Autor

Marta Belchior

O GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do  Território e Ambiente, lança a 32ª Campanha, para o ano 2021/2022, com a temática  “Emergência Oceano”, adaptada a todas as idades. Tem como objetivo promover a  educação ambiental para a sustentabilidade, a cidadania participativa e o voluntariado  ambiental. As inscrições já estão abertas. 

A 32ª campanha Coastwatch “Emergência Oceano” é dirigida a todos os cidadãos e  pretende alertar e sensibilizar para os problemas que os oceanos enfrentam,  nomeadamente o aquecimento das águas, a acidificação, a sobre-exploração de  recursos, a aquacultura não sustentável e a poluição por contaminação, de resíduos e  sonora. Também a contaminação genética e das espécies invasoras, que conduz à  destruição de habitats, a perda de biodiversidade e de recursos marinhos, são alguns  dos temas destacados pela nova campanha. 

O projeto Coastwatch apela à realização de percursos pedestres nas zonas  costeiras portuguesas, fora da época balnear, com observação e registo de importantes  informações ambientais, como animais, algas, plantas e qualidade das entradas líquidas  de água doce e sempre que possível a recolha de lixo marinho. 

As saídas de campo Coastwatch podem ser realizadas de forma individual ou em grupo, como famílias, vizinhos, amigos, empresas, comunidades educativas ou associações.  As zonas costeiras são escolhidas pelos participantes e monitorizadas com o material  pedagógico Coastwatch adaptado a diferentes escalões etários. 

Só com cidadãos pró-ativos e com conhecimento é possível intervir junto de quem gere as nossas zonas costeiras para que sejam tomadas decisões esclarecidas e que visem  a sua proteção. O Coastwatch Portugal é uma das formas como a sociedade civil pode  contribuir eficazmente para intervir na proteção das zonas costeiras”, completa Carla  Pacheco.

Em Portugal, a coordenação do Coastwatch Portugal é realizada há 32 anos pela  associação ambientalista GEOTA com o apoio voluntário de escolas, associações,  escuteiros, ONG’s, municípios, organismos do Estado, entre outras entidades, algumas  das quais são coordenadores regionais do Projeto Coastwatch e cidadãos de todo o  país. 

Informações e inscrições 

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A novidade, diz a marca, incorpora recursos de baixo impacto e eco-conscientes na criação de uma linha de cuidados de rosto adequada aos tempos que correm, isto é, pensada para fazer face às exigências, não só da nossa pele e sua consequente defesa das agressões externas, mas também preocupações obrigatórias com o planeta.

A Chanel tem uma nova linha dedicada à beleza que coloca a marca, pela primeira vez, na categoria dos produtos sustentáveis. Intitulada “No. 1 de Chanel”, a gama inclui produtos de limpeza facial, maquilhagem e perfumes e todos têm um ingrediente em comum: a camélia, uma flor que, alegadamente, Coco Chanel sempre admirou pela sua resistência e encanto

As novidades fazem parte daquela que é considerada a gama mais “limpa” da marca, uma vez que até 76% das fórmulas corresponde a esta camélia com propriedades anti-envelhecimento e que os produtos contém 97% de ingredientes naturais. Além disso, por fora, as embalagens podem ser vermelhas, mas a sua produção é verde: estão disponíveis no formato refill, permitindo que os clientes as voltem a encher; o seu peso foi reduzido em 30%, o que se traduz em menos custos de transporte, logo, numa pegada de carbono menor para cada produto; e a tampa do frasco do Revitalizing Cream contém sementes de camélia esmagadas, tornando-a útil após o fim da sua utilização.

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Guillaume Prou, Diretor Geral na Alpargatas EMEIA – Havaianas, falou connosco sobre as iniciativas da Havaianas para promover a Economia Circular.

A Havaianas está muito associada à praia, mas é mais do que isso. Como descrevem a marca neste momento?

A praia sempre foi um território muito natural para a Havaianas, e estamos a trabalhar muito para manter a nossa relevância aí. Nos últimos anos, alargámos a nossa oferta de produtos com sandálias, vestuário e slides. A proporção de produtos além chinelos no nosso catálogo está a crescer a cada ano, atingindo mais de 20% do nosso volume total em 2021. A Havaianas quer cada vez mais vestir os seus clientes da cabeça aos pés e acompanhá-los durante todo o verão e em momentos relaxantes.

 

A Havaianas lançou algumas ações para promover a sustentabilidade. Qual delas gostava de destacar?

A Havaianas iniciou a sua jornada de sustentabilidade há muito tempo e temos muito orgulho das parcerias que começaram há quase 20 anos com ONGs com o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas do Brasil) e a Conservação Internacional (CI). Todos os anos a Havaianas resgata 7% das vendas dos seus designs especiais para a IPÊ e a CI. E estamos felizes por ver que a sustentabilidade está a tornar-se uma preocupação crescente para os consumidores, bem como para as marcas de moda; a nossa iniciativa mais recente e significativa é o nosso processo de reciclagem de ciclo fechado. Uma das dificuldades que tivemos de resolver foi o processo de triagem, que é bastante complexo. Encontrámos um parceiro chamado Rubberlink, uma empresa portuguesa especializada na triagem e processamento de borracha e outros materiais, e estamos agora a recolher o calçado usado – independentemente da marca – em 80 dos nossos pontos de venda diretos e a reprocessá-los com o nosso parceiro para torná-los em novos acessórios Havaianas. Tenho orgulho de dizer que após a primeira temporada, já processámos mais de duas toneladas de borracha!

Que feedback têm recebido sobre este tipo de iniciativas?

Fiquei surpreendido com a forma rápida como os nossos clientes adotaram o processo de reciclagem; verifiquei os pontos de recolhas em todas as lojas que visitei este verão e estavam quase sempre cheios em todas elas. Treinámos as nossas equipas de loja para explicar às pessoas o que queríamos fazer; e especialmente aos consumidores que estão a comprar um novo par para substituir o antigo, que ficam felizes por deixar os seus chinelos velhos com a sensação de fazer algo útil.

Alguns dos nossos grandes parceiros retalhistas ouviram falar desta operação e consideraram-na tão relevante que nos pediram para serem nossos parceiros nesta iniciativa em 2022: por exemplo, no próximo verão vamos começar a recolher chinelos usados em todos os centros El Corte Inglés onde temos uma concessão.

 

Sentem que os consumidores estão mais preocupados com as questões ambientais?

Os consumidores estão muito bem informados; eles conseguem dizer quais são as marcas autênticas e quais são as que estão a fazer bluff. Mas não estou totalmente certo de como isso estará a influenciar as escolhas de compra; há uma pequena parcela de consumidores ativistas que declaram que a sustentabilidade prevalece sobre qualquer outro critério de compra. No entanto, para a grande maioria, os consumidores dizem que a sustentabilidade é importante, mas não tão crítica quanto estilo, conforto ou preço. Na minha perspetiva, os critérios de sustentabilidade só ganharão relevância no futuro: integrando o ângulo da sustentabilidade em todas as etapas críticas do negócio; com o produto projetado para facilitar a reciclagem, o processo de produção com neutralidade de carbono, a racionalização da cadeia de matérias-primas para reduzir a pegada de carbono desde a fábrica até ao ponto de venda… É uma jornada sem fim e as marcas nunca devem parar nessa jornada.

A parceria com a Rubberlink para a reciclagem de Havaianas usadas possibilita uma economia circular. Que impacto isso teve no meio ambiente?

O projeto Rubberlink é um projeto de reciclagem de ciclo fechado: sabemos que a produção reciclada tem um impacto ambiental menor do que a produção linear. O desafio aqui é ganhar escala de forma a ser viável a longo prazo do ponto de vista financeiro.

O outro benefício é que a recolha direta dos consumidores é a garantia de que os produtos passarão pelo canal de reciclagem mais adequado, evitando opções de alto impacto ambiental como aterros sanitários ou pior: o oceano!

 

Além desta ação de sustentabilidade, participam em outras iniciativas/eventos que contribuam para a proteção do meio ambiente?

Eu diria que a iniciativa mais significativa são as parcerias tanto com o IPÊ como com a Conservação Internacional que mencionei anteriormente. A Havaianas está a apoiar a proteção de ecossistemas e espécies únicos da fauna brasileira, a cada ano, com um conjunto diferente de modelos.

Gosto do facto destas parcerias se desenvolverem e fortalecerem ao longo do tempo: em 2019 fizemos 2 murais enormes com visuais do IPÊ e 2 grandes eventos, um em Lisboa e outro em Londres, com a presença da Sra. Susana Machado, Presidente e cofundadora do IPÊ.

 

Guillaume Prou

Sr. Prou, francês, juntou-se à Alpargatas há 10 anos na função de CFO EMEA. Anteriormente, trabalhou durante 15 anos na L’Oréal em vários cargos na Tailândia, França, Brasil e Portugal.
No seu papel como líder da organização, continuará a fazer crescer a marca Havaianas na região EMEA. Isso inclui os novos desenvolvimentos de extensões de produtos, o crescimento do impacto no retalho das lojas Havaianas, bem como o desenvolvimento do negócio grossista nesta região.

A Alpargatas é uma das maiores fabricantes de calçado do mundo, com mais de 25.000 funcionários em todo o mundo, com base global em São Paulo, Brasil, criando a marca de chinelos Havaianas em 1962.

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O BPI junta-se a uma rede de empresas – GRACE – na partilha de boas práticas para impulsionar um setor empresarial mais sustentável e com impactos positivos duradouros na  sociedade e no planeta.  

A participação do BPI reforça o seu posicionamento no ecossistema da Sustentabilidade e o  seu compromisso com a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. De  salientar que o GRACE integra as redes europeias EVPA (European Venture Philanthropy  Association) e CSR Europe (Corporate Social Responsibility) apoiando setores da indústria e  empresas a nível global, na transformação e busca de soluções práticas para o crescimento  sustentável.  

O BPI tem acompanhado as recentes evoluções no setor bancário em termos de reporte,  diferenciação de produtos e serviços e de inovação em práticas ambientais e sustentáveis. O  Banco tem vindo desde 2018 a implementar e a monitorizar planos de ação com objetivos  ambientais. Esse compromisso com a melhoria contínua do desempenho ambiental do BPI foi reconhecido recentemente pela certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) atribuída  pela Bureau Veritas à atividade bancária e de suporte no edifício da Casal Ribeiro, em Lisboa.  

Em 2021, o BPI aderiu à iniciativa UN Global Compact (UNGC) e assumiu o compromisso de  se envolver em projetos colaborativos que promovam os objetivos mais amplos de  desenvolvimento das Nações Unidas, em particular os Objetivos de Desenvolvimento  Sustentável (ODS). De salientar que as iniciativas de solidariedade do BPI permitem, entre  outros, contribuir para ODS 1 Erradicar a Pobreza, 4 Educação de Qualidade, 10 Reduzir as  desigualdades e 17 Parcerias para a implementação dos Objetivos.

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Sónia Branco, Gestora de Projectos Sustentabilidade no GRACE – Empresas Responsáveis, conversou connosco sobre como a associação é muitas vezes a porta de entrada para as empresas que querem iniciar um programa interno de responsabilidade social, voluntariado, estratégia de sustentabilidade e não sabem por onde começar.

O GRACE apoia os setores da indústria e empresas a nível global, na transformação e busca de soluções práticas para o crescimento sustentável. De que forma?

O GRACE – Empresas Responsáveis é uma associação empresarial de utilidade pública, que atua nas áreas da Responsabilidade Social e Sustentabilidade. A missão do GRACE é a promoção e desenvolvimento de uma cultura empresarial sustentável, fomentando a participação das empresas associadas no contexto em que se inserem, sob os seguintes eixos:

  • Influenciador / Ativação Da Rede: no GRACE existe uma abordagem colaborativa entre as empresas, e um esforço uníssono para influenciar políticas públicas com foco nos princípios de sustentabilidade e responsabilidade social corporativas. Na prática, isto traduz-se numa rede interempresas que procuram atuar sobre os mesmos valores na sua cultura empresarial e promovendo a mudança pelo exemplo e iniciativa. Dinamizamos ainda parcerias nacionais e internacionais que promovam os mesmos princípios sobre os quais o GRACE se rege, possibilitando aos nossos Associados o acesso a um leque enorme de conhecimento e benchmark neste tema da sustentabilidade e das empresas responsáveis. 
  • Disseminador de Boas Práticas: no GRACE o conhecimento é disseminado entre as empresas associadas, considerando que a informação partilhada permite a todos fazer o melhor e não atuando de forma concorrencial. Exemplo disso é o Toolkit para Empresas Como recrutar e integrar Pessoas com Deficiência , desenvolvido em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o contributo de várias empresas associadas, e ainda o Toolkit Saúde Mental em contexto laboral, iniciativa desenvolvida no âmbito dos trabalhos do Cluster Saúde, que junta 14 Associados GRACE da área da Saúde.
    É de especial relevância a partilha de boas práticas entre as empresas e a economia social, sendo que essa ponte é cada vez mais necessária para resolver problemas societais e ambientais.
    Ainda sobre este eixo, o projeto Uni.Network promove a aproximação das empresas e academia nas temáticas da Responsabilidade Social Corporativa, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este projeto desenvolve ações de Sensibilização e Formação (participação em aulas ou eventos) e a Academia GRACE premeia anualmente ideias provenientes de alunos do Ensino Superior que respondam a desafios no âmbito da sustentabilidade empresarial. Para o ano letivo 2021/2022, os alunos deverão dar resposta a um dos seguintes temas: Economia Circular e Bem-estar dos colaboradores.
  • Apoio/Suporte a Associados, nomeadamente no desenvolvimento de iniciativas de capacitação e formação sobre os temas mais prementes da sustentabilidade e responsabilidade social corporativas.
    Tem especial relevo o programa de formação executivo Sustainability – A Corporate Journey, desenvolvido em parceria com o ISEG e Sair da Casca, lançado no ano de 2021, que, ao longo de 3 dias de formação intensa com casos práticos de empresas, pretende potenciar o conhecimento sobre sustentabilidade, estratégia empresarial e integração do tema nos modelos de negócios das empresas.
    Disponibilizamos ainda apoio às empresas na implementação de ações de voluntariado corporativo, com foco no voluntariado de competências, na construção de programas de voluntariado interno, e damos resposta a pedidos específicos de organizações ou temas que as empresas pretendam investir ou apoiar na comunidade.

O GRACE atingiu recentemente 200 Associados. Em que medida é que esse feito contribui para o reconhecimento da Associação? 

O GRACE celebrou em 2020 a marca dos vinte anos de existência. Atingir os 200 Associados é o reflexo da importância do trabalho desenvolvido e da procura crescente por soluções colaborativas entre empresas. 

No ano da sua fundação, em 2000, o GRACE tinha como objetivo sensibilizar para a importância da cidadania e responsabilidade social nas empresas e iniciou apenas com 7 empresas, assente maioritariamente em temas como voluntariado, donativos e apoio à comunidade. O tema da sustentabilidade e os critérios ESG como hoje conhecemos não eram centrais nem muito menos estratégicos para as empresas. O GRACE foi desde logo pioneiro e este crescimento é algo que nos orgulha e faz acreditar que o tecido empresarial português está a mobilizar-se para uma mudança de paradigma. 

Podemos afirmar que o crescimento do número de Associados a cada ano que passa é o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo GRACE, da importância das soluções colaborativas que potenciamos e do facto de as empresas demonstrarem cada dia que passa maior sensibilidade para os temas que trabalhamos. 

A verdade é que também o pacote legislativo da União Europeia, alavancado pelo Pacto Ecológico Europeu, coloca os temas da sustentabilidade no centro de atuação das empresas. O Disclosures Delegated Act por exemplo, regulamento que detalha as novas exigências de reporte por parte de certas empresas entrou em vigor recentemente, a 1 de janeiro de 2022, e surge no seguimento do Regulamento Taxonomia, de 2020, que define as atividades económicas sustentáveis e as novas formas de reporte ESG, e também já se encontra em vigor. A isto podemos somar mais medidas de compliance que surgirão nos próximos tempos e que irão colocar informação não financeira em pé de igualdade com a habitual informação financeira.   

Numa época em que a preocupação ambiental é cada vez maior, sente que as empresas procuram cada vez mais este tipo de serviços?

Existe claramente uma procura crescente sobre informação e boas práticas existentes, decorrentes do incremento dos problemas sociais advindos da pandemia, e da urgência de um plano de recuperação verde. 

A evolução das problemáticas ambientais e suas consequências (que irão aumentar assimetrias sociais e excluir ainda mais populações vulneráveis) levaram a uma tomada de consciência por parte das empresas sobre o papel que têm na sociedade na resolução de problemas sociais e ambientais. Um exemplo muito concreto decorreu durante os confinamentos, com um elevado número de solicitações que o GRACE recebeu por parte de Associados para providenciar ajuda a diversas entidades da economia social, nas mais variadas necessidades à altura: computadores para alunos carenciados; camas para unidades hospitalares, etc. Também é visível o crescente interesse pelo alinhamento dos compromissos nacionais no que diz respeito à neutralidade carbónica e o GRACE tem reforçado a articulação com as diversas entidades governamentais e não-governamentais para contribuir positivamente para esses objetivos comuns.   

Por outro lado, as empresas percebem também os riscos inerentes à sua atividade se ignorarem estas temáticas e os requisitos legais e de compliance obrigam à procura de apoio especializado. 

Se pensarmos no tecido empresarial português, de pequenas e médias empresas, a especialização nestes temas pode ser morosa e difícil de iniciar caminho. É neste sentido que o GRACE apoia e tem crescido em número de Associados e solicitações. Somos muitas vezes a porta de entrada para as empresas que querem iniciar um programa interno de responsabilidade social, voluntariado, estratégia de sustentabilidade etc. e não sabem por onde começar. 

 

Participam em algum tipo de iniciativas sustentáveis para além do vosso “core business”? Se sim, em quais? 

Na génese da existência do GRACE está a colaboração. Acreditamos que para fazer acontecer é necessário um conjunto de sinergias e de exemplos. Assim, o GRACE tem várias parcerias com várias entidades do setor social, servindo como anteriormente referido, de ponte entre as empresas e vários agentes da economia social, na procura de novas soluções e formas de resolução conjunta de problemas societais e ambientais. Adicionalmente colabora com organismos públicos, universidades e até outras redes e comunidades de empresas. 

A nível internacional destacamos duas parcerias: 

  • O GRACE é membro da rede europeia CSR Europe (que agrega várias redes e associações de países europeus na promoção da sustentabilidade e responsabilidade corporativa) e anualmente colabora na organização da SDG Summit, Cimeira dedicada aos ODS – Objetivos Desenvolvimento Sustentável  
  • O GRACE é membro da EVPA, organização de empresas e entidades dedicas à filantropia de investimento social e de impacto, tendo recentemente decorrido no Porto a cimeira europeia C Summit, à qual os Associados GRACE puderem participar e aceder com condições especiais.

Qual o próximo passo do GRACE para tornar o mundo mais verde?

Atualmente o GRACE procura disponibilizar um conjunto de iniciativas que ajudem as empresas associadas a compreender os temas ambientais, mas sobretudo auxiliar as empresas a estarem informadas e preparadas para os imperativos que se avizinham com os compromissos assumidos globalmente e as obrigações legais e de compliance daí decorrentes. 

Exemplo disso foi a conferência que o GRACE realizou em novembro “Agir para a Neutralidade Carbónica – Como podem as empresas contribuir para o esfoço nacional”, que se revelou um sucesso face à procura e interesse no tema. 

Assim, para o ano de 2022 será dado seguimento a esta oferta de formação e capacitação para as empresas, em temas como a Economia Circular, o Reporting ou até mesmo sobre o essencial do framework ESG para auxiliar e fomentar as empresas na transição para um mundo mais verde. 

Para saberem mais sobre a atividade do GRACE, visitem o site ou entrem em contacto através do email grace@grace.pt 

Sónia Branco

Gestora de projetos de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa. Desenvolveu a sua carreira profissional na área da banca, com foco nas relações internacionais, desenvolvimento de negócio e gestão de stakeholders. Recentemente desenvolveu projetos e atividade no sector social – no GRACE – construindo programas de formação e capacitação, especializada nas áreas de avaliação de impacto, comunicação e investimento social corporativo. 

É licenciada em Marketing pelo Instituto Politécnico do Porto, possui mestrado em Economia e Gestão da Inovação pela Faculdade Economia da Universidade do Porto e pós-graduada em Gestão da Sustentabilidade pelo ISEG.

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Sofia Soares Franco, Responsável de Comunicação Institucional da José Maria da Fonseca, conta-nos sobre como a empresa aplica e desenvolve uma viticultura voltada para a preservação dos recursos naturais.

A José Maria da Fonseca assume, desde muito cedo, um compromisso com a sustentabilidade. Que estratégias têm implementado e que resultados têm obtido? 

A sustentabilidade faz parte do DNA da José Maria da Fonseca há várias décadas. Por ser uma empresa de sete gerações, vemos a sustentabilidade como a única forma de as próximas gerações da família terem uma empresa viável e gerida com responsabilidade nas áreas de meio ambiente, social e económica.

A José Maria da Fonseca tem vindo ao longo dos anos a demonstrar uma crescente preocupação face aos factores ambientais, a qual se traduz na utilização de melhores práticas no tratamento da vinha, melhor gestão dos recursos naturais, sua preservação e conservação. Trata-se de todo um conjunto de práticas cujo crescimento se tem refletido na comunidade em que se insere, permitindo dessa forma uma coexistência solidária apoiada nas necessidades de todos os intervenientes. 

A sustentabilidade é um conceito lato que implica não só a vinha, mas também o trabalho na adega, engarrafamento, packaging, logística, aspectos sociais e económicos. Em todas estas áreas têm sido implementados planos de melhoria contínua com o objetivo de tornar a empresa mais sustentável. 

No final de 2021 a José Maria da Fonseca concluiu com sucesso a sua certificação em Sustentabilidade segundo o referencial FAIR’N GREEN, sendo o primeiro produtor de vinho português a obter esta certificação em sustentabilidade, após uma análise e consultoria detalhadas e exigentes. Esta é uma certificação de sustentabilidade holística, que nos ajuda a melhorar sistematicamente ao longo do tempo.

Alguns resultados relevantes são a redução de consumo de energia em 40% nos últimos 10 anos e a redução de consumo de água em 25% nos últimos 4 anos.

 

Quais são os maiores desafios na transição para o planeamento estratégico de uma área de Sustentabilidade na vossa empresa? 

Um dos maiores desafios é o equilíbrio entre os pilares ambiental e económico da sustentabilidade. Há que tornar a empresa cada vez mais sustentável a nível ambiental, mas sem que isto seja feito à custa da sustentabilidade económica da empresa.

A José Maria da Fonseca detém um dos mais avançados standards internacionais na área da Segurança Alimentar. Em que medida é que isso contribui para o reconhecimento da marca? 

Atualmente detemos a Certificação de Segurança Alimentar pelo BRCGS, issue 8, um dos mais avançados standards internacionais na área da Segurança Alimentar, e que mantém as exigências da Certificação de Qualidade. Esta certificação contribui bastante para o reconhecimento da marca, sobretudo para o trade e grandes decisões do negócio. Nalguns casos, é uma condição crítica sem a qual não podemos fazer negócio.

 

Um dos pilares da marca é o comprometimento em proteger o ambiente, prevenir a poluição e usar os recursos de forma sustentada. De que forma contribuem para tal?

Na vertente ambiental a José Maria da Fonseca mantém práticas sustentáveis inovadoras, como a redução de consumos de água, com objetivos e metas anuais, incluindo o tratamento de todas as suas águas residuais por forma a garantir o cumprimento das normas de descarga e, em paralelo, melhorar a qualidade ambiental nas instalações e na sua envolvente.

A gestão integrada de resíduos, com uma percentagem de reciclagem de cerca de 99% e a redução de consumos de energia são outra das prioridades integradas no seu sistema de melhoria de desempenho ambiental.

A preocupação ambiental estende-se também às vinhas, onde desde o início dos anos 90, temos vindo a aplicar e desenvolver uma viticultura em contacto e voltada para a preservação dos recursos naturais. As práticas de proteção integradas são seguidas em todas as vinhas e estendidas aos fornecedores de uva.

A viticultura procura constantemente um equilíbrio entre a utilização de tecnologia e a preocupação com o meio ambiente. A José Maria da Fonseca foi pioneira na rega gota a gota, que implementou em 1993 e é hoje prática usual na viticultura nacional. Também desde a década de 80 que passou a não mobilizar os solos, mantendo um coberto vegetal que retém a humidade, beneficiando a vida e biodiversidade vegetal e animal, o que consequentemente implica uma menor necessidade de água nas vinhas. Os solos são fertilizados com o engaço das uvas nas linhas das vinhas, incorporando-se também matéria orgânica das podas.

A investigação agrária de novas e melhores plantas tem sido uma prática das últimas décadas e a José Maria da Fonseca tem colaborado com os principais peritos e centros de investigação nacionais e internacionais na área da Enologia e Viticultura. 

Fale-nos um pouco sobre a aposta da José Maria da Fonseca em sistemas solares fotovoltaicos. 

No final de 2021 apostámos na instalação de um sistema solar fotovoltaico para autoconsumo, na Quinta da Bassaqueira, em Azeitão, que nos permitirá uma poupança energética de 38%. Este sistema irá também evitar a emissão de 250 toneladas de CO² por ano, que equivalem a 55 hectares de floresta ou à retirada de 139 carros da estrada por ano. Esta aposta visa produzir e consumir energia verde, reforçando assim o nosso compromisso com a sustentabilidade e a poupança energética, além de apostarmos na produção de energia própria.

 

Quais os próximos passos da José Maria da Fonseca para atingir um planeta mais verde? 

Os próximos passos serão manter a estratégia de sustentabilidade que já vimos a implementar e consolidar a melhoria contínua dos processos, a redução de consumo de energia, redução de consumo de água, continuar a adaptar packaging, assim como desenvolver os planos de ação dentro do programa de certificação FAIR’N GREEN.  

Sofia Soares Franco

Sofia Soares Franco é uma das representantes da 7ª geração da família que há quase 200 anos se dedica ao negócio do vinho e é a única mulher da sua geração pelo que quando a empresa decidiu profissionalizar o seu Enoturismo o perfil da Sofia e o seu background em relações institucionais pareceram os mais indicados para desenvolver esta área.

Sofia é há quase 15 anos responsável de Enoturismo e Eventos da José Maria da Fonseca e desde 2010 acumulou também a função de responsável de Comunicação Institucional.

O Enoturismo da José Maria da Fonseca conta atualmente com dois centros de visitas: a Casa Museu José Maria da Fonseca em Azeitão e a Adega José de Sousa em Reguengos de Monsaraz e terminou o ano de 2019 com números recorde: mais de 42000 visitantes de mais de 80 países tendo neste ano aberto também um restaurante na sua Casa Museu, confirmando-se numa aposta para a empresa.

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A Volvo Cars acaba de anunciar, à margem do CES  (Feira de Eletrónica de Consumo, em Las Vegas, nos Estados Unidos), o maior evento de tecnologia do mundo, que vai lançar,  em breve, uma nova funcionalidade que permite condução autónoma não assistida (Ride Pilot), junto dos  seus clientes, nos EUA. A marca adianta ainda que uma vez homologado e credenciado para utilização em  autoestradas, o Ride Pilot estará disponível como uma subscrição adicional no próximo SUV totalmente elétrico da marca, que será revelado no final de 2022.

A par com esta novidade, a Volvo Cars anunciou ainda que será a primeira empresa automóvel a lançar uma integração direta com o ecossistema Google Home bem como outros dispositivos Google Assistant,  mais um importante passo na parceria contínua entre a Volvo Cars e a Google. Essa integração direta  permite a mais perfeita conexão entre o Google Assistant e os automóveis feita até hoje, e vai possibilitar, aos clientes da Volvo Cars, controlarem as funções do seu automóvel por meio de comandos de voz, frequentemente usados em dispositivos domésticos e móveis habilitados para o Google Assistant.  

Como resultado desta estreita colaboração, e de entre as novas funcionalidades, a Volvo Cars  disponibilizará, em breve, novas funcionalidades nos seus automóveis com este infotainment, como acesso  à plataforma YouTube. Com efeito, o YouTube será a primeira plataforma de vídeo a ser apresentada e  disponível para download nos automóveis Volvo na loja Google Play. 

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Eduardo Serzedelo, fundador da Hirundo, decidiu criar a start-up, juntamente com mais três sócios, para valorizar a arte do calçado combinado com a responsabilidade ambiental.

A Hirundo é a nova marca de sapatilhas portuguesa, como nasce esta ideia? 

Fundada no Porto em 2021, pela mão de Eduardo e Filipe Serzedelo, Pierre Stark e Ann Massal, a Hirundo teve como propósito a criação de uma marca de ténis que atendesse às principais tendências globais e aos novos hábitos de consumo, inspirados no movimento Slow, que defende uma mudança cultural em direção a abrandar o ritmo da vida, concentrado num estilo de vida mais simples e que honrasse e valorizasse a tradição da produção do calçado em Portugal.

Criar a Hirundo foi a oportunidade de partilhar com outras pessoas a nossa paixão por um ténis de qualidade feito com materiais sustentáveis ​​e ao mesmo tempo elevar o artesanato português.

Levamos quase um ano para encontrar os fornecedores relevantes, estudar os materiais que queríamos e, acima de tudo, desenhar os tênis que refletissem nosso desejo de diminuir o ritmo.

A principal inspiração para a Hirundo foi a Andorinha. Um pássaro que simboliza a primavera e novos começos. Viajam pelo mundo livremente, mas sempre voltam para casa em seu próprio ritmo, trazendo nova vida e frescor. Essa é a essência do Hirundo.

A sustentabilidade dos ténis esteve na génese da ideia, ou foi algo que se tornou inevitável posteriormente? 

A sustentabilidade esteve sempre na génese da ideia, tanto do ponto de vista ambiental como do ponto de vista social e governativo. Sempre quisemos que este projeto fosse bom para a comunidade e para as pessoas que nele trabalhassem. De salientar ainda que os ténis Hirundo são certificados com o selo “Carbon Neutral”, distinção que atesta que a empresa compensa integralmente todas as suas emissões de carbono, e distinguida ainda com a prestigiada certificação “Pending B Corp”, atribuída a empresas com menos de 12 meses de operação.

Quais são os materiais utilizados na produção e que impacto eles têm no produto? 

A primeira coleção da Hirundo apresenta um modelo único personalizado por uma das 11 cores à disposição e é um produto ambientalmente responsável ao utilizar materiais reciclados e/ou recicláveis na sua composição, inteiramente concebidos, fornecidos e produzidos com uma cadeia de fornecimento local. 99% dos componentes são fabricados em Portugal por empresas Portuguesas com anos de experiência no sector.

A parte superior e o forro dos ténis Hirundo são fabricados em couro certificado pelo “Leather Working Group” e a sola exterior é composta por borracha sintética reciclável, extraleve e muito macia. Estes ténis sustentáveis contêm ainda cortiça na sua composição, um material termorregulador e antibacteriano que garante durabilidade e conforto.

 

A Hirundo comercializa produtos 100% nacionais e é uma empresa com selo “Carbon Neutral”. Sentem que os clientes valorizam os produtos locais e sustentáveis e procuram conhecer a sua origem? 

Começa a existir uma maior preocupação pela sustentabilidade nos clientes e recebemos bastantes perguntas neste sentido. Contudo, ainda não é a maioria dos clientes e fazemo-lo por sabermos que é a maneira como deve ser feito.

O setor da moda, e especificamente dos ténis, é bastante concorrencial. O que trazem de novo aos consumidores? 

Sustentáveis, combinando a estética minimalista do seu design com uma extensa gama de cores de personalidade invulgar e produzidos através de uma excecional destreza artesanal portuguesa, são assim os novos ténis produzidos pela start-up portuguesa Hirundo. Pensamos também que a estética é bastante característica e os matérias de uma qualidade excecional.

 

Onde e quando podemos adquirir os ténis da Hirundo? 

Nesta fase de lançamento os ténis Hirundo estão disponíveis no Indiegogo (plataforma de crowdfunding) com descontos até 30%, uma estratégia enquadrada no ADN ecológico deste projeto, uma vez que não é produzido nenhum stock inútil. 


Eduardo Serzedelo

Desde sempre apaixonado por sapatilhas e admirador da arte milenar da produção de calçado em Portugal, Eduardo Serzedelo, após viver em 3 continentes (a trabalhar enquanto advogado ou no MBA) decidiu criar a Hirundo para valorizar esta arte.

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O Tempo sem Tempo/Out of Time é o título da exposição de Carolina Piteira, que vai estar em exibição na Central Tejo, em Lisboa, entre 12 e 31 de janeiro de 2022. A exposição, composta por 22 peças, tem como tema a Energia do Vento, a Energia do sol e a Energia da Água e como estas energias e o tempo se cruzam.

As obras criadas pela artista respondem a um desafio feito pela EDP de materializar em peças de arte o desafio das alterações climáticas e a importância da resposta da Sociedade à urgência climática. O Tempo sem Tempo – uma exposição Changing Tomorrow Now pela EDP faz parte do recente posicionamento anunciado pela empresa, que dá corpo à estratégia de ser uma energética 100% verde já no final desta década, produzindo energia exclusivamente a partir de fontes renováveis – o vento, a água e o sol.

Estes são os elementos que guiam a mais recente criação de Carolina Piteira que, nas suas obras recorreu a várias técnicas e materiais reaproveitados. Entre eles, um kite de Francisco Lufinha, o navegador português que acaba de completar uma viagem de Portugal até às Caraíbas, sozinho, num barco movido apenas por energias renováveis, concluindo com sucesso a EDP Atlantic Mission.

A preocupação com as alterações climáticas esteve sempre presente na vida de Carolina Piteira, mas, a viver a experiência da gravidez da sua filha Maria Teresa enquanto trabalhava nestas obras, essa preocupação ganhou maiores proporções.  “Estamos sem tempo para agir, por nós, pelas nossas crianças e pelas próximas gerações. Por isso, espero com esta exposição sensibilizar as pessoas para o tema da urgência climática e, se possível, contribuir para uma mudança de comportamentos positiva”, salienta a artista. 

Em maio de 2021, Carolina Piteira foi a narradora do novo posicionamento de marca da EDP, Changing Tomorrow Now – a mudar, já hoje, o amanhã -, que materializou a estratégia ambiciosa da empresa.

Desde que concluiu os seus estudos, Carolina Piteira ganhou vários prémios, incluindo o prémio do Signature Art Award, que distingue artistas emergentes. Expôs em Londres, Paris, Roma, Atenas, Madrid e Lisboa, com várias exposições coletivas e individuais, entre as quais uma mostra no âmbito da Bienal de Veneza 2019.

Em 2020, no início da pandemia, Carolina Piteira organizou um leilão de arte solidário para apoiar o Serviço Nacional de Saúde com material hospitalar. A artista angariou oito mil euros para os hospitais nacionais.

Mais conteúdos sobre a artista e a exposição em https://www.edp.com/pt-pt/changing-tomorrow-now/exhibition

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Diogo Felisberto, Managing Director na Innovation by Kaizen, conversou connosco sobre o contributo da empresa para um mundo mais sustentável e os desafios que enfrenta para atingir o zero desperdício.

Qual a missão da Innovation by Kaizen na ótica da sustentabilidade? 

A IBK (Innovation by Kaizen) foi criada para apoiar as empresas a crescer por via da inovação. Uma vez que inovação é a criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócio, existe uma forte ligação entre a missão da IBK e os objetivos da sustentabilidade.  Atualmente não se consegue dissociar a criação de algo novo e a respetiva sustentabilidade. Se vamos lançar um novo produto para o mercado, é fundamental que o produto e a sua cadeia de valor seja pensado em ser sustentável de raiz. A mesma lógica se aplica quando pensamos em novos serviços ou modelos de negócio. 

 

Numa época em que a preocupação ambiental é cada vez maior, sente que as empresas procuram cada vez mais este tipo de serviços? 

Existem vários fatores que estão a criar pressão sobre as empresas e a aumentar a procura por serviços nesta área. Se por um lado vemos empresas que procuram reduzir a sua pegada ecológica pela contribuição para um planeta mais verde e sustentável, outras fazem-no pelas imposições regulamentares atuais e futuras que implicam multas e sanções económicas. Vemos também pressões de curto prazo relacionadas com a subida dos preços energéticos o que faz disparar a necessidade de reinvenção não só dos processos atuais mas também da cadeia de valor com um todo.

A legislação que as empresas têm de seguir ao nível da sustentabilidade é cada vez maior. Quais os maiores desafios da Innovation by Kaizen em orientar uma empresa a atingir o zero desperdício? 

Há vários níveis de atuação para atingir o zero desperdício. Podemos atuar ao nível local, otimizando os fluxos energéticos, podemos atuar ao nível de tecnologia migrando para soluções mais ecológicas e eficientes, e podemos também atuar ao nível da cadeia de valor transformando o negócio desde a origem do produto ou serviço até ao consumidor final. Do ponto de vista da tecnologia os custos de transição ainda são elevados na maior parte das soluções. Onde conseguimos atuar com mais rapidez é ao nível dos fluxos energéticos e também ao nível da cadeia de valor, tendo um cuidado redobrado para que as alterações não tenham impacto na qualidade ou nível de serviço do produto final.

 

Qual a importância da inovação para a sustentabilidade? 

Inovação e Sustentabilidade andam de mãos dadas. Não posso inovar sem ser sustentável, e não consigo ser sustentável sem criar inovação. A necessidade de novos modelos de negócio e de tecnologias mais verdes vão testar os limites da inovação. O próprio consumidor exige inovação uma vez que cada vez mais está preocupado com a origem dos produtos e com e pegada daquilo que está a consumir. A inovação é a forma que temos de cobrir o gap entre aquilo que os consumidores estão a pedir e o que as empresas ainda não conseguem entregar. 

Quais as linhas condutoras (drivers) da inovação para atingir uma economia zero carbono? 

Para se atingir a neutralidade carbónica é fundamental trabalhar em várias frentes. O ciclo de vida do produto tem de ser gerido na totalidade: a origem dos produtos, os processos de transformação e o fim de vida dos mesmos. Exemplo, podemos ver o exemplo do retalho onde cada vez mais marcas estão a comprar produtos usados para posterior incorporação no mercado ou em novos produtos. É também fundamental trabalhar a tecnologia existente especialmente em indústrias altamente poluentes como é o caso da agricultura ou a geração de energia, permitindo que os custos de transição sejam tão baixos que não se questiona a adoção. Por fim é indispensável desenvolver novos modelos de negócio mais circulares e onde a posse deixe de ser relevante e a utilização se torne o fator de destaque. Exemplo, posso ter um carro elétrico, mas se o utilizo 5% do tempo, não estou a ser sustentável.

 

Quais os próximos passos para a Innovation by Kaizen para atingir um planeta mais verde? 

O nosso contributo assenta nos drivers já falados, inovar na cadeia de valor, inovar nos modelos de negócio e inovar para produzir novas tecnologias mais verdes e sustentáveis.  Pretendemos acelerar estes processos nas empresas para que a transição ocorra o mais rápido possível, contribuindo para as metas ambientais existentes. 

Diogo Felisberto

Diogo Felisberto é especialista em desenho de novos negócios e estratégias de inovação, sendo atualmente Managing Diretor na Innovation by Kaizen. 

Ao longo de cerca de 15 anos de experiência ajudou dezenas de organizações a melhorar os seus resultados otimizando os custos e aumentando as vendas. Suportou algumas das maiores empresas mundiais em áreas como Retalho, Agro Alimentar e Serviços, tendo residido em Singapura, Austrália, Arábia Saudita e Portugal.

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