Autor

Marta Belchior

As águas do Vimeiro são reconhecidas por todos os portugueses, nomeadamente no segmento de água com gás. Mas fomos mais longe. Entrevistámos Diogo Abreu, CEO da Empresa das Águas do Vimeiro (EAV), para saber o que diferencia a água do Vimeiro, o que têm feito em relação aos plásticos, quais as tendências dos consumidores nessa área e até que efeitos teve a pandemia no negócio. Não perca.

O que faz das Águas do Vimeiro um produto único? Quais são os seus fatores diferenciadores?

As Águas do Vimeiro têm atualmente um portfólio único e incomparável em Portugal que vai desde as águas com gás às águas sem gás e desde as águas minerais naturais às águas de mesa.

Contudo, é na Vimeiro Original, a água mãe que dá origem a todas as águas minerais naturais do portfólio, que está a diferenciação. Por ter uma mineralização muito elevada (mais de 1000 mg/L), esta água mineral natural é verdadeiramente diferente de todas as restantes no mercado, composto, na sua grande maioria, por águas com reduzida mineralização e pH ácido. Esta composição da Vimeiro Original, fruto dos seus aquíferos naturais, é bastante importante e benéfica para a saúde. Para além dos sais minerais essenciais, ao contrário da maior parte das águas em Portugal, a Água Vimeiro Original tem um pH alcalino, algo que é hoje bastante valorizado pelos consumidores. Aos bebés, pela riqueza em bicarbonato e pH, auxilia o processo digestivo e alivia as cólicas típicas. É também uma água que tem muito cálcio e, por isso, o seu consumo é bastante indicado para pessoas seniores. A estas características soma-se uma série de outros atrativos e componentes que se revelam muito importantes para quem, por exemplo, pratica desporto uma vez que consegue, de forma natural e eficaz, repor os sais minerais gastos ao longo da prática desportiva e neutralizar o ácido láctico.

Não é por acaso que a Águas do Vimeiro tinha como slogan, ainda bem presente na mente de muitos: ‘A saúde está primeiro. Beba água do Vimeiro’. Isso tinha uma razão de ser. Sabemos que existem, claramente, benefícios desde logo por bebermos água e, ainda mais, se escolhermos uma água mineral natural, a melhor bebida a incluir na dieta, inteiramente desprovida de quaisquer produtos e tratamentos químicos. Acreditamos que temos, efetivamente, um produto único e distintivo.

Em Portugal são líderes no segmento das Águas com Gás em PET. Os consumidores estão cada vez mais em alerta para a questão do impacto dos plásticos no ambiente. Notam este comportamento no vosso negócio?

Notamos que, felizmente, existem mais consumidores atentos à questão da sustentabilidade e à preservação do meio ambiente mas não notamos ainda que haja uma alteração de comportamento no momento da compra dos nossos produtos apesar do portfólio das Águas do Vimeiro apresentar os seus produtos em garrafas PET e garrafas Vidro – à exceção da Vimeiro Original que só existe em garrafas PET mas cujo cenário acompanhará esta tendência muito em breve. Mas de facto não vemos aumentar as vendas de vidro em detrimento do PET.

Para além desta preocupação da marca em disponibilizar as suas águas também em garrafas de vidro, trabalhamos essencialmente no sentido de consciencializar para a importância da reciclagem e da correta colocação das embalagens usadas nos respetivos ecopontos. A preservação do ambiente depende da atuação de cada um de nós. Esta é uma questão importante no que toca ao impacto dos plásticos no ambiente e à sua presença nos oceanos, por exemplo.

 

Dado que a sustentabilidade é um dos vossos principais valores que iniciativas têm vindo a desenvolver para mitigar esta questão dos plásticos?

Ao longo dos anos e de toda a nossa atividade industrial e comercial, temos vindo a esforçarmo-nos para acompanhar as necessidades e promover a melhoria contínua de todo o nosso processo de produção sem nunca, em momento algum, descurar a importância da preservação do meio ambiente.

E é neste sentido que, não sendo possível a eliminação radical do plástico na nossa atividade por diversas razões, contribuímos com o abaixo exposto para mitigar a questão dos plásticos:

  • Disponibilização dos produtos Vimeiro em garrafas de vidro (à data, à exceção da Vimeiro Original);
  • Redução da gramagem de PET utilizado em cada garrafa, mantendo sempre a qualidade das nossas embalagens e garantindo sempre o bom acondicionamento do nosso produto;
  • Utilização de PET 100% reciclável;
  • Automatização e modernização dos processos de produção por forma a diminuir desperdícios;
  • Separação interna dos plásticos de desperdício para reciclagem;
  • Doação de tampinhas/cápsulas de desperdício a associações de solidariedade social.

Para além disto, trabalhamos constantemente junto do consumidor no sentido de consciencializar para a importância da reciclagem. Um trabalho desenvolvido por intermédio das redes sociais, da informação disponibilizada nas embalagens e também por intermédio da aposta em iniciativas e eventos direcionados para esta questão tão importante para nós.

A Empresa das Águas do Vimeiro (EAV) patrocinou a iniciativa «RECICLAR TEM MUITA ONDA» com Vimeiro no Santa Cruz Ocean Spirit. Em que consiste esta iniciativa?

A Vimeiro é patrocinadora oficial do evento Santa Cruz Ocean Spirit há já alguns anos, um evento de desportos de ondas, e com esta questão dos plásticos nos oceanos cada vez mais presente nos noticiários achámos que era o momento ideal para abordar o tema. Criámos então o «Reciclar tem muita onda» onde convidávamos os consumidores a trazerem as suas garrafas de plástico usadas e a reciclá-las connosco na hora.

Por cada garrafa Vimeiro entregue, o consumidor levava um brinde da marca e ainda via a reciclagem acontecer, levando uma prancha de surf (pela temática do evento) ou um pisa-papéis (pela possível utilidade) feitos no momento através das garrafas entregues.

Foi nosso objetivo mostrar não só a reciclagem a acontecer, mas também que é possível darmos novas vidas às embalagens usadas desde que estas sejam colocadas no devido ecoponto.

A EAV preocupa-se com a prevenção de qualquer fonte de poluição proveniente das suas atividades. Em que se traduz na prática?

A atividade industrial da Empresa das Águas do Vimeiro, que diz respeito à captação; engarrafamento e distribuição de águas, não é à partida propensa a grandes emissões de carbono nem requer grandes consumos de energia.

Para além disso, pela atividade que é, não temos associado muitas fontes de poluição. A única que podemos indicar está relacionada com os efluentes das higienizações das linhas e dos silos de armazenamento da água captada mas tal é devidamente direcionado e tratado.

Outra possível fonte de poluição proveniente da nossa atividade poderia estar relacionada com os resíduos físicos que advêm de todo o processo de produção mas também esses são devidamente tratados, segregados por tipologia, cor e tipo de contaminação para facilitar a reciclabilidade dos mesmos com o food grade que se pretende, e encaminhados para gestores de resíduos licenciados por forma a serem reintegrados no circuito.

Para lá das águas, a Vimeiro aposta também no termalismo. Em que consiste a vossa oferta nesta área?

A Empresa das Águas do Vimeiro integra um grupo composto também por hotelaria e termalismo. Tradicionalmente, as Termas do Vimeiro, reconhecidas pelas qualidades terapêuticas da sua água, operam durante o período de verão. Era nosso propósito alargar este período de operação mas, infelizmente, com a pandemia provocada pela COVID-19, e tudo o que esta tem trazido, não nos foi possível efetuar as alterações perspetivadas e, consequentemente, retomar a atividade.

Ainda assim, podemos adiantar que esta nossa oferta consistirá na disponibilização de Tratamento de Bem-Estar e Tratamentos Clássicos (Balneoterapia, Ventiloterapia e Fisioterapia), especialmente indicados para a prevenção e tratamento de várias patologias da pele e dos aparelhos digestivo, circulatório e respiratório.

A zona do Vimeiro é fértil em águas mineromedicinais que se tornaram célebres desde os tempos longínquos, quando a Rainha Santa Isabel e a Infanta Dona Leonor fizeram uso destas nossas águas para tratamento de pele.

 

Com a pandemia existe uma maior procura por ofertas que privilegiam a saúde e a natureza. Tem havido maior procura por este tipo de produto?

Quanto a esta questão, apenas conseguimos responder na perspetiva da nossa atividade no ramo das águas engarrafadas.

E sim, temos assistido a uma maior procura do consumidor por produtos diferenciadores, únicos e que acrescentem algum benefício extra à sua saúde e ao seu bem-estar.

Tal é sentido na EAV quando falamos da Vimeiro Original, uma água mineral natural com um equilíbrio perfeito que combina pH alcalino com sais minerais essenciais para o bom funcionamento do organismo de todos nós. Estas características tão diferenciadoras e únicas no mercado português e os benefícios que esta concede a quem a consome e os reconhece têm feito desta uma água cada vez mais procurada.

Diogo Abreu

Durante muitos anos, com atividade profissional ligada à banca de investimento e aos fundos de investimento foi no final de 2013 que abandonou a atividade no setor financeiro e passou a dedicar-se à reestruturação de empresas, essencialmente, industriais. Em março de 2018 recebe o convite para abraçar o projeto Vimeiro, na sua atividade de Engarrafamento e Distribuição de Águas Minerais. A sua principal missão é tornar a EAV na empresa de referência do sector, com oferta de um produto distinto de qualidade, e contribuir para a satisfação dos vários stakeholders da empresa, com um especial destaque para os seus colaboradores, parceiros e clientes.

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A SWORD Health, startup portuguesa que criou a primeira solução digital para o tratamento de patologias músculo-esqueléticas, acaba de celebrar um protocolo de cooperação com a Universidade de Aveiro (UA), com o objetivo de apoiar o empreendedorismo e reforçar a investigação científica.

Com esta parceria, as duas entidades vão promover um conjunto de iniciativas, nomeadamente laboratórios de ensino, ações de apoio à I&D como estágios e/ou bolsas de estudo, aquisição de equipamento, financiamento de protótipos, entre outros, e a criação de uma cátedra na área da Inteligência Artificial e Ciência de Dados ou Ciências da Reabilitação. Com esta colaboração, haverá ainda uma aposta conjunta na área do empreendedorismo, que irá refletir-se no financiamento de provas de conceito e em concursos de ideias.

A cooperação vai ainda permitir a promoção de projetos de I&D aplicada para que o unicórnio português continue a beneficiar do know-how da instituição de ensino superior no seu crescimento e implementação no mercado internacional. A SWORD Health começou a germinar na UA Incubator, a incubadora de empresas da UA.

Com a missão de revolucionar a forma como 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo recuperam de patologias músculo-esqueléticas, a SWORD Health quer acelerar o tratamento destas patologias através do desenvolvimento de novas terapias digitais, desde a prevenção até à reabilitação pós-cirurgia. Estas patologias representam o maior custo de saúde a nível mundial e são uma das principais causas de dor crónica e incapacidade.

Recentemente, a SWORD Health fechou uma ronda de financiamento no valor de 189 milhões de dólares, que colocou a valorização da startup portuguesa nos 2 mil milhões de dólares, tornando-se na start-up que mais rapidamente chegou ao estatuto de unicórnio. A empresa está a contratar mais de 150 profissionais nas áreas de engenharia e produto.

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O Back Market, a empresa líder no mercado de aparelhos eletrónicos recondicionados, quer tornar as empresas e os consumidores mais conscientes sobre as escolhas que fazem para se tornarem mais sustentáveis, até quando o tema é a tecnologia e o início de um negócio. Assim, apresentam alternativas mais sustentáveis e mais económicas pelas quais os empreendedores poderão optar ao escolherem os dispositivos necessários para começarem uma nova atividade.

Existem inúmeros aparelhos que são necessários adquirir quando se começa um novo negócio, seja este a nível individual ou já considerando uma equipa e possível espaço de escritório para a integrar.

Para os profissionais, seja o trabalho em freelance ou com o objetivo de formar uma equipa, existem desafios constantes e alguns ainda mais expressivos no início da atividade, no entanto, os gastos em tecnologia – e o impacto que da sua compra no ambiente – não têm de ser um deles. O Back Market disponibiliza dispositivos como computadores, telemóveis, impressoras, ratos, auscultadores, ecrãs ou teclados com valores que são até 70% inferiores quando comparados com os aparelhos novos.

Veja-se que, por exemplo, que a produção de um único iPhone utiliza 44 kg de CO2 em matéria-prima e produz mais 70 kg do mesmo composto químico. Estes valores ajudam-nos a compreender como o impacto do digital nas emissões globais de CO2, neste momento, se concentra nos 4%, sendo que metade deste valor está associado à produção de aparelhos digitais. Na outra ponta do processo está o lixo eletrónico, uma vez que as pessoas descartam frequentemente os seus produtos para arranjar “espaço” para os mais recentes e, os números de 2019, apontam para 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrónico produzidas anualmente em todo o mundo – número que aumentou 21% em 5 anos e continua a aumentar a uma taxa de 3% todos os anos.

As escolhas dos empreendedores não precisam de contribuir para estes números, podendo até ajudar a combatê-los numa altura em que a aplicação de gastos tem de ser delicadamente gerida.

O Back Market está em Portugal desde março de 2021 e o seu foco é a apresentação dos produtos recondicionados como mais do que uma opção, a escolha certa para a compra de tecnologia.

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Com uma licenciatura em Economia pela Nova School of Business and Economics e um MBA internacional pelo The Lisbon MBA – Católica | Nova | MIT Sloan, iniciou a sua carreira profissional na Hewlett-Packard Portugal na área administrativa e financeira, em 1999. Posteriormente, passou pelas empresas Leadership Business Consulting e Accenture Strategy, onde acumulou vários anos de experiência na área da consultoria de estratégia e gestão em setores como a administração pública, energia, construção, transportes, retalho e telecomunicações.

Nos últimos quatro anos, Gonçalo Faria desempenhou funções de desenvolvimento de negócio e gestão de projetos na empresa Beta-i, uma consultora global de inovação colaborativa. Durante esse período esteve envolvido em diversos projetos com foco na temática da sustentabilidade, como, por exemplo, Resource Innovation com a Sociedade Ponto Verde, Smart Open Lisboa, AspBAN – Atlantic Smart Ports Blue Accelerators Network, Bluetech Accelerator, entre outros.

Gonçalo Faria, Business Development Manager da SGS Portugal, sublinha que “é com muito entusiasmo que abraço este novo desafio profissional na SGS Portugal. Acredito no desenvolvimento sustentável e eficiente dos negócios e das empresas, e, dessa forma, pretendo identificar quais os possíveis fatores de transformação nas diferentes áreas de atuação da SGS e aplicar o meu know how para melhorar os projetos já em curso e desenvolver novos projetos”.

João Marques, Managing Director da SGS Portugal, refere ainda que “a entrada do Gonçalo Faria na estrutura da SGS Portugal representará, certamente, uma mais-valia para todos nós. Não só pela vasta experiência profissional que possui, mas também pela capacidade de identificar eixos cruciais na atuação da SGS na área da inovação e da sustentabilidade”.

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A Quinta Vale da Lama é um lugar tranquilo e sustentável, cheio de ideias características para quem procura descansar em comunhão com a natureza. Entrevistamos Nita Barroca, Diretora da Quinta Vale da Lama, para saber mais sobre este projeto e as suas práticas sustentáveis.

Fale-nos um pouco sobre como nasceu a Quinta Vale da Lama e a sua  história. 

A Quinta Vale da Lama nasceu de um sonho, meu e do meu marido Walt,  de criar um pequeno ecossistema onde pudéssemos aprender, partilhar e  desenvolver uma Quinta sustentável e, paralelamente da necessidade de  encontrar um espaço alternativo para as atividades da associação Projecto Novas Descobertas. Esta associação sem fins lucrativos, criada por mim  em 1994, realizava campos de férias e algumas formações para crianças e jovens na Quinta Santa Barbara em Monchique que ardeu nos incêndios de 2003, ficando assim sem um espaço.

Para vocês “A sustentabilidade não é suficiente”, por isso adotam a agricultura regenerativa. No que consiste e qual o impacto para o ambiente?

Sim, na nossa opinião a agricultura sustentável já não é suficiente é preciso  ir mais profundo e regenerar, restaurar, armazenar o carbono nos solos e voltar a dar vida aos mesmos, pensando sempre nas gerações futuras e não  só na atual.  Manter o carbono nos solos é uma das nossas preocupações.  A agricultura regenerativa preocupa-se com a saúde dos  solos a longo termo.  Para termos alimentos saudáveis temos de criar solos saudáveis. 

Os problemas climáticos atuais são enormes e irreversíveis, abusamos e explorámos o nosso planeta.  Os nossos solos e eco sistemas foram mal tratados com produções de cultivo intensivo e com o uso de químicos que o deterioraram, juntando-se a falta de água.   

Para os regenerar, usamos diversas técnicas: não removemos os solos, ou se o fizermos fazemos o mínimo possível; na produção agrícola não termos solos nus, que secam mais rápido, é importante cobri-los com matéria orgânica; plantamos todos os anos árvores e arbustos no Outono para criar bio diversidade; não usamos químicos; temos certificação bio nas nossas hortas de vegetais e falta um ano para os pomares serem certificados; fazemos compostagem, bokashi e vermi-compostagem, usando em cada uma destas técnicas restos orgânicos (das nossas casas e do nosso restaurante vegetariano), dos restos da produção de vegetais quando os preparamos para vender nos dois mercados de Lagos, trituramos os restos orgânicos da quinta como das podas das arvores, da vinha e arbustos; não fazemos queimadas; fazemos muitos dos nossos bio fertilizantes; temos uma floresta comestível, com imensa diversidade e densidade; recriamos os nossos solos para os mesmos poderem reter mais água, com escombros e outras técnicas para reencaminhar a água e diminuir a erosão dos solos; usamos painéis solares para a irrigação; usamos o holistic management temos também muita sorte em ter colaboradores que acreditam na nossa visão e têm bons conhecimentos. 

Adoramos servir os nossos vegetais e frutas no nosso restaurante e com os excedentes dos mesmos produzir as compotas, vinagres, kombucha, piri-piri, kimchi, e muitos outros produtos processados.

O Design de Permacultura é uma abordagem para a concepção de ecossistemas que sejam Eficazes, Eficientes e Ecologicamente Corretos. Como é que isso se reflete na Quinta? 

Quando comprámos a quinta tiramos um curso de Permacultura que foi impulsionador no design dos nossos eco sistemas.  Por aqui também  passaram muitas pessoas com conhecimento nesta área que nos ajudaram  a criar e recriar os nossos eco sistemas.  

A Permacultura tem por base 3 éticas; cuidar da terra, das pessoas e a partilha dos excedentes o que faz todo o sentido para nós e para a nossa visão.  Quando desenhamos os nossos espaços e habitações baseamo-nos  nestas éticas e nos seus princípios. Alguns dos princípios da permacultura  que usamos são: captação e armazenamento de água, valorizar os recursos  renováveis, não produzir desperdícios e valorizar a diversidade. Outro  principio a ter em consideração quando criamos eco sistemas é a observação da natureza e o uso de soluções lentas e pequenas… nisto falhamos por vezes, temos uma quinta grande 42 hectares e nem sempre fizemos as coisas lentamente, o que criou alguns erros ao longo do processo. Também através da permaculura me apercebi da importância da  criação de ciclos fechados e não lineares, tal como na natureza…tudo é re utilizado. 

A permacultura é sem duvida um bom guião para desenhar eco sistemas.

As questões ambientais, nomeadamente de eletricidade, água e resíduos, são um desafio para gerir. Que estratégias internas têm implementadas nesse sentido e que resultados têm obtido? 

Sim, desde a sua construção que o nosso alojamento turístico Casa Vale da Lama Eco Resort foi criado com soluções para dar resposta aos problemas ambientais.  Temos painéis solares -térmicos e fotovoltaicos, tem um posicionamento passivo com bom isolamento térmico, sistema de esgotos com tratamento natural, detergentes e shampos nos quartos ecológicos,  capta a água da chuva com cisterna, charca e aproveitamento de águas para  irrigação de espaços verdes. O aquecimento da casa e dos quartos no  inverno e águas quentes para duches feitos com painéis solares, lareira e  gás natural. A limpeza da piscina é feita através dum processo de salinização.  Não usamos químicos nos nossos jardins.  O nosso restaurante  é vegetariano/vegan “da horta ao prato”, onde chegam os nossos vegetais e  frutas da quinta. Temos mobilias feitas com materiais naturais e “upcycling”.

Mas todos nós podemos repensar o que fazemos e inventar sistemas com  ciclos fechados inteligentes.  Por exemplo a máquina de lavar roupa da  minha casa irriga diretamente alguns dos arbustos do meu jardim. 

E agora que estamos no processo de desenhar o aumento do nosso Eco  resort, com um restaurante maior, mais quartos e espaços de sala de aula, estamos a estudar métodos mais inovadores, eficientes e eficazes para  atingir o standard de carbono zero e adicionar soluções para medir a nossa  pegada ecológica de maneira transparente.

O sistema de Pastoreio Holístico é um método para reconduzir as  pastagens e os animais de pasto que co-evolveram com eles para uma relação mutuamente  benéfica. Explique nos melhor este conceito e quais os benefícios do mesmo. 

Admiramos muito este sistema de Allan Savory, que o mesmo criou observando como os animais se movimentavam no seu habit natural… O  importante é não manter os animais no mesmo local durante muito tempo,  para não sobrecarregar e compactar o solo, e para o eco sistema ter tempo  para se regenerar, e sim move-los no pastorio de forma sistémica, assim  eles ajudam na fertilização dos solos. Na nossa zona de pasto utilizamos  ovelhas nesta forma rotativa, assim como usamos as galinhas neste sistema  entre as nossas arvores de fruto, para ajudar na fertilização dos solos e  retirar as ervas daninhas. É um tractor natural vivo…

 

A Quinta Vale da Lama é, já por si só, um alojamento inteiramente ligado à sustentabilidade. Para além do vosso core business participam em mais  alguma iniciativa que promova a sustentabilidade? 

Vemo-nos como parte integrante dos movimentos globais regenerativos, tais como o Openfood e outros com preocupações na alimentação  local/circular, como a Cooperativa da Terra,  um exemplo local. “Think globally, act locally” é a nossa linha de  pensamento.  

Tudo revolve à volta do que comemos, a nossa prioridade é comida sã que deve vir de proximidade – Sazonal, Local, e Orgânica, (SLO FOOD : ).  No nosso caso quando não produzimos na quinta compramos cada vez mais  aos produtores locais. Também fazemos parte da criação do Vivo Mercado de Lagos, um mercado preocupado na produção local sonhando que um dia  todos os seus produtores e vendedores tenham produção orgânica. 

A educação é a nossa grande paixão daí cedermos o espaço na nossa quinta à associação Projecto Novas Descobertas que trabalha com crianças,  jovens e adultos na consciencialização e educação para a Regeneração. O  trabalho com as escolas é fundamental para a regeneração do futuro de todos nós humanos e da terra. Adoramos ver as crianças e jovens a passear pela nossa quinta, conectando-se com a natureza. 

Também em parceira com a associação Projecto Novas Descobertas, outras  instituições e pessoas locais realizamos dias abertos e campos  regenerativos para servir a comunidade local com actividades educativas,  culturais e regenerativas. 

Nita Barroca

Tem 59 anos, é portuguesa, Assistente Comunitária, com curso tirado em Toronto, onde viveu com o Walt nos primeiros anos de casamento. Apaixonada pela educação, regeneração e inclusão em harmonia de todos os eco sistemas. É, atualmente, diretora na Quinta Vale da Lama.

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A Praça do Campo Pequeno recebe a nova instalação do grupo de artistas da Skeleton Sea, que transformou 500kg de resíduos, recolhidos de praias, sucatas, despojos, entre outros, numa verdadeira obra de arte. Inspirado pelo universo de Horizon Forbidden West, esta peça pretende demonstrar como a arte pode alertar para a necessidade de preservar o meio ambiente, tal como a personagem principal do jogo. Vai estar presente no local até dia 3 de março. 

A instalação artística “The Machine” da Skeleton Sea ocupa uma área total de 6×5 metros e foi feita em seis semanas por uma equipa de quatro pessoas. A inspiração no mundo de Horizon reflete-se na forma tomada pela escultura, uma interpretação por parte dos artistas de uma criatura futurística do videojogo, composta por elementos mecânicos. A Skeleton Sea vem demonstrar o impacto social positivo que esta forma de entretenimento pode ter através da sustentabilidade. 

Isabell Kreuzeder, cofundadora da Skeleton Sea, refere que A arte, nas suas muitas formas, pode realmente ser um veículo poderoso para transmitir mensagens importantes. A nossa missão está na preservação do ambiente e da biodiversidade que nele reside. Nesta peça, interpretámos uma criatura do universo de um videojogo e é relevante ver como dois tipos de expressões artísticas pretendem sensibilizar para questões sociais. Nunca é demais dizer que não há planeta B”. 

A arte da Skeleton Sea já se encontra em outras localizações em Lisboa e, desde 2003, este grupo tem vindo a impactar os portugueses sobre a importância de uma gestão de resíduos responsável. Desde o Dragão no Oceanário de Lisboa, composto por garrafas de plástico, até à exposição no Centro de Congressos de Lisboa em 2019, estes artistas não têm intenção de parar de apelar à preservação ambiental. 

Esta obra de arte aterra no centro de Lisboa no mesmo dia do lançamento de Horizon Forbidden West e a Skeleton Sea vê como oportunidade a atenção de lançamento de um aguardado jogo para espalhar uma mensagem de preservação ambiental, alinhada com a missão da protagonista do jogo. Neste novo lançamento, o jogador deve desvendar os segredos que estão a ameaçar a vida na Terra para evitar a extinção e restaurar o equilíbrio na Terra.

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A INNGAGE aceitou o desafio lançado pela EcoX para revolucionar o futuro dos detergentes ecológicos e ganhou mais um prémio — Green Good Design Award, uma edição especial dedicada à sustentabilidade do programa de prémios Good Design® 2021. 

Uma marca pioneira e 100% portuguesa que transforma óleos alimentares usados em produtos de limpeza, a EcoX tem por missão tornar o futuro mais limpo, uma e outra vez. É a primeira empresa a nível mundial a fazer a valorização de um resíduo para a obtenção de produtos de limpeza amigos do ambiente, um conceito inovador, que chega a todas as casas através de embalagens e suportes de comunicação distinguidas com o prémio Green Good Design, um prémio que promove empresas e produtos que inspiram ao progresso em direção a um universo mais saudável e sustentável. 

Após meses de pesquisa e desenvolvimento estratégico, a INNGAGE chegou aos 3 valores essenciais da EcoXperience: Circularidade + Eficiência + Informação. Foi com estes valores em mente que se começou uma vasta exploração visual até encontrar a melhor forma de expressar o ADN da EcoX, materializando o mesmo através do posicionamento: O Futuro é Limpo, uma e outra vez. 

Definida a nova identidade da marca e o seu posicionamento, as novas embalagens desenhadas pela INNGAGE para a EcoX foram desenvolvidas com foco no contexto de uso e na reutilização. Feitas com 50% de plástico reciclado e conscientemente desenhadas em PE, este material tem a capacidade de ser facilmente lavado e reutilizado vezes sem conta, e permite a utilização em qualquer função de limpeza. Uma única garrafa, múltiplas funções, reutilização sem limites: este é o poder dos modelos circulares. 

Tem sido particularmente excitante trabalhar com uma empresa como a EcoX que nos confiou todo o desenvolvimento de marca, desde o posicionamento à estratégia e identidade, passando pela embalagem, comunicação em ponto de venda, suportes digitais, entre outros. Contribuir para uma marca que promove uma experiência de economia circular faz-nos sentir bem” diz-nos André Gouveia, diretor-geral da INNGAGE. 

É gratificante para nós como equipa de designers sermos distinguidos com este prémio e selecionados por importantes jurados internacionais na área da inovação e da sustentabilidade. É igualmente importante o destaque que é dado à indústria portuguesa e aos produtos que se produzem no nosso país. 

Agradecemos à equipa e aos jurados do Good Design Award e em especial à EcoX, que confiou na INNGAGE para o desenvolvimento do seu novo posicionamento e estratégia de marca, identidade, embalagem e experiência digital que irá certamente revolucionar o futuro dos detergentes ecológicos.

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O Nova SBE Data Science Knowledge Center vai organizar 6 workshops sobre o tratamento, a análise e a visualização de dados, completamente dedicados a organizações de impacto social. Para participarem nesta iniciativa gratuita, as organizações apenas necessitam de estar registadas na plataforma Base de Dados Social, o que pode ser feito aqui. O primeiro workshop acontece dia 22 de fevereiro, com a Sociedade de Advogados VdA – Vieira de Almeida & Associados como orador convidado e será sobre o tema “Proteção e Privacidade de Dados” no setor social.

Serão abordados temas relativos ao RGPD (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), como a definição de dados pessoais, as suas várias formas de tratamento, os princípios da proteção de dados e os principais riscos subjacentes, entre outros temas, numa vertente teórico-prática com diferentes exemplos e casos de estudo. O registo para o primeiro workshop pode ser feito a partir deste link.

As restantes sessões irão tratar temas como, Fundraising Digital, Estudos de Mercado, Software de Gestão de Organizações Sociais e Tratamento de Dados em Microsoft Excel.

A Base de Dados Social é um projeto pioneiro desenvolvido pela Nova SBE, em parceria com a Fundação “la Caixa” e o BPI, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social. É a única plataforma portuguesa com o objetivo de disponibilizar informação sobre as organizações portuguesas de impacto social, em diferentes vertentes, como a sua área de atividade, os respetivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as suas pessoas (colaboradores, associados, voluntários) e atividades, os seus recursos financeiros, enquadramento legal, entre vários outros.

A plataforma, de dados abertos, pretende fomentar o conhecimento sobre este setor fundamental para a economia portuguesa, permitindo uma melhor tomada de decisão para investidores sociais, empresas, voluntários, colaboradores, entre outras partes interessadas, e ainda fomentar e permitir mais e melhores estudos sobre estas organizações.

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A Aon, empresa líder mundial de serviços profissionais nas áreas de risco, reforma e saúde, acaba de divulgar as conclusões da mais recente edição do 2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight, um relatório global que apresenta os principais números do impacto dos desastres naturais a nível económico em 2021.

De acordo com o documento, o último ano registou um total de $343 mil milhões (o equivalente a mais de €300 milhões) em perdas económicas, sendo $329 mil milhões (perto de €288 mil milhões) resultantes de eventos climáticos. Com estes números, 2021 tornou-se o terceiro ano com mais custos associados a eventos climáticos – sendo esta análise efetuada após o ajuste da inflação –, ainda que o número de desastres tenha diminuído para 401 (face aos 416 registados em 2020), o que, segundo o relatório, demonstra o crescente custo e gravidade destes eventos. Outra das principais conclusões do 2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight releva que, do total de eventos climáticos ocorridos no ano passado, somente 38% destes foram cobertos por seguros.

2021 fica também marcado por ser o quarto ano em que mais eventos climáticos superaram a barreira dos mil milhões de dólares em perdas – neste caso, 50. Entre estes, o furação Ida, que assolou os Estados Unidos e as Caraíbas, foi o desastre que mais perdas económicas gerou no último ano, num total de $75.3 mil milhões (mais de €65 mil milhões). Atrás deste surgem também as cheias de julho na Europa Ocidental e Central, que, segundo o relatório da Aon, se tornaram o desastre mais caro de que há registo neste continente, tendo o mesmo alcançado perdas de $45.6 mil milhões (perto de €39 mil milhões). Também as cheias sazonais na China surgem na lista, com perdas de $30 mil milhões (cerca de €26 mil milhões).
Relativamente a Portugal, o país surge na lista dos eventos climáticos registados no último ano juntamente com Espanha e ambos registaram perdas na ordem dos mais de $150 milhões (mais de €131 milhões), devido ao período de mau tempo que ocorreu entre 29 de maio e 14 de junho.

O 2021 Weather, Climate and Catastrophe Insight é um relatório desenvolvido anualmente pela Aon com o objetivo de reunir informação que permita quantificar e qualificar riscos relacionados com catástrofes e, em simultâneo, avaliar como é que as organizações podem aumentar a sua resiliência num cenário onde o risco climático é cada vez mais volátil.

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A sustentabilidade tornou-se o eixo estratégico da TECHNAL para a próxima década. Atualmente, todos os perfis Technal são extrudidos em alumínio com uma pegada de emissões de CO2 baixa, quer seja com alumínio reciclado Hydro CIRCAL (2,3 Kg CO2e/kg) ou Hydro REDUXA (4,0 Kg CO2e/ kg de alumínio), muito inferior aos 8,6 Kg CO2e/Kg de alumínio primário consumido na Europa, de acordo com a European Aluminium.

A unidade de produção da TECHNAL, em Miranda de Ebro (norte de Espanha), integra toda a cadeia de valor e produção – extrusão, montagem de RPT, lacagem, armazenamento e distribuição – o que minimiza a movimentação de mercadorias e as emissões de CO2 geradas pelo seu transporte. Por esta razão, a TECHNAL está a lançar uma nova coleção de lacados com aspeto anódico, criando assim uma alternativa sustentável aos acabamentos anódicos tradicionais, pelas seguintes razões:

  • Elimina-se o transporte de e para a fábrica de anodização, evitando-se assim as emissões de CO2 derivadas do transporte.
  • O consumo e o tratamento da água são otimizados graças à nova estação de tratamento de água de última geração instalada na secção de lacagem.
  • A ausência de componentes orgânicos voláteis (COVs) é assegurada durante a vida útil dos perfis lacados, graças ao revestimento a pó (por processo eletrostático) que não contém quaisquer solventes.
  • O fornecedor da lacagem que a Technal utiliza na elaboração desta nova coleção possui uma EPD (Declaração Ambiental do Produto) que certifica a sua LCA (Avaliação de Ciclo de Vida).

Para além das vantagens ambientais, esta nova coleção também apresenta vantagens estéticas uma vez que as lacagens que a compõem permitem um acabamento uniforme em perfis, folhas e acessórios.

Têm um baixo impacto ambiental, resistência ao tempo comprovada a longo prazo (de acordo com o ensaio de envelhecimento acelerado EN ISO11341) e são certificados Qualicoat classe 2, GSB master, AAMA 2604 e BS EN 12206.

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