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Lepidochitona rochae foi o nome atribuído a uma nova espécie de molusco fóssil, em honra de Rogério Bordalo da Rocha (1941-2018), paleontólogo e professor do Departamento de Ciências da Terra da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA e antigo Presidente da Sociedade Geológica de Portugal. 

A revelação foi feita no Journal of Paleontology, reconhecida publicação científica de revisão por pares, publicada pela Paleontological Society, organização norte-americana pela promoção da paleontologia. O paper “Biogeography of northeastern Atlantic Neogene chitons (Mollusca, Polyplacophora): New data from the Pliocene of Portugal”, assinado por Bruno Dell’Angelo, Bernard M. Landau, Carlos Marques da Silva e Maurizio Sosso, detalha as descobertas feitas na análise de uma amostra de 500 kg de sedimentos. É neste trabalho que os académicos partilham a descoberta de duas novas espécies de moluscos fósseis do Pliocénico de Portugal. 

“Neste trabalho são formalizadas duas novas espécies (de moluscos) e uma delas foi nomeada em honra do Prof. Rogério Bordalo da Rocha”, explica o paleontólogo português Carlos Marques da Silva, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 

Rogério Eduardo Bordalo da Rocha (1941-2018) foi um reconhecido paleontólogo e especialista na estratigrafia e paleontologia do Triásico e Jurássico. Foi o primeiro doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e a sua tese de doutoramento “Estudo estratigráfico e paleontológico do Jurássico do Algarve Ocidental” relevou-se essencial para a compreensão do Jurássico do Algarve. Assinou e co-assinou mais de 225 artigos científicos, publicados em revistas nacionais e internacionais e foi, ainda, um dos grandes dinamizadores (e, inclusive, presidente) da Sociedade Geológica de Portugal. 

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A NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA anuncia o contributo dos seus investigadores para a descrição de uma nova espécie de dinossauro titanossauro Abditosaurus kuehnei dos restos escavados na yazida Orcau-1, no sul dos Pirenéus (Catalunha, Espanha).

O esqueleto semiarticulado de 70,5 milhões de anos é o espécime mais completo desse grupo herbívoro de dinossauros descoberto até agora na Europa. Além disso, Abditosaurus é a maior espécie de titanossauro encontrada na ilha Ibero-Armorica —uma região antiga que hoje compreende a Península Ibérica e o sul da França— representando um indivíduo senescente estimado em 17,5 metros de comprimento com massa corporal de 14 quilos. 

Para os investigadores, o tamanho do dinossauro é um dos factos mais surpreendentes a apontar: “Os titanossauros do Cretáceo Superior da Europa tendem a ser pequenos ou médios devido à sua evolução em condições insulares”, explicou Bernat Vila, paleontólogo do Institut Català de Paleontologia (ICP) que lidera a pesquisa. Durante o Cretáceo Superior (entre 83 e 66 milhões de anos atrás), a Europa era um grande arquipélago formado por dezenas de ilhas. As espécies que ali evoluíram tendem a ser relativamente pequenas, ou mesmo anãs em comparação com os seus parentes que vivem em grandes massas de terra, devido principalmente à limitação de recursos alimentares nas ilhas. “É um fenómeno recorrente na história da vida na Terra, temos vários exemplos em todo o mundo no registo fóssil dessa tendência evolutiva, por isso ficamos surpresos com as grandes dimensões desse espécime”, acrescenta ainda o investigador.

O trabalho de campo realizado ao longo de várias décadas desenterrou 53 elementos esqueléticos do espécime. Estes incluem vários dentes, vértebras, costelas e ossos dos membros, escapular e pélvico, bem como um fragmento semi articulado do pescoço formado por 12 vértebras cervicais.

No artigo publicado na Nature Ecology & Evolution, os investigadores concluem que o Abditossauro pertence a um grupo de titanossauros saltassauros da América do Sul e África, diferente do resto dos titanossauros europeus que se caracterizam por um tamanho menor. Os autores levantam a hipótese de que a linhagem Abditossauro chegou à ilha ibero-armórica aproveitando uma queda global do nível do mar que reativou antigas rotas de migração entre a África e a Europa.

A nova descoberta reflete assim um grande avanço na compreensão da evolução dos dinossauros saurópodes no final do Cretáceo e traz uma nova perspetiva para o quebra-cabeça filogenético e paleobiogeográfico dos saurópodes nos últimos 15 milhões de anos antes da sua extinção.

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A NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA anuncia que Elvira Fortunato e Cecília Roque, ambas professoras e investigadoras da faculdade, acabam de receber duas bolsas distintas do European Research Council (ERC), a mais reputada instituição de atribuição de fundos para a investigação científica e tecnológica na Europa.  

A ERC atribuiu um total de 166 bolsas proof of concept (prova de conceito) – cada uma no valor de 150 mil euros – a investigadores europeus. Quatros dessas bolsas vieram para Portugal – e metade para projetos que nasceram na FCT NOVA. 

Diminuir o lixo eletrónico, vigiar o cancro

O projeto liderado por Elvira Fortunato, professora catedrática, investigadora e diretora do CENIMAT|i3N, intitula-se de e-GREEN: From forest to electronics: green graphene e surge como resposta ao aumento do lixo eletrónico que é já o fluxo de resíduos com maior crescimento, acumulando-se 250 milhões de toneladas anuais. Uma nova abordagem sustentável, quer em termos de materiais, quer de processos, é a proposta: “O projeto e-GREEN visa a formação direta de padrões 3D baseados em grafeno para formação de circuitos impressos em substratos flexíveis recicláveis, evitando a necessidade de utilizar materiais metálicos escassos e não ecológicos para além de processos dispendiosos, poluentes e demorados”, adianta Elvira Fortunato. 

O projecto e-GREEN surge no seguimento de outro projeto distinguido com bolsa ERC, o DIGISMART (Multifunctional Digital Materials Platform for Smart Integrated Applications) cujo objetivo é revolucionar a maneira como se produzem circuitos integrados e componentes eletrónicos, utilizando materiais ‘eco-friendly’. Foi através do DIGISMART que foi possível “obter uma grande variedade de materiais baseados no grafeno, materiais estes de origem renovável – como a celulose, a nanocelulose e a cortiça – usando um novo processo baseado em grafeno induzido por laser. Este método assumiu-se como uma abordagem promissora devido à sua multifuncionalidade, relação custo/eficácia, processo, escalabilidade, simplicidade, alta eficiência e boa reprodutibilidade.”

O objetivo do e-GREEN é desenvolver uma prova de conceito baseada em vários protótipos de forma a avaliar os desempenhos elétricos e realizar uma extensa análise de mercado. O processo tecnológico abrirá novas portas para a eletrónica sustentável. 

Liderado por Cecília Roque, professora associada e Investigadora Principal do Laboratório de Engenharia Biomolecular da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas (UCIBIO), o projeto ENSURE: Non-invasive follow-up of urinary tract cancers consiste na criação de um inovador método de vigilância do cancro da bexiga, não invasivo, rápido e de baixo custo – fazendo uso do “nariz eletrónico” tecnologia desenvolvida numa bolsa ERC anterior atribuída à investigadora (SCENT: Hybrid Gels for Rapid Microbial Detection). Este nariz eletrónico inclui materiais sustentáveis sensíveis a gases, e um dispositivo que recorre a algoritmos de inteligência artificial para fazer a distinção de um conjunto de odores. Com base nesta tecnologia e em resultados preliminares da equipa, estão estabelecidas as bases para a aplicação clínica no diagnóstico e seguimento de pacientes: “O nosso maior objetivo é reduzir drasticamente o número de vezes que os doentes têm de ser sujeitos a técnicas invasivas e dolorosas”, explica Cecília Roque.

Com 573 mil novos casos e 213 mil mortes em 2020, o cancro da bexiga é o mais comum do sistema urinário e tem o maior custo por paciente entre todos os cancros, o que se deve sobretudo à vigilância exigente e que recorre a técnicas invasivas para o doente. O projeto compromete-se a avaliar a viabilidade tecnológica e de negócio numa sinergia entre a equipa de trabalho de Cecília Roque e a empresa italiana Day One, uma colaboração complementada com o contacto próximo com outros colaboradores e stakeholders. 

FCT NOVA com maior número de bolsas ERC

Elvira Fortunato acumula, assim, a sua terceira bolsa ERC e Cecília Roque a sua segunda: os projetos contemplados são, respetivamente, nas áreas da sustentabilidade e da saúde. Com as novas bolsas, a FCT NOVA reforça a sua posição pioneira liderando o número de bolsas ERC: passa de nove para 11. Já a Universidade Nova passa de um total de 22 para 24 bolsas ERC. 

Ambas as bolsas são proof of concept (ou prova de conceito) o que quer dizer que são bolsas atribuídas a investigadores já distinguidos por uma ERC. Significa também que os investigadores deverão utilizar o financiamento para passar da teoria à prática: perceber a viabilidade dos conceitos científicos em desenvolvimento assim como explorar oportunidades de negócio ou preparar candidaturas de patente. 

Entre os 166 distinguidos pelas bolsas, a maioria (92) são mulheres. As bolsas foram atribuídas a investigadores da Áustria (7 bolsas), Bélgica (5), República Checa (1), Chipre (1), Dinamarca (4), Alemanha (13), Grécia (1), Finlândia (3), França (15), Islândia (1), Irlanda (6), Israel (18), Itália (21), Luxemburgo (1), Holanda (16), Noruega (1), Portugal (4), Eslovénia (1), Espanha (18), Suécia (7) e Reino Unido (22).

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A NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA anuncia 1.º lugar da categoria de Doutoramento e o 2.º lugar na categoria de Mestrado na 12.ª edição do concurso de ideias Fraunhofer Portugal Challenge, que visa premiar ideias baseadas em teses de mestrado e doutoramento que melhor responderam ao mote “Innovative Technologies for Sustainability.

Com uma proposta que visa repensar o ciclo de vida dos dispositivos eletrónicos, que tendem a aumentar exponencialmente, Emanuel Carlos, aluno da FCT NOVA, foi o vencedor da categoria de Doutoramento com uma proposta de repensar o ciclo de vida destes aparelhos. Recorrendo a materiais ecológicos e pensando num processo de produção mais sustentável, este projeto explora o caminho para uma nova era de eletrónica verde e de baixo custo baseada em materiais e processos de produção mais sustentáveis para reduzir o lixo eletrónico gerado, levando a uma menor pegada de carbono dos dispositivos eletrónicos.

Na categoria de Mestrado, a aluna da FCT NOVA Maria Morais obteve o segundo lugar com uma ideia na área da doença da diabetes, e que se propõe a ajudar a resolver a questão dos sensores de glicose, que atualmente requerem uma picada na ponta do dedo de forma a extrair algumas gotas de sangue para a medição. Na tentativa de se desenvolverem métodos mais convenientes e práticos para os pacientes medirem o seu nível de glicose, a alternativa promissora poderá ser uma membrana de um óxido metálico, que tem o potencial de ser utilizada como um simples penso que após cada utilização permite estimar a concentração de glicose absorvida na sua estrutura. Com um processo de produção de três etapas, estas membranas poderão abrir caminho não só para uma nova era de sensores de glicose, mas também para uma variedade de outras aplicações inovadoras.

O painel de avaliação deste concurso de ideias foi composto por um júri que integrou membros do Fraunhofer Portugal AICOS: Liliana Ferreira (Diretora) e Hugo Gamboa (Presidente do Concelho Científico), e do Fraunhofer Portugal AWAM, na figura do Diretor Thomas Haertling. Adicionalmente, o painel contou também com um conjunto de especialistas: Helena Silva (Membro de Conselho de administração do CEIIA e chefe executiva da área de tecnologia), Joana Resende (Pró-reitora da Universidade do Porto), João José Pinto Ferreira (Diretor do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo tecnológico da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Pedro Almeida (Diretor Executivo do PCI – Creative Science Park) e Pedro Saleiro (Diretor de Investigação da Feedzai).

A 12.ª edição do Fraunhofer Portugal Challenge reforça assim o potencial de inovação tecnológica de utilidade prática do nosso país, com projetos de alunos de mestrado e de doutoramento com foco num futuro mais sustentável.

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