as fontes de ativos ao longo de toda a cadeia de valor.

Ao participar nesta iniciativa desde a sua fundação, a REN vê premiado o seu desempenho relativamente à integração das fontes de energia renováveis, demonstrando o seu compromisso com os objetivos de atingir a neutralidade carbónica até 2040, de manter um desenvolvimento sustentável e combater as alterações climáticas, ao mesmo tempo que reforça a solidez financeira e o desempenho operacional de excelência da empresa.

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O balanço de carbono do sistema Corkeen, solução revolucionária de superfícies amortecedoras de impacto para espaços de jogo, lazer e recreio é de -102kg CO2 eq/m2. Isto significa que o sistema Corkeen promove um sequestro de carbono no montado que é superior às emissões de CO2 que resultam da sua produção.

O estudo de Pegada Ambiental conduzido pela EY, segundo uma perspetiva de Ciclo de Vida, que considera também o sequestro da floresta do montado, baseou-se na abordagem cradle-to-gate, contemplando os impactos ambientais de todas as atividades, desde a extração da matéria-prima, passando pela produção de todos os componentes até à porta da fábrica, e incluiu ainda as fases de expedição e de instalação. Isto tendo presente que o sistema Corkeen, concebido pela Amorim Cork Composites, Unidade de Aglomerados Compósitos da Corticeira Amorim, é instalado in situ como um sistema de duas camadas (uma primeira camada na base para absorção de impacto e uma camada superior à prova de desgaste).

Produzido com cortiça, uma matéria-prima 100% natural, reciclável e renovável, o inovador piso Corkeen alia credenciais de segurança, acessibilidade e sustentabilidade, combinando os conceitos Comunidade, Natureza e Planeta. Desenvolvido de acordo com os princípios da economia circular, o sistema Corkeen tem na sua composição desperdícios resultantes da indústria da cortiça. Além disso, a energia utilizada para a sua produção provém sobretudo do uso de biomassa (pó de cortiça).

O facto de ser instalado in situ como sistema de duas camadas permite preservar os seus atributos únicos e, mesmo após anos de utilização, a superfície Corkeen possui uma excelente capacidade de drenagem, consegue baixar a temperatura da superfície em mais de 20% quando comparado com outras soluções sintéticas, e oferece um desempenho técnico de última geração, em concordância com rigorosas normas de segurança (EN1176 e EN1177).

À prova de intempéries, de fácil manutenção, imputrescível e ignífugo, o sistema Corkeen reduz igualmente a propagação de microplásticos. Na verdade, a cortiça usada na sua composição é completamente livre de contaminação de todos os tipos de produtos químicos, nomeadamente os metais pesados, EDC, COVs, formaldeídos ou HAPs.

Cumulativamente, e sempre beneficiando das singularidades ímpares dessa matéria-prima irreplicável, «o sistema Corkeen – como afirma António Rios de Amorim – é ecológico. Contribuindo dessa forma para a diminuição das emissões de CO2 na atmosfera e promovendo um Planeta mais verde, saudável e sustentável». O presidente e CEO da Corticeira Amorim sublinha ainda que «que estes estudos de Pegada Ambiental revelam o esforço contínuo da Corticeira Amorim em aprofundar o enorme contributo do montado, e de toda a fileira da cortiça, através de apurada, validada e ratificada investigação sobre a matéria, na resposta às alterações climáticas».

A metodologia dos estudos da EY teve por base as normas ISO 14040/44, complementadas com as diretrizes do International Reference Life Cycle Data System (ILCD). Os dados associados à produção foram fornecidos pela Amorim Cork Composites, ao passo que os processos gerais de produção associados à produção das matérias-primas, energia, transporte e gestão de resíduos foram obtidos na base de dados ecoinvent 3.5.

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A adesão ao evento, que se realizou em formato híbrido e simultaneamente com a Segurex, superou as expectativas da organização, tendo contado com a presença física em ambos os eventos de cerca de 9000 visitantes a que se juntaram mais de 3800 participantes em formato digital, totalizando cerca de 12.800 participantes que tiveram a oportunidade de ouvir peritos em matérias fundamentais ao desenvolvimento das cidades inteligentes e ver as soluções apresentadas pelos expositores.  Ao contar com a presença de vários oradores e expositores de outras geografias, o evento adquire um novo posicionamento no panorama internacional. 

Os Municípios marcaram forte presença no Evento, concretizando-se na participação de mais de 60 autarcas na Conferência das Autarquias e no almoço de Autarcas que se seguiu. De referir ainda, a presença na exposição de Câmaras Municipais de Lisboa, Seixal, Torres Vedras, Aveiro, Coimbra, Fundão e Vila Nova de Famalicão, que participaram com o duplo objetivo de dar a conhecer as soluções smart implementadas nos seus territórios e de captar a atenção de investidores tecnológicos para se fixarem nas suas regiões.

O balanço feito pelos expositores em geral e autarcas em particular, foi positivo, o que permite perspetivar um crescimento assinalável do evento em maio de 2022.

As cidades apresentam-se como “as grandes catalisadoras das dinâmicas económicas sociais, e tecnológicas, referiu Jorge Rocha de Matos durante a apresentação do evento, destacando de seguida o papel dos municípios no “desenvolvimento das cidades inteligentes e inclusivas”.

João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, destacou igualmente a importância das cidades para se conseguir atingir a neutralidade em carbono, dando como exemplo a necessidade de se apostar nos transportes coletivos para se concretizarem as metas de descarbonização. 

Alexandra Leitão, Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, evidenciou o papel das cidades com o contributo de 60% do PIB Global, alertando para o facto de contribuírem para 70% das emissões globais de Carbono e 60% de Consumo dos Recursos. Defendeu a descentralização, processo que ficará concluído em 2022 e que dará aos autarcas as competências e autonomia necessárias para gerirem com eficácia os recursos públicos.

De referir a participação de líderes de mercado como a NOS, parceira oficial do evento, entidades aglutinadoras como o GeSi, entidades públicas como os Ministérios ou as Câmaras, e ainda instituições de ensino como o ISCTE, o ISEC, entre outras. 

Na Conferência “Smart Cities – a transformação sustentável” Manuel Ramalho Eanes, afirmou que o 5G é uma revolução do ponto de vista tecnológico, da sociedade e ambiental. Com o 5G, prevê-se uma redução de 5% na emissão de CO2 a nível global. 5G significa 10 vezes mais velocidade, 1 décimo do tempo de resposta, 1 mihão de objectos ligados por km2 e 1 rede super resiliente. Em tom de conclusão, afirmou que a tecnologia já existe e desafiou os presentes a apresentar problemas que gerem valor para que se apresentem as soluções.

No âmbito do programa de conferências, de referir ainda temas como o Financiamento, a Transição Energética, the New European BAUHAUS, a Saúde e Bem-Estar nas Smart Cities, a Mobilidade, as novas oportunidades no sector da Água, a questão dos Resíduos, Ambiente e Sustentabilidade. Esta iniciativa contou ainda com o espaço “GeSi Pitch Area “destinado a empresas e startups, que recebeu mais de 30 apresentações, destacando-se a entrega dos certificados Digital with Purpose às empresas-membro do GeSi. 

O Portugal Smart Cities Summit, conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República e o apoio institucional do Ministério da Economia e da Transição Digital, do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

O debate sobre as cidades inteligentes continuará no Portugal Smart Cities Summit em maio de 2022.

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Abraçando o desafio de chegar a cada vez mais sushi lovers, Sushi At Home lança novos produtos indulgentes, como os Pops de Camarão e os Freezy Roll, mas também menus adequados às mais variadas dietas alimentares, de que são exemplo dos packs Low Carb e o menu vegetariano Rainbow, e termina ainda o ano com a abertura de uma nova loja no Cacém, estreando-se pela primeira vez na linha de Sintra.

Caracterizando-se pelo conceito inovador de aliar a diversidade de produtos à praticidade da entrega, Sushi at Home idealiza os seus produtos para responder aos pedidos e necessidades individuais de todos os apreciadores de sushi. 

Para fazer chegar a qualidade e inovação da gastronomia japonesa a ainda mais pessoas, a abertura das novas lojas possibilita alargar o raio de entregas na linha de Sintra, chegando agora a locais como Belas, Rio de Mouro, Linhó e Quinta da Beloura, entre muitos outros, para que todos desfrutem de uma experiência única.

Consciente da situação ambiental que o planeta atravessa, o Sushi At Home sentiu a necessidade de agir e não só reduziu 90% da utilização de plástico, como desenvolveu uma parceria com a EPAL para incentivar o consumo de água da torneira e assim abolir a água engarrafada PET e desenvolveu ainda hashi descartáveis e molheiras compostas por cana-de-açúcar, alterando assim todos os consumíveis para materiais menos poluentes ou reutilizáveis. Todas estas medidas são assinadas sob o conceito de Sushitentabilidade, criado pela marca, para agradecer tudo o que a natureza oferece. Adicionalmente, embora a marca de sushi delivery tenha crescido exponencialmente durante o período de pandemia, esta demonstrou também a sua consciência social ao alterar 80% dos seus fornecedores para negócios locais, ajudando assim a combater a crise económica ao valorizar o que é português.

Apresentando um sushi de qualidade acessível a todos, Sushi at Home está disponível para entrega a casa num raio de 10km de cada uma das suas lojas – Algés, Carcavelos, Laranjeiras, Odivelas, Sacavém e agora no Cacém – entre as 12h00 e as 16h00 de terça-feira a domingo e entre as 19h00 e as 23h00 de segunda-feira a domingo.

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Sandra Cardoso, presidente do SOS Animal, fala-nos sobre a grande problemática dos plásticos nas indústrias, o seu impacto e a urgência de alterar os nossos hábitos de consumo. Uma entrevista que nos revela a realidade que muitos ignoram.

Já existem muitos seres vivos que já têm os seus organismos com plástico. É preciso reinventar completamente a indústria do plástico para que esta situação se reverta?

Sim, infelizmente o plástico já está provado que está presente como microplástico em muitos seres vivos que habitam a água mas também muitos seres vivos que através da ingestão da água ficam contaminados com microplástico. Já se encontrou até microplástico na placenta de uma mulher grávida. Isto é um problema grave, transversal a todos os seres, não só mamíferos mas também aves, répteis, até mesmo insetos já sofrem com o plástico e microplástico. 

Quando se fala de reinventar a indústria do plástico, das duas uma: Ou a indústria se consegue transformar em plástico biodegradável uma vez que já existe tecnologia capaz para tal; Ou a indústria como a conhecemos, desde garrafas de refrigerantes aos sacos dos supermercados, tem de desaparecer. Não existe outro caminho, é necessário eliminar o plástico como o conhecemos e substituí-lo por um componente que é um plástico biodegradável. Quando falamos em biodegradável quer se dizer um componente que se decomponha em meses e não em 50 ou 60 anos. 

 

Estando os consumidores a ser confrontados com plástico muitas vezes no nosso dia a dia, como é que podemos evitar o consumo deste tipo de material?

Pode-nos parecer pouco mas se nós formos ao supermercado e levarmos os nossos próprios recipientes ou plásticos, ou mesmo sacos de pano para trazer todos os legumes ou frutas que consumimos, já estamos a reduzir a pegada que fazemos semanalmente, sendo esta uma redução bastante significativa.

Alterar pequenas ações no nosso dia a dia, como evitar copos de café de plástico, o fast food também é outro mercado que utiliza muito plástico, apesar de muitos restaurantes já estarem a substituí-lo por cartão, optar por champôs sólidos e não embalagens de plástico, entre outros. 

É preciso ter uma visão crítica de todos os produtos que adquirimos, se são ou não efetivamente fundamentais para nós, ou se são artigos que não têm tanta relevância e pouco uso lhes vamos dar. A maior parte dos artigos são feitos ou estão embalados em plástico. Se nós conseguirmos ser conscientes nestas escolhas já estamos a reduzir uma parte muito significativa da nossa pegada ambiental e é uma decisão que parte de nós, não necessariamente das empresas.

A campanha da SOS Animal Portugal, Se Nada Fizermos, Em 2050 Teremos Mais Plástico do que Peixes no Mar, pretende alertar para a mudança de hábitos de consumo de cada um de nós. Apesar deste tema ser trazido para cima da mesa, é preciso uma maior consciencialização das empresas e dos consumidores para este tema?

Efetivamente as empresas são a grande alavanca do consumo desenfreado e têm de ser elas a tomar uma atitude para mitigar o problema grave que é a gestão dos plásticos e dos resíduos que temos no planeta, até porque já temos continentes de plástico porque não conseguimos gerir este problema atempadamente. 

As empresas não o vão fazer, simplesmente porque são altruístas. Ou o fazem porque existe uma legislação que os obrigue, e é pena que a União Europeia não trabalhe mais neste sentido para que, pelo menos, os estados membros fossem obrigados a erradicar o plástico. Ou o fazem porque os seus consumidores assim o exigem. 

Por exemplo, eu adoro coca-cola e deixei de o fazer com tanta regularidade por ter consciência que a garrafa tinha um impacto gigante nos ecossistemas do mundo inteiro. O mesmo tenho feito com muitos outros produtos que vêm embalados em plástico, prefiro evitá-los por ter essa preocupação ambiental.

Vai eventualmente haver dois caminhos: ou pela obrigação da legislação, que deve ser implementado o mais rápido possível; ou pelos próprios começam a reduzir o consumo, comunicando com a marca através de reclamações para que a indústria não se mantenha assim.

Embora a nossa campanha tenha sido importante e chegado a milhares de pessoas, felizmente, é apenas uma companha. Precisamos de constantes campanhas e informação sobre esta temática para que consigamos consciencializar os portugueses, europeus e as pessoas do mundo inteiro. 

Os países mais ricos podem optar por dizer que não ao plástico e não o fazem por desinformação ou ocultismo, já os países menos desenvolvidos têm mais dificuldades ou muitas vezes não podem optar por outros caminhos. Por isso mesmo, é nossa obrigação, enquanto países desenvolvidos, arranjar soluções e até mesmo ajudar os países menos desenvolvidos

São muitas as espécies marinhas a ser afetadas com a poluição do plástico nos oceanos. Sente que as pessoas têm noção da verdadeira dimensão do problema?

Os artigos científicos comprovam que todas as espécies marinhas, nomeadamente os corais, que também são animais, estão a ser extremamente afetados pela poluição do plástico numa proporção catastrófica pelo nosso consumo desenfreado do plástico. A meu ver, a população sabe que isto existe, mas não percebe ou não quer perceber (por comodismo muitas vezes) a dimensão do problema e como isto pode afetar até a sobrevivencia da espécie humana.

 

Uma das principais fontes de poluição dos mares são as redes de pesca. Que ações considera importantes para reduzir este impacto?

As redes de pesca que são deixadas, que se partem ou perdem, têm um impacto brutal em todos os animais. Por um lado, é realmente importante haver uma fiscalização acesa, que não há, de quantas redes vão para o mar e quantas regressam e haver mesmo um fundo como projeto financiado por quem pesca para recolha destas redes no sentido de não causar os danos que elas causam. Por outro lado, teremos de pensar que a abolição da pesca terá de ser uma opção, uma vez que esta indústria não tem apenas o impacto das redes que são deixadas, mas também o facto de estarmos a retirar especies que têm um efetivo muito reduzido sendo que muitas já em vias de extinção outras já foram extintas por sobrepesca. 

O que estamos a fazer é retirar espécies dos oceanos que são fundamentais nas cadeias tróficas e a partir do momento que uma sai começa a haver um efeito borboleta em todas as outras e que irá também chegar ao humano.

Assim, considero que uma ação importante seria terminar com a pesca, principalmente pescas de arrasto e de grande escala entre outras e haver uma fiscalização muito mais apertada às multinacionaisque estão a devastar os oceanos com as suas pescas para tentar suprimir esta demanda de consumo de animais que às pessoas continuam a fazer sem pensar no impacto que isto tem no planeta.

 

O facto do vírus Covid-19 ser extremamente transmissível faz com que os materiais utilizados (por exemplo as máscaras) apenas possam ser utilizados uma única vez e que sejam extremamente descartáveis. Considera que a pandemia foi um fator que veio aumentar os níveis de poluição ambiental?

Efetivamente a pandemia veio trazer um acréscimo à utilização de equipamentos de proteção plásticos na sua maioria, nomeadamente no setor médico mas também no dia a dia das pessoas. Veio aumentar exponencialmente o consumo destes dispositivos médicos e já está a ter um impacto gigante uma vez que já temos muitas espécies que são encontradas com máscaras, luvas, etc. Apesar de se tratar de artigos que são essenciais para nós sobrevivermos a esta fase de pandemia, não se está a fazer uma gestão consciente, racional e sustentável para estes resíduos e vai aumentar muito os níveis de poluição.

Estando o plástico a afetar todos os seres vivos, e estando a SOS Animal alerta para isto, que outras iniciativas têm levado a cabo, além da meritória campanha desenvolvida?  

A SOS Animal tem levado a cabo várias iniciativas, desde a sua fundação, para alertar para o problema do consumo de plástico e o impacto que tem na vida de todos os seres. Já fizemos campanhas e ações nas escolas com crianças, nomeadamente o “um dia fish”, onde promovemos a literacia sobre o mar, a utilização do plástico e o seu impacto nos ecossistemas. Temos vindo a alertar de diversas formas para esta questão de modo a reduzir ou até mesmo a abolir o plástico como o conhecemos.

 

Alguns dos vídeos que estão no vosso website são muito fortes e mostram uma realidade de maus tratos aos animais que para muitos passa ao lado ou é desconhecida. Quer deixar algum apelo às pessoas?

Os vídeos que nós fazemos são fortes porque, efetivamente, é uma realidade que existe, ainda assim muito editada de modo a não ferir as suscetibilidades das pessoas. O que pretendemos com estes vídeos é alertar a consciência das pessoas e levá-las a fazerem escolhas, enquanto consumidores, ou enquanto cuidadores de animais, mais éticas e respeitadoras do bem estar animal.

Relativamente ao apelo: Vivemos num mundo que não é nosso, foi-nos emprestado pelas gerações que ainda hão de vir. Gostaria que as pessoas fizessem com o planeta o que fazem com a sua própria casa: cuidar o melhor possível para que possamos ter um planeta onde as gerações futuras possam ter um mar azul, um céu limpo, um ar respiravel, uma terra passível de ser lavrada. 

Estamos a observar a destruição de todos os ecossistemas viáveis da terra, e muito em breve tudo será artificial e teremos de viver em ambientes especialmente criados para que possamos manter-nos vivos. Além de devastarmos todos os outros ecossistemas de forma selvagem, estamos a caminhar para a aniquilação da nossa própria espécie. Portanto, quando temos um ato de consumo deveríamos estar mais conscientes que é uma forma de proteger ou de destruir o planeta. É necessário sermos mais conscientes de que cabe a cada um de nós a responsabilidade da proteção do nosso planeta, dos animais que dependem de nós e dos animais que estão nos ecossistemas selvagens.

Nasceu em Lisboa a 28 de maio de 1979, é Licenciada em Ciência em Comunicação com especialização em Comunicação Institucional, Mestre em Medicina Veterinária e Doutoranda em Ciências Veterinárias pela Universidade do Porto – ICBAS. Ativista pelos direitos dos animais e da natureza e médica veterinária, é a fundadora e Presidente da SOS Animal – Portugal desde 2007, uma ONG nacional de defesa dos animais e da natureza. Diretora Clínica da Clínica veterinária HVS SOS Animal desde 2015, foi produtora e realizadora da ideia original dos programas de televisão da SIC Generalista SOS Animal temporada 1 ( 2013) e 2 (2016) e À Descoberta Com temporada 1. ( 2019). Ganhou os prémios de Mulher Activa 2010 e Personalidade do Ano Lux 2014.

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O Natal é muitas vezes uma época de grandes consumos e muitas vezes, excessivos e muito pouco sustentáveis. A Green Purpose dá-lhe 24 dicas para oferecer um presente sustentável e contribuir para um mundo mais limpo, diminuindo a nossa pegada ecológica no mundo. Todas estas marcas estão focadas numa economia circular.

Coleiras Pretty Mutts

A coleira é feita à mão, com uma fita de cânhamo orgânica com a cor natural complementada com fecho e acessórios em metal, com a possibilidade de escolha de três cores, dourado, prateado e rose gold. O packaging foi pensado para evitar a 100% o uso de plástico e tinta.

26,00€

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Pack Champô One & Done Shaeco

O pack de um champô One & Done, uma saboneteira Seashell e um Saco Carry On Pure Bag permite-te usar o champô, guardá-lo entre lavagens e utilizar o saco para transportar outros bens essenciais quando viajas. O saco de pano Carry On, 100% algodão e produzido em Portugal, pode, ainda, ser usado para transportar outros produtos de higiene ou bens essenciais.

34,90€

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Pack Infinite Book 

O Infinitebook é um presente sustentável perfeito, porque sempre que tiver cheio é possível apagar tudo e recomeçar da primeira página. As vezes que quiser. O Kit Starter infinity book é composto por 1 Infinitebook A5 Iconic Makers, 1 Marcador Preto, 1 Suporte de Caneta Adesivo, 1 KIT de Limpeza.

27,90€

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Botas Lemon Jelly

As botas Lemon Jelly são vegan, fabricadas em portugal, têm uma palmilha em microfibra absorvente com transfer da marca, são confortáveis, têm sempre presente o aroma refrescante a limão.

99,90€

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Life in a Bag

Grow Bag

Com este saco pode cultivar hortelã, manjericão, morangos, tomate, entre outros, durante todo o ano e de uma forma muito simples. Basta colocar junto a uma janela, regar regularmente e dar um pouco de carinho.

10,00€

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Mini-Horta

Nesta mini horta pode cultivar durante todo o ano junto a uma janela, os seus mini legumes, baby leaves ou ervas aromáticas preferidas. Uma caixa em metal com tampa de cortiça, embalagens com substrato, bolas de argila, 2 pacotes de sementes biológicas, marcadores e instruções para cultivo.

30,00€

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Postais de Natal com Sementes

Um postal em papel reciclado de algodão com sementes e uma árvore em cortiça para destacar e montar. O papel é feito a partir de trapos de algodão, onde foram incluídas sementes de flores.

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Peça de roupa ISTO.

Trata-se de uma colecção feita a partir de materiais orgânicos e naturais que é feita para parecer espantosa, encaixar perfeitamente e durar mais tempo, tanto para homens como para mulheres.

ISTO. não depende de colecções sazonais. Preocupamo-se com as roupas do dia-a-dia e adaptam-se às nossas necessidades diárias.

90,00€

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Peça de roupa Naz

Mantenha o vento fora e o calor dentro com os nossos novíssimos gorros da Naz.

Feitos inteiramente de excedentes de materiais reciclados, dando uma nova vida a estes materiais que de outra forma seriam deitados fora.

36,80€

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Capa Tablet ou iPad re.store

Um interior em felpo 100% algodão, é ideal para proteger e limpar o seu Tablet ou iPad enquanto os transporta para onde quer que vá! Os tecidos utilizados para confecionar esta bolsa resultam da reutilização de desperdícios e sobras da indústria têxtil portuguesa.

17,95€

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Óculos Pica-Pau

Todos os nossos óculos são produzidos manualmente e de forma sustentável, utilizando materiais amigos do ambiente, como a madeira, cortiça, pedra natural, acetato vegetal ou bambu.

79,00€ – 99,00€

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Balde de Compostagem Gato Preto

Uma solução sustentável e económica ótima para reduzir o volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros e geram prejuízos. Disponível para 3l ou 5l.

Pode aprender como fazê-lo no nosso artigo sobre compostagem.

19,99€ – 24,99€

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Sabonete vegan Atelier do Sabão

Os sabonetes do Atelier do Sabão são produzidos a partir de óleos vegetais, sem conservantes químicos, tornando-o um produto 100% natural e biodegradável.

Existem várias opções de cheiros da edição especial de sabonetes vegans como laranja, canela, rosas, entre outros.

3,5€ – 7€

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Capa telémovel 100% compostável

As capas Zeroish são 100% compostáveis. São feitas de uma mistura de bioplásticos e fibras de bambu, uma opção eco-friendly que não compromete o design. Está disponível em várias cores como, preto, azul e rosa.

24,00€

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kit talheres Bambaw

Conjunto perfeito para manter o planeta verde e livre de plásticos, que infelizmente acabam em aterros e oceanos e que levam centenas de anos para se decompor. No final da vida deste conjunto, os talheres de bambu podem ser compostados e a bolsa pode ser lavada e reutilizada durante anos.

11,95€

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Creme esfoliante Rituals

Consiga uma pele extremamente suave com o esfoliante de corpo totalmente natural à base de cristais de açúcar de The Ritual of Namaste.

15,90€

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Kit higiene oral sustentável

O Kit de Natal “ORAL CARE” é um conjunto de artigos naturais e sustentáveis para manter uma higiene oral saudável e completa, livre de químicos e de plástico. Pode escolher a escova e pasta de dentes que mais se adequam ao seu gosto e às suas necessidades.

Este conjunto inclui: 1 Escova de Dentes em Bambu; 1 Pasta de Dentes Natural 60ml, 1 Espátula em Bambu, 1 Raspador de Língua.

21,54€

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Cinzeiro portátil naturu

Cinzeiro portátil, natural, resistente e biodegradável. Produzido à mão e 100% ecológico.

O recipiente é feito de bambu natural, material extremamente resistente como o aço. A rolha de cortiça é leve, impermeável a líquidos e a gases com capacidade para 12 beatas.  Os cinzeiros são produzidos à mão de forma artesanal, cada produto é único com a sua respetiva personalidade.

24,50€

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Vela ecológica nidoere

Feita à mão, com cera 100% renovável e eco-sustentável, sem parafina e sem químicos. Fragrâncias sem ftalatos, parabenos, vegan, e cruelty-free. 10% dos lucros são revertidos para a Associação VERDE, para a conservação de árvores de grande porte.

Existem mais opções de cheiros como Salvia & Couro, Baunilha & Noz, Maçã & Canela, entre outros.

17,00€

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Cabaz de Natal Quinta do Arneiro

Este é um presente 100%biológico, 100%nacional, 100%sazonal, 100% útil e com dicas para 0% de desperdício. Pode optar por um cabaz pequeno, médio ou grande com produtos ou optar por personalizá-lo ao seu gosto.

Dos mais salgados aos mais doces, dos com 100‰ de produtos da Quinta a outros onde entram outros produtores escolhidos pela qualidade e práticas que admiramos.

14,00€ – 140,00€

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Swatch BIOCERAMIC

Uma bracelete em branco mate com materiais de origem biológica e presilhas brancas adornam esta preciosidade BIOCERAMIC. 

Pode saber mais informações sobre esta coleção e o material utilizado pode ler a notícia que está no nosso site.

75,00€-125,00€

Pode encontrar o artigo aqui.

 

 

Garrafa de água ecológica

A garrafa térmica, da Dopper, de 580ml é uma poderosa aliada no combate à poluição do plástico e mantém a sua bebida quente por 9 horas ou fria por 24 horas. Além disso, pode ser tanto uma garrafa como um copo.

Não contém substâncias tóxicas ou proibidas (como o Bisfenol A) e é capaz de poupar no mínimo 40 de garrafas por ano e por pessoa.

34,50€

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Meias CHULÉ

Produzidas com tecnologia seamless de modo a obter uma meia sem costuras na biqueira. Feitas com 80% de algodão orgânico, 17% poliamida, 3% elastano e fabricadas em Portugal

Existem várias coleções disponíveis no site, bem cmo packs de bola, surpresa, as ilhas e kits de natal e vai a jogo.

A CHULÉ criou a caixa solidária com o objectivo de apoiar a SOUMA nesta luta que é de todos nós. Ao adicionares uma caixa solidária ao teu carrinho, estás a ajudar a SOUMA directamente com uma refeição.

8,95€ – 40€

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Sapatos Wayz

Sapatilhas são fabricadas em Portugal, feitas a partir de couro vegetal, poliéster reciclado, algodão, borracha reciclada, e parte da receita é doada à instituição de solidariedade social do Porto.

99,00€ – 150,00€

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No âmbito do programa Re-Source, promovido pela  Sociedade Ponto Verde e gerido pela consultora de inovação colaborativa Beta-i, 13 parceiros e 20 empreendedores de 10 países – incluindo Portugal – começaram a desenvolver em conjunto projetos-piloto focados em aumentar as taxas de reciclagem junto dos consumidores e dar origem a novas soluções para categorias específicas de  resíduos. 

O Re-Source é uma iniciativa de inovação aberta da Sociedade Ponto Verde, no qual a  Beta-i aplica a sua metodologia colaborativa, orientada ao desenvolvimento de soluções  e parcerias entre empresas, startups e demais parceiros de inovação, relacionadas com  a recolha e triagem dos diversos tipos de embalagens encontradas no uso doméstico,  bem como com o complexo processo de tratamento desta heterogeneidade e os seus  resíduos. O programa contou com o envolvimento da Câmara Municipal de Mafra,  Cascais Ambiente, Central de Cervejas e Bebidas, CTT, Saica Natur, Lipor,  Lusoforma, Nestlé, NEYA Hotels, Ovo Solutions, Super Bock Group, TRATOLIXO  e Vidrala, com a intenção de conectar esta abordagem de inovação com outros  parceiros posicionados estrategicamente na cadeia de valor da Sociedade Ponto Verde. 

Durante quatro meses, parceiros e empreendedores dedicaram-se à criação de pilotos  para reforçar a confiança e conhecimento dos consumidores, assegurar uma maior taxa  de separação de resíduos de embalagens, quer no canal doméstico, quer no canal  Horeca, e para aumentar a reciclagem e a circularidade de embalagens de vidro,  alumínio e plástico. 

 

Resultados tangíveis para a reciclagem e a economia circular 

Entre os projetos já a serem  testados ou em implementação está o RecySmart, ecopontos inteligentes para tornar a reciclagem num hábito divertido, criados em conjunto pela startup espanhola Recircula,  a Ovo Solutions, a Câmara Municipal de Mafra e a Cascais Ambiente. Os inovadores de  Barcelona, em conjunto com os parceiros, estão a transformar ecopontos em máquinas  que permitem a uma pessoa inserir embalagens de vidro ou plástico, ECAL (tetrapack) e latas de alumínio e receber pontos e prémios que depois podem ser usados em  serviços e produtos nos dois municípios. Durante os próximos seis meses, serão  instalados ecopontos inteligentes no concelho de Cascais e Mafra.

Para combater a falta de estrutura para reciclar embalagens multicamadas e os  impactos negativos que esta lacuna tem para as marcas, os inovadores da espanhola  FYCH estão neste momento a trabalhar em conjunto com a Nestlé, a TRATOLIXO e a  Sociedade Ponto Verde para implementar nos recicladores do Sistema Integrado de  Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) a sua tecnologia de delaminação para  separar as várias camadas de materiais destas embalagens e potenciar a sua  reciclagem. Em parceria com a Lusoforma, a mesma startup testou também a sua  tecnologia na reciclagem da tampa dos produtos de alumínio take away, que é composta  de papel, plástico e alumínio, obtendo resultados de separação de 100%. 

Por sua vez, a startup norte-americana Magnomer está a criar um piloto com o Super  Bock Group, que consiste em criar rótulos com tinta magnetizável, para que estes  consigam ser mais facilmente separados do plástico e permitir uma melhor reciclagem  das embalagens – uma solução que pode aumentar até 20% os níveis de reciclagem e  tornar a Super Bock na primeira empresa em Portugal a aplicar rótulos 100% recicláveis  nas suas garrafas. A TRATOLIXO será parceira nos testes de triagem destas  embalagens 

A startup escocesa Reath juntou-se à Sociedade Ponto Verde e à Super Bock Group  para monitorizar o ciclo de vida da embalagem, através da criação de um passaporte  digital, para colocar em produtos físicos. De forma genérica, esta solução permitirá  fornecer às empresas e consumidores dados sobre a usabilidade e período de vida de  uma embalagem e sobre que produtos são colocados no seu interior. No caso da  Sociedade Ponto Verde, permitirá obter informação sobre embalagens não reutilizáveis colocadas no mercado e obter de forma digital e automatizada a informação necessária  para o preenchimento da declaração anual (documento que as empresas aderentes ao  sistema ponto verde preenchem anualmente para reportar a totalidade do peso destas  embalagens). 

Já a inglesa Polytag associou-se à Lipor, Tratolixo e Sociedade Ponto Verde para criar  um esquema de devolução e recompensas de depósitos digitais na zona do Porto.  Utilizando a tecnologia Polytag Describe, Tag and Trace, a solução irá primeiro etiquetar os produtos com identificadores únicos, permitindo depois ao consumidor digitalizar os  códigos com uma aplicação propositadamente construída e reclamar os seus depósitos  no conforto das suas casas, sem terem de utilizar máquinas de venda automática  inconvenientes e dispendiosas. As embalagens serão eliminadas através do seu  sistema normal de contentores de lixo ou contentores comuns, criando um esquema de  devolução de depósitos mais barato, conveniente e eficaz na área. 

Por fim, os inovadores da inglesa MyResonance estão a trabalhar em conjunto com a  Lusoforma e a Lipor para implementar em Portugal uma rede social que usa técnicas de  gamificação para capacitar as organizações a comunicar, promover e envolver as suas  comunidades a tomar medidas coletivas em torno de iniciativas baseadas em ESG, transformando cada pessoa em embaixadores da marca e construindo uma presença e  identidade online para promover um mundo mais limpo. 

A expectativa destas parcerias é fortalecer a cadeia de valor das embalagens com soluções conducentes a uma maior eficiência dos processos, que permitam também  ajudar ao cumprimento das metas nacionais e comunitárias em matéria de gestão de  resíduos – em conformidade com o futuro PERSU 2030 – bem como os compromissos  assumidos pelo País no domínio da economia circular, clima e sustentabilidade.  Atendendo às diferentes dinâmicas das entidades envolvidas, outros projetos e  parcerias poderão ainda vir a ser desenvolvidos para além dos apresentados, dado o  cariz inovador das startups que concorreram ao Programa Re-Source. 

De destacar que os dados mais recentes mostram que a recolha seletiva de embalagens  até outubro de 2021 aumentou 8% face ao período homólogo de 2020, em Portugal, comprovando que os comportamentos de reciclagem fazem parte do dia-a-dia dos  portugueses. A reciclagem de resíduos é considerada por 2/3 dos portugueses como o  maior contributo para um ambiente melhor.

 

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A compostagem caseira é uma solução sustentável e económica ótima para reduzir o volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros e geram prejuízos.

O que é

A compostagem consiste no processo de reciclagem de resíduos (sobras de frutas, legumes, folhas, guardanapos, entre outros), no qual os microrganismos transformam os restos num composto semelhante ao solo que é um adubo de ótima qualidade, rico em nutrientes que melhora o crescimento das plantas, relvados e jardins.

Esta é uma técnica muito sustentável para o planeta uma vez que permite reduzir o volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros. Assim, é possível dar uma segunda utilização às sobras.

 

Para que serve

A compostagem caseira é uma forma de separação de resíduos que cada vez mais pessoas estão a aderir por, não só por ser um processo ecologicamente sustentável, mas também por ser bastante económico.

Não só permite reduzir a quantidade de lixo que vai da nossa casa para aterro, como evita a compra de adubos ou fertilizante para a sua horta. Trata-se do destino mais indicado para os resíduos domésticos.

 

Vantagens

  • Diminui a quantidade de lixo gerado em casa e, consequentemente a quantidade de lixo destinado aos lixões e aterros sanitários
  • Aproveitamento dos resíduos orgânicos
  • Produção gratuita e natural de adubo para hortas e jardins
  • Proteção do solo contra a degradação
  • Melhoria das condições ambientais

O que pode ser composto

Verdes (ricos em azoto): 

Cascas de frutas, verduras, vegetais crus, sacos de chá, borras de café, cascas de ovos esmagadas, pão, restos de plantas. Necessários para o crescimento de microorganismos.

Castanhos (ricos em carbono):

Derivados de guardanapos, feno, aparas de madeira, palha, agulhas de pinheiros, restos de frutos secos, cascas de batatas, folhas secas. Fornecem a matéria orgânica e a energia para a compostagem.

Não pode ser composto:

Restos de queijo, manteiga ou molhos, cortiça, alimentos gordurosos, cozidos, ácidos, carnes, ossos e óleos, sal, cinzas, fezes de animais, medicamentos, produtos químicos e tudo o que não seja biodegradável. Podem desequilibrar o sistema e/ou atrair animais indesejados.

Como fazer

  1. Escolher o local: Preferencialmente à sombra, num local sem vento
  2. Preparar o composto: No fundo, coloque uma camada de pequenos ramos para impedir a compactação.
  3. Juntar os materiais: Disponha alternadamente camadas de resíduos verdes e castanhos, sendo a última de resíduos castanhos.
  4. Arejar: Certifique-se que mexe o composto pelo menos uma vez por semana.
  5. Regar o composto: Regue com regularidade o composto de forma que este se mantenha sempre húmido. Pegue numa mão de composto e esprema. Se pingar significa que é necessário adicionar mais resíduos castanhos. Se a mão ficar seca, então precisa de adicionar mais resíduos verdes e água.

O composto pode estar pronto entre dois a três meses dependendo dos cuidados que tem principalmente com fatores como a temperatura, humidade, organismos, aragem. Uma vez pronto, deve ter um aspeto homogéneo, cor acastanhada e cheiro a terra húmida.

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