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A gama de produtos Ocean resulta da recuperação de plásticos do mar para a criação de produtos para o lar e valeu o prémio de Produto do Ano à Fapil.

Em conversa com Fernando Teixeira, CEO, compreendemos como surgiu a ideia e como as práticas sustentáveis já vêem do tempo dos pais, fundadores da empresa.

A Fapil acabou de vencer o prémio Produto do Ano. Em que consistiu esta distinção?

A gama de produtos OCEAN é internacionalmente pioneira na utilização de plástico marítimo reciclado no fabrico de produtos para a casa. E pretende dar destino a materiais que, de outra forma, ficariam para sempre no mar ou seriam enviados para aterro ou incineração. 

A atribuição do prémio Produto do Ano vem, assim, reconhecer a relevância e o carácter inovador desta nova gama. 

 

Como surgiu a ideia de criar produtos em plástico reciclado com plásticos do mar?

Desde a sua fundação que a Fapil tem como grandes pilares o cuidado com as pessoas e com o ambiente. Aliás, estas sempre foram preocupações bem patentes na vida dos fundadores, Joaquim Teixeira e Conceição Teixeira, meus pais, e que acabaram por me transmitir a mim e aos meus irmãos, colocando esta tónica em tudo aquilo que faziam. Assim, também a empresa espelhou desde o seu início, de forma natural, a preocupação e o cuidado com estes dois grandes pilares. 

Ao longo dos anos sempre procurámos introduzir melhorias que permitissem causar um impacto positivo no ambiente. 

Já há 20 anos atrás fomos pioneiros na introdução de plástico reciclado no fabrico de caixas de arrumação.

Desta forma, atentos ao mundo em que vivemos, não poderíamos ficar indiferentes e, mais uma vez, procurámos traduzir em ações esta nossa preocupação de sempre.

Como foi o processo de pesquisa e desenvolvimento? Foi fácil chegar até ao produto final?

Foi um processo longo, iniciado nos finais de 2018. Foi preciso investir muito em pesquisas a nível internacional e na realização de testes, dada a utilização desta matéria ser ainda muito recente.

Passado cerca de um ano do início da investigação conseguimos chegar a um conjunto de 35 produtos de utilidade doméstica.

Foi um desafio que abraçámos com grande entusiasmo, e para o qual olhamos com satisfação por podermos, assim, contribuir para a redução do nível de poluição, quer nas águas, evitando que elevadas quantidades de lixo sejam encaminhadas ou deixadas no mar, quer ao nível dos resíduos que, de outra forma, seguiriam para aterro ou incineração.

 

Quais foram os principais desafios no fabrico desta linha? 

O principal desafio foi encontrar a melhor conjugação possível dos materiais. 

O nosso objetivo é conseguir fabricar produtos com 100% de plástico marítimo reciclado, no entanto não é ainda possível por questões técnicas. São diversos os produtos têm mais de 20%, no entanto, num ou noutro caso só se conseguiu estabilizar com 20%.

Alguns dos produtos são 100% reciclados, conjugando plástico marítimo reciclado com outros reciclados. 

 

Existem várias causas associadas ao ambiente? Porquê esta sensibilização para a temática dos plásticos nos oceanos?

Ao nos depararmos com a preocupante situação dos mares e dos oceanos, não poderíamos ficar indiferentes e foi aí que começámos uma intensa pesquisa sobre a possibilidade de introduzir estes resíduos na produção de novos produtos. 

A Greenpeace publicou um estudo em que a cada 20 segundos ficam nos Oceanos aproximadamente 20.000 kg de Artes de Pesca. Assim, o nosso propósito é, antes de mais, ajudar a fechar a torneira, impedindo que estas cheguem ao mar, conferindo-lhes um novo valor, uma nova utilidade.

Importa, no entanto, referir que esta não é a única causa ambiental que abraçamos. Ao longo dos nossos 46 anos temos investido ativamente na sustentabilidade ambiental, introduzindo melhorias constantes nas mais diversas áreas, como por exemplo:

  • utilização de diversos reciclados;
  • separação de resíduos;
  • central fotovoltaica que produz cerca de 55% do nosso consumo energético,
  • utilização de iluminação LED;
  • entre outros. 

Recentemente fomos parceiros da AMI Ecoética, contribuindo para a reflorestação do Pinhal de Leiria.

Somos, ainda, membros fundadores do Pacto Português para os Plásticos, associados da Smart Waste Portugal e da Quercus.

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Onde podem ser adquiridos estes produtos? 

Estes produtos estão disponíveis em várias superfícies comerciais.

 

Qual tem sido a aceitação dos produtos até ao momento? 

Temos recebido um feedback muito positivo, quer nacional quer internacional, por parte de consumidores e de várias áreas da sociedade.

 

Preveem desenvolver mais produtos semelhantes no futuro? 

Sim, pretendemos alargar a gama de produtos produzidos a partir de plástico marítimo reciclado, assim como aumentar a percentagem utilizada nos produtos.

Fernando Teixeira

CEO Fapil

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