Pacto Português para os Plásticos apresenta o primeiro Relatório de Progresso da iniciativa

Membros do Pacto Português para os Plásticos estão comprometidos, e a realizar ações concretas, para alcançar as metas estabelecidas para 2025.

por Marta Belchior

O Pacto Português para os Plásticos (PPP) apresentou hoje o Primeiro Relatório de Progresso  da iniciativa,demonstrando o resultado dos esforços, individuais e coletivos, dos seus mais de 100 membros, para garantir o fim da poluição de plástico em Portugal, através da transição  para uma economia circular. Apesar de já estarem no caminho certo, os membros continuam  a reforçar a aposta na inovação e na colaboração para atingirem (ou mesmo superarem) as  metas estabelecidas para 2025. 

Desde o início de 2020, várias empresas, associações, universidades e o Governo comprometeram se com a visão e os objetivos do Pacto Português para os Plásticos, uma iniciativa que pretende  colocar um ponto final na poluição de plástico, através de uma transição para uma economia circular,  onde o plástico é sempre um recurso valioso dentro da economia, e nunca uma ameaça para o  ambiente. Hoje, são mais de 100 as entidades que partilham esta visão. 

Para se aproximarem desta visão os membros do Pacto Português para os Plásticos comprometeram se a concretizar, até 2025, um conjunto de cinco metas ambiciosas: 

  1. eliminar os plásticos de uso  único problemáticos e/ou desnecessários, através de redesenho, inovação ou modelos de entrega  alternativos (reutilização);
  2. 100% das embalagens de plástico serem reutilizáveis, recicláveis ou  compostáveis;
  3. 70%, ou mais, das embalagens plásticas serem efetivamente recicladas, através  do aumento da recolha e da reciclagem;
  4. incorporar, em média, 30% de plástico reciclado nas  novas embalagens de plástico; 
  5. promover atividades de sensibilização e educação aos  consumidores (atuais e futuros) para a utilização circular dos plásticos. 

Hoje, foi divulgado o Primeiro Relatório de Progresso do Pacto Português para os Plásticos, que  apresenta os resultados iniciais das ações dos membros, individuais e coletivas, para alcançar as  referidas metas. Este relatório mede o progresso entre os anos 2019 e 2020, já é público e pode ser  consultado em www.pactoplasticos.pt

Relativamente à primeira meta: “eliminar os plásticos de uso único problemáticos e/ou  desnecessários”, sabemos agora que os plásticos de uso único problemáticos e/ou desnecessários representam menos de 4% do total de embalagens de plástico colocadas no mercado pelos membros  da iniciativa. “Mais de dois terços deste valor corresponde a dois tipos de plásticos de uso único – “embalagens de plástico não detetáveis em sistemas de triagem” e “embalagens em PVC” – que,  apesar de não existir legislação que o exija, os membros da iniciativa se comprometeram a eliminar  dos seus portfolios até 2025”, avança Pedro São Simão, coordenador do Pacto Português para os  Plásticos. E acrescenta que “os nossos membros já estão a estudar ações que permitam acelerar o  ritmo de eliminação dos plásticos de uso único problemáticos, em particular dos com maior  representatividade”. 

No que diz respeito à segunda meta, a de 100% das embalagens de plástico serem reutilizáveis,  recicláveis ou compostáveis, atualmente mais de metade das embalagens de plástico já são  recicláveis em Portugal, e muitas mais poderiam ser se novos fluxos de triagem de resíduos de  plástico fossem criados. Já são vários os membros que colocam no mercado embalagens 100%  recicláveis. Em 2020, cerca de 7% das embalagens dos membros do Pacto Português para os Plásticos eram reutilizáveis. “Os primeiros modelos comerciais de embalagens reutilizáveis em plástico em  Portugal foram implementados por membros do Pacto Português para os Plásticos. O eco-design e  otimização da produção, que muitas vezes passam despercebidas ao consumidor, têm permitido  incrementar a reciclabilidade das embalagens de plástico”, explica o coordenador da iniciativa.  

A taxa de reciclagem de embalagens de plástico, em 2019, atingiu 36%, exigindo de toda a cadeia de  valor – incluindo os consumidores – um reforço de medidas para aumentar a reciclagem, com vista a  alcançar a meta de 70% em 2025, a terceira meta do PPP, que visa que 70%, ou mais, das  embalagens plásticas sejam efetivamente recicladas. “Para tal, contribuirão sistemas como a  recolha porta-a-porta ou o sistema de depósito para garrafas de plástico, assim como uma maior  sensibilização e educação dos cidadãos para uma maior e melhor separação de resíduos”, defende  Pedro São Simão.  

No que diz respeito às embalagens colocadas no mercado pelos membros do Pacto Português para  os Plásticos incorporararem em média, 30% de plástico reciclado – a quarta meta estabelecida  para 2025 – o relatório demonstra que estas já incorporavam, em 2020, 10% de plástico reciclado  (em média). Nos últimos anos têm-se verificado avanços de inovação notáveis, com algumas  embalagens dos membros da iniciativa fabricadas em 100% plástico reciclado.“São vários, e cada vez  mais, os membros do Pacto Português para os Plásticos que já colocam no mercado embalagens com  100% de plástico reciclado.”, afirma Pedro São Simão

Por último, a sensibilização e educação têm sido uma aposta constante dos membros da iniciativa,  que se uniram na disseminação da campanha “Vamos Reinventar o Plástico”, que decorreu entre  2020 e 2021, garantindo a sensibilização de milhares de portugueses para práticas mais sustentáveis e circulares na utilização das embalagens de plástico. 

O Primeiro Relatório de Progresso revela os resultados do espírito de compromisso e de liderança  dos membros do Pacto Português para os Plásticos no caminho a seguir para atingir a visão desta  iniciativa, assim como a importância da colaboração e da transparência de todos os envolvidos nesse  processo. “Os resultados deste primeiro relatório demonstram que estamos no caminho correto, mas  que todos membros da iniciativa deverão reforçar as suas ações, individuais e coletivas, para  atingirmos, ou mesmo superarmos, as Metas 2025”, afirma Pedro São Simão. “ Como diz o provérbio,  “a parte mais difícil de uma caminhada, é o primeiro passo”, e esse já foi dado com toda a firmeza  pelos membros do Pacto Português para os Plásticos, conclui.  

O Pacto Português para os Plásticos é liderado pela Associação Smart Waste Portugal e pertence à  Plastics Pact Network da iniciativa New Plastics Economy, da Fundação Ellen MacArthur, que une 12  iniciativas similares em diferentes geografias do globo, alinhadas por uma visão comum – garantir  uma economia circular para os plásticos, onde estes nunca se convertem em resíduos ou poluição.  

Após o evento, os representantes dos membros do Pacto Português para os Plásticos reuniram-se  em diferentes grupos de trabalho para analisar conjuntamente, e de imediato, os resultados e  conclusões do Primeiro Relatório de Progresso, definindo prioridades e estratégias para acelerar a  concretização das cinco metas definidas pelo Pacto Português para os Plásticos.

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