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Estamos a falar de cães particularmente, que passam toda a vida acorrentados, muitas das vezes sem condições nenhumas, ao sol, á chuva, isolados, sem qualquer contato social, simplesmente muitos deles a espera da morte, presos a “bidons” ou a casotas sem o mínimo de espaço ou condições. Existe de facto um problema de consciência, de falta de noção, que estes animais sofrem como nós, que precisam de estar abrigados, em algum lugar seguro, que precisam de estar em contato social, para não serem agressivos pela falta de liberdade. Infelizmente estas situações ainda ocorrem nos dias de hoje em Portugal, embora as mentalidades estão cada vez mais sensíveis ao bem-estar Animal.

Portugal relativamente a estas práticas e outras, ainda é um país retrógrado, em qualquer país na Europa, existem leis onde o acorrentamento é proibido, e as leis são cada vez mais exigentes no que toca aos animais. O partido Animalista Português (PAN), assegurou uma proposta pelo fim das correntes, onde consistia um plano de desacorrentamento “nenhum animal pode ser permanentemente acorrentado ou amarrado” “não é admissível que um animal de companhia possa ser mantido acorrentado uma vida inteira” na Assembleia da República, esta proposta foi  aprovada pelo Bloco Esquerda, e rejeitada pelas demais bancadas. 

O que falta por cá, sem dúvida, são campanhas de sensibilização, tentar que se modifique as mentalidades no que toca as correntes, e principalmente que os tutores tenham a consciência que é preciso que os animais precisam de ser  passeados, de socializar, saber o que é um árvore, uma criança etc. para além do mais é fundamental que os detentores criem condições para estes animais estarem em conjunturas mínimas de alojamento.  

Mas nem tudo são más notícias. Em 2017 foi criado um Movimento de sensibilização por Tânia Mesquita (Quebr´a Corrente) em Santarém. Trata-se de uma Movimento, constituído por voluntários com o apoio de médicos veterinários, e entidades locais onde o objetivo é sensibilizar os detentores a libertarem os seus animais de modo a que estes possam usufruir de mais liberdade. Para além do mais, este Movimento transmite uma mensagem de carinho, e informa que os animais precisam de liberdade, exercício, socialização e cuidados de saúde, mas também que estão dispostos a ajudar numa vedação em áreas exteriores se possível. Em crescimento um pouco por todo o país, tem-se vindo a observar que esta conjunção de pessoas voluntárias têm feito um excelente trabalho no que toca a este assunto. Os resultados são cada vez mais visíveis, observa-se que as pessoas estão mais atentas a esta questão das correntes e que estão dispostas a modificar esta situação dos animais, criando assim mais condições para o seu bem-estar. 

Ainda sobre a sensibilização, este movimento tem-se localizado nas escolas para chamar a atenção para o problema dos cães acorrentados, pois segundo o  Movimento existe um enorme potencial dos jovens enquanto agentes de mudança.

Os que realmente fazem isto desta forma são pessoas “ricas” na vida, porque já descobriram o quão prazeroso é colocar a felicidade do Outro (seja ele de que espécie for), acima da sua própria felicidade.”  – Marlene dos Santos

 

Este é um artigo de opinião de Sandra Parreira.

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